A inveja é uma merda

“A galinha que cacareja demais é a primeira a ir pra panela” (ditado popular).

“Porque ela é linda e eu não?”; “Por que ele tem esse carro zero e o meu é tão velhinho?”; “por que ele mora tão bem e eu não?”; “por que ele está sempre saudável e eu vivo doente?”; “por que ele é sempre promovido e a empresa me ignora?”; “por que com ele as coisas sempre dão certo e comigo não?”; “por que o casamento dele é feliz e o meu não?”; “por que eles podem viajar sempre e eu não tenho condições”...

A inveja é da essência humana, informa uma corrente contemporânea do holismo. A princípio não é querer mal ao outro, mas desejar o que o outro tem, e segundo o holismo contemporâneo, é aí que mora o problema. Afinal, a energia psíquica de todos nós é uma só, e é neutra. Ela se torna positiva ou negativa de acordo com nossos direcionamentos, em especial o pensamento. Quem pensa negativo enfraquece, quem pensa positivo, fortalece.

Carl Jung revelou que a energia psíquica pode ser atingida de fora quando estamos frágeis (pessimistas, negativistas, mal humorados, reclamões). Ele diz que a inveja é o mais poderoso dos sentimentos negativos porque está além do ódio é movida pela cobiça. Mesmo que inconscientemente.

O holismo contemporâneo afirma que todos os seres humanos nutrem uma “quantidade” de inveja, mas é nos grandes “abismos sociais” que ela se manifesta de forma mais intensa, o que de acordo com os cientistas “é natural”. Uma pessoa que tem pouco conviver com quem tem bastante diariamente sente um mal tamanho que chega a danificar a sua própria saúde. Como uma esponja, tenta sugar os sucessos do outro. A inveja é uma das origens dos burgos da Europa antiga.

Por isso, muita gente bem sucedida existencialmente anda de carros simples, evita receber pessoas desconhecidas em casa (preferem restaurantes e outros lugares públicos), adota um estilo de vida que os americanos chamam de “low profile”.

Alguns terapeutas holísticos dizem que quando se torna inevitável conviver com invejosos mais críticos, fortalecer a própria energia psíquica é o único caminho, apesar da vítima dos nefastos desejos da inveja seja, a princípio, o próprio invejoso. Um fenômeno chamado “bumerangue”, mas sempre sobra alguma coisa para os invejados. 

É simples saber, basta comparar a quantidade de “incidentes e perdas em geral” ocorridos antes e depois do convívio com os invejosos.

Por que esse artigo hoje? Porque é carnaval e, segundo a moderna psicologia social, uma das razões das pessoas saírem dos burgos mascaradas pelas ruas da Europa antiga é que nobres, inventores, comerciantes e outros “invejados” só se permitiam se expor a inveja quando fantasiados, irreconhecíveis. Era quando se sentiam livres e os invejosos não notavam.


Em suma, a inveja é uma merda.

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