Aí o Jamari França falou “o LAM não vai a lugar nenhum” e eu...eu...eu...fiquei sem saber o que falar

    Peneira
Jamari França
Banda La Guerra
     Banda Kapitu
Jamari França é o decano maior do Rock Brasil, por sinal uma expressão que ele inventou. Pois na tarde desta terça-feira nos reunimos num descacetado bunker. Eu, ele, o Luck Veloso e o André Luiz Costa da Rádio Cult, mais Liliana de La Torre (produtora), Andrea Andion (multitudo que faz o programa Andion Stage na Cult) e as bandas Kapitu e seu letrista Benito Corbal e La Guerra. Uma reunião conspiratória para cuidarmos dos detalhes do show que vai mandar a Lapa pros ares no dia 4 de novembro, uma quarta-feira. Papo divertido com direito a La Guerra e Kapitu tocando Hendrix para nossos ouvidos e olhos esbugalhados.

Lá pelas tantas lembrei de 18 de fevereiro de 2006. Eu e Jamari estávamos a menos de três metros dos Rolling Stones na praia de Copacabana, no cercadinho VIP da imprensa. De sacanagem disse que Keith Richards deu uma arriada reverencial com uma de suas 135 Fenders Telecaster cor de madeira na frente do Jamari e ainda deu um sorrisinho pra ele. Risada geral.

O Jama foi falando de shows que ele foi, eu disse que ele era o ombro amigo de Renato Russo, Raul Seixas, Cazuza, enfim, todo o Rock Brasil tem o Jamari como amigo e confidente. Aí, o bardo virou pra tudo mundo e disparou “o LAM não vai a lugar nenhum, show de ninguém, todo mundo sabe disso”. Fiquei sem saber o que dizer porque...porque...porque é quase verdade.

Na verdade não é verdade absoluta. Já fui a centenas de shows e fiquei lá atrás na coxia do palco sem aparecer, sei lá por que. Mas faz sentindo essa lenda que circula entre os meus colegas jornalistas há décadas. Um deles, que atende pela alcunha de Biluco, chegou a espalhar nas festas da Asa Norte (Brasília) que eu não existia, era uma invenção de jornalistas bêbados. A onda pegou e até esporro de chefes levei por causa disso.

Vamos lá. Não sofro de fobia social e nunca fui peneira, vulgo furão. Quando não dá para ir aviso antes. Meu problema é o tríssílabo a-gen-da. Não sei mexer nisso, boto um compromisso em cima do outro e por isso passei, há anos, a não dizer nem sim nem não. Me convidam eu digo talvez, vamos ver, adoraria (quando é verdade). Certa vez, num violento rompante de paixão, um amigo meu (esse sim, peneira de garimpo, daquelas brabas) resolveu casar. Me chamou para padrinho. A cerimônia foi marcada num cartório ali no Centro do Rio, quatro horas da tarde. Preciso contar o fim da história? Preciso. Peneira não foi. A noiva deu o maior pití (com razão) e quase arrancou um orelhão do chão de tanta fúria e queria bater em mim (????). O cara foi morar fora do Brasil.

Portanto, o que o Jamari falou em nome do inconsciente coletivo faz sentido, mas é diferente. Eu aviso que não vou. Adoraria que, em vez de me escalavrar publicamente (bonito isso rsrsrs), Jamari lembrasse que nos encontramos pelo menos 500 vezes no Circo Voador, inclusive na antológica noite em que Médici (o ditador cachorro) morreu. E o Renato Russo, amigo do Jama, descabelou o palhaço no palco conclamando o povo a celebrar o fim do patife fardado. Lembra, Jama? Lembra que depois fomos ao camarim falar com a Legião Urbana e só deixaram você entrar porque o Russo queria falar com você? E naquela festinha do bar Let it Be que ficava (ou fica) em frente a casa da saudosa Emilinha Borba, em Copacabana? Você lembra de mim? Não? Mas eu lembro de você lá, mas fique tranquilo que não vou falar nada. (rsrsrsrs).

No mais já escrevi, sim, que Odayr José era o Bob Dylan da Central do Brasil.








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