Um papo sobre meu romance “5 e 15” e os prisioneiros de sua própria indolência existencial
No blog www.5e15lam.blogspot.com está publicada a nova
versão de meu primeiro romance, “5 e 15”. Na íntegra.
Por isso, convido: acesse, leia, opine, compartilhe:
www.5e15lam.blogspot.com.
Aqui, uma entrevista que concedi ao portal Whiplash em
2006, quando lancei a primeira edição impressa, já esgotada, lançada pela Tech
& Mídia Comunicação Integrada, de Liliana de La Torre.
– Por que o livro se chama “5 e 15”?
– Quando assisti ao filme “Cidade dos Anjos” e vi a personagem da Meg Ryan fazendo cirurgias ao som de Jimi Hendrix, percebi que só os reacionários acham que rock, blues, música atonal são “coisas de maluco”. “5 e 15” é uma referência/homenagem à ópera rock “Quadrophenia” do The Who e uma de suas músicas se chama “5 e 15”. Mais, “5 e 15” é hora de alvorada e de crepúsculo em muitos lugares. Hora do rush. Além do que, por razões que o personagem centra, o psiquiatra Crimson deixa óbvias, o número 15 tem uma importância crucial para ele.
– Por que você chama de “Ficção Atonal Beta” na capa do livro?
- Como o romance eventualmente esbarra em pessoas verídicas, usei a expressão ficção atonal porque a música atonal, ou seja, sem tom, livre, permite devaneios fora da partitura; quanto a Beta é um jargão da informática que representa programas, sistemas que ainda estão em fase experimental. Como é meu primeiro romance, achei que seria muita prepotência não chamá-lo de Beta.
– É um livro de rock?
– O rock está presente na vida do Crimson como trilha sonora e objeto de reflexão. Quadrophenia significa também um tipo de esquizofrenia. Está bem explicado na orelha do livro. Acho normal que muita gente pergunte se o livro é de rock, pois a minha história orgulhosamente está muito vinculada a essa manifestação cultural. Mas “5 e 15” é uma constatação de que a Ciência pode derrubar o império do narcotráfico, como também ditaduras de Estado, ditaduras caseiras (o personagem Otacílio mostra bem isso), enfim, eu acho que a Ciência é um dos braços mais poderosos de Deus.
- Você é jornalista, cronista. Como se sentiu escrevendo um romance?
- Comecei a rabiscar “5 e 15” em 1998. Mas parei. Não me sentia com capacidade suficiente para me embrenhar no maior desafio da Literatura que é o romance. Ia deletar as 70 páginas iniciais, mas antes entrei em um grupo de discussão literária na internet e mandei esses “rabiscos” para desconhecidos opinarem. Gente que tem muita intimidade com livros e por não me conhecerem não teriam constrangimento em falar o que pensam. Eles deram OK. Ainda assim parei de novo várias vezes. Amigos me incentivaram a finalizar. E em 2004 com o monitoramento da jornalista Raquel Medeiros, concluí a primeira versão. Mexi mais de trinta vezes e estaria mexendo até hoje.
– “5 e 15” é o primeiro de uma série?
- Comecei trabalhar em Jornalismo aos 16 anos. Aos 18, fui repórter de uma rádio popular e passava os dias em favelas, tiroteios, uma experiência crucial na minha formação profissional. Saí dessa rádio popular e fui trabalhar na rádio JB AM, a melhor e mais respeitada emissora de jornalismo do país na época. “5 e 15” traz vivências minhas a bordo do Jornalismo com J maiúsculo que exerci na rádio e Jornal do Brasil naqueles tempos de ditadura. Esse tipo de Jornalismo mostrou que nada é possível sem esperança. Provou que ou você acaba com o baixo astral ou o baixo astral acaba com você. Logo, farei outros romances. Sempre em nome da perseverança e otimismo. Sem pieguices. Não me convidem para pagode de hiena. “5 e 15” é esperança e os outros que virão também. Detesto vitimologia.
Press Release
“5 e 15” é uma condição atual. Luiz Antonio Mello conta com a mão pesada de Crimson, personagem nascido a fórceps e que tem DNA semelhante ao de Jack Kerouac, Willian Burroughs e Alen Grinsberg.
Como o lobo que tanto sabe viver só como em bando, Crimson corre atrás de um ideal humanitário para sua “alcateia”: a cura para os males de uma sociedade atormentada pelas angústias do país, do mundo.
Crimson busca obsessivamente a fórmula que extirpe uma guerra química que
corrói veias e detona cabeças em fuga patológica e de outras moléstias como corrupção
e falta de ética.
Inspirado
no título de uma das músicas de Pete Townshend na ópera rock “Quadrophenia” (de
1973), “5 e 15” tem vilões que como os britanicamente pontuais relógios das
estações de trem, tentam jogar o mundo no fundo da lama com hora marcada. Mas
Crimson luta. Utiliza miligramas líquidos, sólidos e gasosos e nos convida a
conhecer desvios. Desvios necessários para chegar à fórmula libertadora. A
fórmula quimicamente perfeita dos libertários e prisioneiros de sua própria
indolência existencial.
Crimson não conhece a desistência. Só a resistência.
Ao acabar de ler “5 e 15” olhe para o céu. Lá está o relógio da verdade de cada um de nós. O que Carl Gustav Jung já chamou de individuação. Os ponteiros de relógios de muitas vidas que se foram e de outras salvas por “homens-Crimson”. Um relógio que tem uma máquina mais precisa que as suíças e que é eternamente grata aos que não desistem de seus sonhos.
Crimson não conhece a desistência. Só a resistência.
Ao acabar de ler “5 e 15” olhe para o céu. Lá está o relógio da verdade de cada um de nós. O que Carl Gustav Jung já chamou de individuação. Os ponteiros de relógios de muitas vidas que se foram e de outras salvas por “homens-Crimson”. Um relógio que tem uma máquina mais precisa que as suíças e que é eternamente grata aos que não desistem de seus sonhos.
Aos
que enterram suas memórias ruins, não olham para trás e que acima de tudo,
refletem a luz dos que não tem medo de andar na contramão. Na pista ao lado, os
imbecis com seus relógios marcam um tempo que aprisiona e mata. Essa não é a
estrada de Crimson e se você escolheu esse livro não é a sua também. Eu tenho a
honra e o prazer de apresentar a você, Crimson e sua saga.
Em dose única e
vital.
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