Os (des) governos tratam chuvas de verão como anomalia desde 1.500 porque sabem que ninguém reage

           O mergulhinho, tratado como mergulhão (assim mesmo, com M minúsculo) pela prefeitura em postagem de Luiz Claudio Costa Guimarães no Facebook.
                                                                         


                                             Niterói, a pocilga náutica nas postagens de Gilson Monteiro.
A tão propalada índole pacífica do povo brasileiro, na verdade uma inominável e vergonhosa covardia aliada a preguiça, deixa que os (des) governos façam ou não façam o que bem entendem.

Além da roubalheira ampla, geral e irrestrita, nutrida pela omissão popular, vulgo rabo entre as pernas, o Brasil exibe generosamente o fedor da incompetência estatal. Um dos flancos dessa letargia proposital dos (des) governantes foi exibida na noite de sábado.

Uma chuva de verão caiu  sobre a famigerada região metropolitana do Rio (normal como neve sobre Nova Iorque no inverno), que, para não variar, naufragou. Em Niterói, que tem o IPTU mais caro do Brasil, a chamada rede pluvial entupida por falta de manutenção (drenagem não dá voto porque fica embaixo da terra) aliada ao lixo acumulado transformou a cidade - que já esteve entre as melhores em qualidade de vida - numa pocilga náutica.

Gostaria de estar com o já saudoso Umberto Eco no banco do carona do meu carro sábado a noite, quando levei três horas para fazer um trajeto que em dias normais não passa de 10 minutos. Eco com certeza iria disparar uma de suas célebres frases mas, pensando bem, em terra onde o BBB lidera a audiência da TV citar Umberto Eco cheira a xingamento; é como se alguém me amarrasse numa cadeira com a TV ligada no BBB ao vivo. Acho que confessaria até que matei Joana D´Arc.

Em Niterói, o PT (prefeitura) fez um mergulhinho que foi inaugurado com pompa digna de uma viagem inaugural tripulada a Marte. O tal mergulhinho virou uma perigosa piscina enquanto que o bairro de São Francisco, chamado de “nobre”, passou mais uma noite às escuras pelo velho motivo. O PT, via prefeitura não arrocha a Ampla (a Light de Niterói) e muito menos a Aneel (agência – hahahahaha- de controle do PT federal) e nada é feito porque, na outra ponta, o eleitor prefere se lastimar no Facebook, com o no break do computador ligado. Nos anos 1990, quem diria, quando o povo ainda tinha sangue nas veias, apedrejou uma subestação em Piratininga e, como milagre, o serviço melhorou.

A seguir, o relato do jornalista Gilson Monteiro no Facebook:


Niterói fica alagada de Norte a Sul

Bastou chover forte para Niterói ficar com as ruas inundadas na noite de sábado (20-02). A rede pluvial da cidade que cobra o IPTU mais caro do país ainda é do século passado e, em grande parte, não conta com limpeza frequente. Desta vez, até a Praia de Icaraí, em frente ao Regatas, virou uma piscina.

A Estrada Francisco da Cruz Nunes, na Região Oceânica, assim como ruas e avenidas da Zona Sul (Avenida Roberto Silveira, Miguel de Frias, Mariz e Barros, Otávio Kelly, em Icaraí; e Mário Viana, em Santa Rosa) ficaram alagadas.

No Centro, o Mergulhão voltou a ficar alagado, como no dia seguinte ao que foi inaugurado pelo prefeito petista Rodrigo Neves. Viraram rios as ruas Quinze de Novembro, Rua Visconde de Sepetiba (onde fica a sede da prefeitura) e a Avenida Marquês de Paraná (acesso à Ponte Rio-Niterói).

Na Zona Norte, o Largo do Barradas foi um dos pontos mais críticos. Ruas do Fonseca, na Zona Norte, enfrentaram, além do alagamento, a falta de energia elétrica em vários pontos da Alameda São Boaventura e no Ponto de Cem Réis. No Barreto, moradores ficaram ilhados na Avenida Craveiro Lopes e na Rua Galvão.




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