"Circo Voador - A Nave". Um livro fundamental de Maria Juçá
Muito em breve vou devorar as 700 páginas do livro “Circo
Voador – a Nave”, escrito com o coração por minha queridíssima amiga Maria
Juçá. Pelo que já li (fragmentos publicados na mídia) o livro vai me provocar
saudade do futuro, já que o Circo Voador está sempre um passo a frente dos tempos.
Todos os tempos em especial o meu tempo.
Maria Juçá, como perfeito Fortuna, simboliza não só
aquela lona que revolucionou (e revoluciona) o país no Arpoador e depois na
Lapa mas a alma de várias gerações que foram apresentados ao Brasil livre
durante a abertura política. O Circo Voador tem praticamente a mesma idade da
Rádio Fluminense FM e ambos só puderam existir porque a abertura política
inundou a nação.
Fundamental “ouvir” o texto de Maria Juçá. Crucial
saber tudo, absolutamente tudo, sobre a vinda do Circo Voador ao mundo, essa
nave delirante e genial que há mais de 30 anos nos faz mais felizes, atentos,
lúcidos. Aqui, uma sinopse publicada no site da Livraria Travessa em www.travessa.com.br :
Dizem
que quem viveu os loucos anos 60 não lembra como foram. Com o Circo rola mais
ou menos isso. Mas Juçá foi fundo e reuniu em pouco mais de 700 paginas,
embaladas pela capa de Luiz Zerbini e Vagner DoNasc, a hercúlea odisséia dessa
“turma muito louca aprontando as maiores confusões”. Com a palavra, a própria:
“Escrevi
este livro na cidade do Rio e em Búzios entre junho de 2012 e novembro de 2013.
Ri muito, me diverti quando lembrava das nossas bravatas para conseguir
programar a agenda do Circo Voador ao longo desses 31 anos. São cerca de 15 mil
eventos, entre festivais onde se apresentaram 50, 60 artistas em dias de maratonas
sonoras, shows de artistas brasileiros consagrados e de artistas internacionais
querendo conquistar o rico mercado musical brasileiro. Quantas fantasias, mentiras e verdades
alimentaram nossos sonhos para recriar a vida. Sim, a nossa e a de todos que
passaram por aqueles precários e generosos portões de bicões, duros e tesos de
qualquer tostão para pagar um ingresso e ver seus shows preferidos.”
Juçá
conta que não agüentava mais ser assombrada por tanta memória e não dividir
isso com esse respeitável público:
“Esses
fantasmas todos, ocupando minha turbulenta memória, me faziam carregar o peso e
o compromisso de alimentá-los. Porque eram companheiros de estrada meus de
Rolinha, de Jamari França, de Luiz Antonio Mello e de tantos artistas e produtores
que deixaram no palco do Circo Voador sua singular marca. Esses fantasmas se
expandiam especialmente quando alguém se dirigia a mim com aquela infame
pergunta: ‘Por que você não escreve um livro sobre tudo isso que acontece no
Circo? Como você começou nessa vida? Escreve.’ Até que os fantasmas começaram a
fazer parte das conversas das tantas pessoas que encontrava pelos bares,
jardins, backstage e camarins do Circo, extrapolaram para fora deles e
começaram a invadir minha cama, meus sonhos, meus banhos e me deixar sem
sossego para criar. Me diverti muito transformando tudo em memória escrita, e
assim me livrei deles. Isso sem falar nas hilariantes histórias vividas,
contadas nos textos, nos depoimentos dos próprios artistas como Frejat, Tom Zé,
Lenine, Lobão, Gilberto Gil, Angela Ro Ro, Celso Blues Boy, Marcelo D2, Yuka
entre outros e no caderno de imagens com fotos especiais.”
No
ano em que o Circo Voador completa uma década de seu vitorioso retorno,
ganhamos esse registro, que junto com o documentário em produção sobre a
trajetória única desse singular picadeiro, afirma um legado que não pertence a
ninguém em especial, mas a todos que um dia tiveram um sonho maluco e foram
ainda mais malucos por realizá-los. E nessa noite vamos viver, parafraseando Lobão,
30 anos a mil!
Bem
vindo a bordo dessa Nave louca chamada Circo Voador!
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