Jimmy Page ou Jimi Hendrix?
Texto
restaurado e reeditado
Quando acabou o papo que Maria Juçá (Circo Voador),
Márcia Bulcão (ex-Blitz) e eu tivemos meses atrás numa palestra sobre nos 80, um leitor/ouvinte me abordou.
Ele lembrou que eu disse uma vez, na Globo FM, onde tive um programa chamado
Soft Rock depois de ter montado o projeto da primeira fase da rádio (1985) que
não sabia quem é (falo no presente porque o legado dos dois está aí) o melhor
guitarrista da história do Rock: Jimi Hendrix ou Jimmy Page.
Foi bom esse ouvinte ter tocado no assunto porque, anos
atrás, quando Robert Plant e Jimmy Page lançaram o fantástico case (DVD e CD)
chamado “No Quarter”, cheguei, finalmente, a conclusão: Jimi Hendrix é o melhor
do mundo segundas, quartas e sextas e Jimmy Page terças, quintas e sábados.
Domingos? Metade para cada um.
Ambos tem o blues como essência, alma, referência,
razão de viver e tudo mais. Hendrix é feroz, visceral, animal e também doce,
sutil, e navega à bordo de uma genialidade crônica. Nunca foi reconhecido como
grande cantor porque sua guitarra estava acima de tudo. Nunca fez nada mais ou
menos ou razoável. Sua obra é genial de ponta a ponta.
Page, que segundo Carlos Santana é o Stravinsky da
guitarra, desde os 15 anos de idade ganha dinheiro como músico de estúdio. Foi
nos gigantescos estúdios ingleses, em especial da EMI, gravando trilhas para
007 e outros clássicos do cinema, que Jimmy Page desvendou os segredos,
enigmas, feitiços dos estúdios e transportou para a sua guitarra.
Quem assistiu ao filme “A Todo Volume” (disponivel em
DVD legendado no Brasil, distribuído nas boas locadoras), um documentário sobre
um “papo” entre Page, Edge e Jack White viu as cenas do criador do Led
Zeppelin, adolescente, de terninho à frente de gigantescas orquestras, sendo
chamado de James Patrick Page.
Ou seja, Hendrix e Page foram morar numa cobertura no Olimpo
de nossos heróis e de lá não irão sair. Influenciaram (e inflenciam) gerações e
mais gerações de guitarristas e, inegavelmente, até o próprio Jeff Beck (que
ele não me leia) dá umas “hedrixiadas” de vez em quando. Acho que respondi ao
ouvinte, que é leitor deste blog também.
Comentários
Postar um comentário
Opinião não é palavrão. A sua é fundamental para este blog.
A Comunicação é uma via de mão dupla.