Barbárie no octógono, nova versão da horda que ia ao Coliseu torcer para leão comer cristão
Leio que o lutador Anderson Silva quebrou a perna
durante a luta contra o outro imbecil, Chris Weidman. Isso sem falar do sangue
que jorrou, da histeria da torcida clamando por morte, exatamente como a horda
que ia ao coliseu romano ver leão comer cristão, dois mil anos atrás.
Anderson Silva é um bilionário, assim como todos os
campeões dessa boçal modalidade chamada MMA, ou UFC (não vou perder meu tempo
pesquisando prováveis diferenças entre as duas modalidades), e ganha a vida
dando e arrancando sangue nos octógonos da vida, uma rinha de luxo sustentada
pela dinheirama das redes de TV, da indústria do álcool, do jogo e também da
publicidade “limpa” de uma maneira geral.
Torço para que esses bípedes continuem se destruindo à
vontade porque sou contra qualquer tipo de censura. O que me incomoda, e muito,
é a divulgação maciça dessa barbárie pelos meios de comunicação, especialmente
no Brasil, país falso-moralista que proíbe, por exemplo, briga de galos. Ora,
podemos pegar o galo, matar o galo, por na panela e comer, mas não podemos
assistir os galos imitarem Anderson Silva. Por que?
O ser humano não está tão distante dos primatas assim.
Eu diria que nosso antepassado mais direto, o macaco, mora no octógono da
esquina, como vemos na foto que ilustra essa coluna. Afinal, a massa (pelo que observo) fica histérica e goza quando
lutadores arrancam vísceras nos octógonos do mundo. Esquisita a espécie humana.
Por um lado torce para que todas as doenças tenham cura e, por outro, alimenta
a morte apostando em MMA/UFC, roleta russa (aquela do revólver na cabeça com
uma bala só) e na Coréia do Norte paga ingresso para assistir a fuzilamento de
condenados.
As crianças não entendem nada, e na falta de
explicação, vendo seus pais urrarem de alegria vendo na TV homens matando
homens num ringue de luxo acabam, as crianças, achando que isso é normal e
tocam a vida. Torta. Fazer o que?
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