Livraço “Lindo Sonho Delirante: 100 discos psicodélicos do Brasil (1968-1975)”
Bento Araujo
Sou
fã do Bento Araújo porque ele tem coragem, determinação, talento
e amor extremo pela boa música. Há anos acompanho a sua saga
editando a sensacional revista Poeira Zine e outros projetos
revolucionários que o mundo “digitoso” acha que não dão certo.
E ponto. Só que não é ponto final e o Bento, de novo, mostra que é
preciso estar a atento e forte e encarar o pessimismo de frente, como
uma kombi subindo a via Dutra na contramão.
Seu
livraço “Lindo
Sonho Delirante: 100 discos psicodélicos do Brasil (1968-1975)”,
que
acabei de ler, virou uma referência para o meu trabalho e hoje mora
na minha cabeceira. Nele, Bento Araújo mostra quem fez os sons
realmente lisérgicos no Brasil, nesse período de muita loucura,
perseguição, tortura, AI-5 e (que
contradição),
genialidade. O arrocho dos militares era pesado, caçavam cabeludos,
pretos
e maconheiros
pelas ruas e, ainda assim, vivemos um raro momento de criatividade,
que o Bento nos mostra nessa obra. Contradição. Os meganhas nas
ruas e nas lojas de discos só diamantes, rubis e esmeraldas. Hoje,
liberdade total, empoderamentos e os cacetes e as
boas lojas de discos são raras.
O vemos é o merdalhal desabando sobre nossas cabeças na forma de
downloads. Vai
entender.
“Lindo
Sonho Delirante...” vai muito mais além de um guia. Cada disco,
com capa original reproduzida em alta definição, é analisado
em profundidade pelo autor, que opina, mostra as origens, conta
história e os bastidores. Não é um livro estilo google,
como vemos por aí, nessa
era de oportunistas.
É um extraordinário trabalho de pesquisa que recomendo a todas as
pessoas que, direta ou indiretamente, tem
algum contato com a música. Aqui,
uma descrição do livro feita pelo site da loja Locomotiva Discos:
“Lindo
Sonho Delirante: 100 discos psicodélicos do Brasil (1968-1975) é
ricamente ilustrado, com reproduções das capas de todos os cem
(100) discos apresentados. Cada álbum e compacto é acompanhado de
uma resenha em português e inglês, minuciosa reprodução da arte
gráfica original, um cabeçalho contendo o nome do grupo/artista,
nome do disco/compacto, seu respectivo selo fonográfico, número de
série da prensagem original e data de lançamento.
Considerando o disco-manifesto Tropicalia ou Panis et Circencis como uma espécie de marco zero da psicodelia nacional, a garimpagem das obras contidas no livro começa em 1968. De Tropicalia ou Panis et Circencis partimos rumo a uma jornada de oito anos, que termina no talvez mais raro e mitológico disco psicodélico brasileiro de todos, Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol, lançado por Lula Côrtes e Zé Ramalho, em 1975.
De pioneiros como Arnaldo Baptista, Rogério Duprat, Tom Zé, Fábio e Ronnie Von, até astros como Rita Lee, Milton Nascimento, Secos & Molhados e Novos Baianos. De gigantes como Gil, Caetano, Gal, Jorge Ben e Os Mutantes, até heróis e heroínas não tão celebrados, como Damião Experiença, Lula Côrtes, Sidney Miller, Suely e Os Kantikus, Marconi Notaro, Guilherme Lamounier e Loyce e os Gnomos. Do rock marginal da Equipe Mercado, Ave Sangria, A Bolha, Casa das Máquinas, Spectrum e Paulo Bagunça e a Tropa Maldita, até a sofisticação de Marcos Valle, João Donato, Egberto Gismonti, Luiz Carlos Vinhas, Pedro Santos e Arthur Verocai. Todos estão juntos nesse Lindo Sonho Delirante, os superstars e os esquecidos, os raros compactos e os elepês.
Além das cem (100) resenhas, o livro contém uma introdução, onde uma particular visão do período é abordada, analisando a influência da música pop anglo-saxônica misturada à exaltação das raízes brasileiras por parte dos artistas locais, tomando como ponto de partida a Semana de Arte Moderna de 1922 e ícones da cultura nacional, como Chacrinha e Grande Otelo.
A análise da criação e a interpretação do simbolismo desta lisergia tropical cria uma iconografia inédita, um volume que funciona como um presente à memória da música nacional e àqueles artistas brasileiros que expandiram a mente em nome da arte, em plena era de sangrenta repressão militar e de extremo preconceito social.
Especificações do Livro
232 páginas
21 cm de largura X 19,5 cm de altura
Inteiramente colorido
Capa em papel couchê 300 g/m2, miolo em couchê 115 g/m2, lombada hotmelt
Textos em português e inglês
Informações preciosas
00 resenhas de discos + 100 reproduções das capas originais + Introdução
Considerando o disco-manifesto Tropicalia ou Panis et Circencis como uma espécie de marco zero da psicodelia nacional, a garimpagem das obras contidas no livro começa em 1968. De Tropicalia ou Panis et Circencis partimos rumo a uma jornada de oito anos, que termina no talvez mais raro e mitológico disco psicodélico brasileiro de todos, Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol, lançado por Lula Côrtes e Zé Ramalho, em 1975.
De pioneiros como Arnaldo Baptista, Rogério Duprat, Tom Zé, Fábio e Ronnie Von, até astros como Rita Lee, Milton Nascimento, Secos & Molhados e Novos Baianos. De gigantes como Gil, Caetano, Gal, Jorge Ben e Os Mutantes, até heróis e heroínas não tão celebrados, como Damião Experiença, Lula Côrtes, Sidney Miller, Suely e Os Kantikus, Marconi Notaro, Guilherme Lamounier e Loyce e os Gnomos. Do rock marginal da Equipe Mercado, Ave Sangria, A Bolha, Casa das Máquinas, Spectrum e Paulo Bagunça e a Tropa Maldita, até a sofisticação de Marcos Valle, João Donato, Egberto Gismonti, Luiz Carlos Vinhas, Pedro Santos e Arthur Verocai. Todos estão juntos nesse Lindo Sonho Delirante, os superstars e os esquecidos, os raros compactos e os elepês.
Além das cem (100) resenhas, o livro contém uma introdução, onde uma particular visão do período é abordada, analisando a influência da música pop anglo-saxônica misturada à exaltação das raízes brasileiras por parte dos artistas locais, tomando como ponto de partida a Semana de Arte Moderna de 1922 e ícones da cultura nacional, como Chacrinha e Grande Otelo.
A análise da criação e a interpretação do simbolismo desta lisergia tropical cria uma iconografia inédita, um volume que funciona como um presente à memória da música nacional e àqueles artistas brasileiros que expandiram a mente em nome da arte, em plena era de sangrenta repressão militar e de extremo preconceito social.
Especificações do Livro
232 páginas
21 cm de largura X 19,5 cm de altura
Inteiramente colorido
Capa em papel couchê 300 g/m2, miolo em couchê 115 g/m2, lombada hotmelt
Textos em português e inglês
Informações preciosas
00 resenhas de discos + 100 reproduções das capas originais + Introdução