Os petelecos afetados de um salta pocinhas

    O que parece...
    ...muitas vezes não é
Prefiro levar um soco no queixo do que ficar tomando petelecos desses salta pocinhas, (quem inventou essa foi o Paulo Francis) franguinhas aflitas e histéricas que ficam perambulando por aí, exibindo o fastio dos lortos tristes, famintos e anêmicos.

Recebi uma mensagem sinuosa como as curvas de judas (escrevo com j minúsculo mesmo) e não me enquadrei entre as pessoas que ele, como Monalisa (aquela que não sabemos se ri ou chora, se é macho ou fêmea, se é Bangu ou Flamengo) estava difamando, usando como mote fofoquinhas de salão de depilação de virilha. Ahhh, a indiscreta decadência dos salta pocinhas, que fingem que perderam a chave do armário, apesar da porta estar aberta por fora.

Uma vez aconteceu lá Facebook. O cara (não conheço, nunca vi), que um outro fofoqueirA me disse se chamar Pheido, resolveu escrever (muito mal por sinal) uma série de atrocidades sobre gente que vive com o boi na sombra, surfando uma suposta onipotência, enfim, não cheguei a ler a mensagem toda porque respeito minhas calejadas quatro décadas e varada de jornalismo e tem texto que não desce goela abaixo, mesmo insinuando serem calcinhas de seda pura, minúsculas, cavadas, com lacinhos nas laterais.

Mas, na boa, muito entre nós, detesto mensagens cifradas. Pior: cifradas por um imbecil. O imbecil, o tal Pheido, quando está doidona, cabeça rodando, deitada na cama, consegue se imbecilizar ainda mais. E a sagrada ligação meio-mensagem se transforma num pau de enchente louca, pancada na margem direita, pancada na margem esquerda, confusão, gritos de “para, moço!”, e ninguém entende nada.

Não sei se já aconteceu com vocês, mas fico furioso quando, por exemplo, leio um fofoqueirA que insinua, insinua, insinua e nada diz. Meus instintos básicos (mandril? babuíno? bonobo?) pegam um elevador e vão para o subsolo, desejando surrar Pheido e similares até virarem patê. Não resolve porque é disso que elas gostam.

Por isso, a minha crescente admiração por mestres como Élio Gaspari que atiram de escopeta 12, sem medo disso ou daquilo. Mas antes de atirar ele apura tudo com precisão, checa e recheca informações para não pagar mico e tomar um processo na cara.

A internet é uma dádiva tecnológica, mas como tudo que é genial também tem seu lado podre. Por exemplo, abrigar amadores que acham que escrevem, acham que apuram, acham que existe notícia com uma versão só e não duas, no mínimo. Pheido, divina louca, é um desses protozoários que habitam esse chamado cybermundo, tentando defecar (sempre anacronicamente) na biografia alheia já que, por falta de cabeça, tronco e membros, não construiu a sua.

Todo jornalista sabe que devemos apurar uma notícia ouvindo todas as partes envolvidas no fato, e não sair disparando petelecos, mensagenzinhas cifradas, enfim, fazendo fofoquinha como a dona Pheido faz. Volto ao Francis. Isso não é gente trabalhando com Comunicação. Isso é salta pocinhas cavalgando em intrigas, biquinhos, linguinhas e fricotes atonais diante do espelho. Cai dentro, Pheido!

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