A tecnologia só não matou a culpa, palavrinha miserável

Antes de mais nada quero deixar claro que sou amante da tecnologia. O que pretendo é escrever sobre os excessos. Todos os anos a operadora de celular de onde sou cliente desde meados dos anos 90 libera uma quantidade de pontos que dão direito a troca por um aparelho novo. E, todos os anos, sem exceção, vou a loja trocar e fico totalmente perdido com os novos modelos que são apresentados.

Mesmo de boa vontade, os vendedores dão explicações partindo do princípio que já conhecemos tudo. É natural que, meio constrangidos, acabemos não fazendo perguntas cruciais cujas respostas vamos tentar achar nos manuais, que são escritos em dialeto incompreensível.

No caso dos celulares e computadores a velocidade da evolução é quase enlouquecedora. Em fins de abril do ano passado peguei um celular revolucionário e, no mês retrasado, quando fui trocar meus pontos por um novo aparelho, saí com outro mais revolucionário 
ainda, cujos mistérios tendo desvendar no Google.

Não dá para fugir da tecnologia. Claro, dos vícios e excessos, sim, mas ficar fora da tecnologia é renúncia social. Especialmente em minhas profissões que estão extremamente ligadas a Comunicação. 

O negócio é não sentirmos culpa ou aquela impressão de que caducamos junto com os equipamentos. Nada disso. Todos os seres vivos ditos inteligentes em algum momento acabam encurralados pela tecnologia, como foi o caso dos astronautas do filmaço "2001, uma Odisséia no Espaço", obra-prima de Stanley Kubrick de 1969. 
No final das contas, o computador Hal deu um golpe e, mau caráter, assumiu tudo. Taí, vou rever este filme.

Enfim, pode chover. Vamos encarar o que é necessário, prazeroso, deletar as firulas e viver a vida se culpa. Culpa. Palavrinha miserável. Essa, tecnologia nenhuma vai arrancar da cabeça da humanidade.

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