Saudade colossal de Keith Emerson
Quando
assisti a homenagem de Rick Wakeman, ontem no You Tube (vídeo amador acima, a
partir de 3 minutos e 35 segundos) bateu um enorme saudade de
Keith Emerson, que
nos deixou em março de 2016 aos 71
anos. Um dia desses conversava com amigos sobre Rick Wakeman, que
assisti ao vivo algumas vezes e a vontade de assistir o Emerson,
monumental multi tecladista presente, muito presente, em minha vida
e
de toda uma geração que conheceu a primeira geração do rock
progressivo. A melhor, a mais autêntica, a mais visceral, pura, sem
tecnicismos, decoreba. Os caras tocavam o que vinham à pele. Keith
Emerson era um dos líderes desse pequeno bando de gênios.
Conheci a sua música quando ouvi o álbum de estreia de seu trio, Emerson Lake and Palmer, lançado em 1970, mas só fui abduzido dois anos depois quando ouvi "Pictures at an Exhibition", uma leitura dele e de Greg Lake e Carl Palmer da obra do russo Modest Mussorgsky (1839-1881), de quem eu nunca ouvira falar. Mas o álbum que me pegou definitivamente foi "Trilogy", deste mesmo 1972. Os álbuns nacionais de vinil eram tão vagabundos, bem como os toca discos fabricados aqui, que o meu "Trilogy" gastou. Isso mesmo. De tanto ouvir ele acabou ficando liso, em especial a minha faixa favorita a ultra experimental e maravilhosa "Abaddon´s Bolero", que encerra o disco.
Conheci a sua música quando ouvi o álbum de estreia de seu trio, Emerson Lake and Palmer, lançado em 1970, mas só fui abduzido dois anos depois quando ouvi "Pictures at an Exhibition", uma leitura dele e de Greg Lake e Carl Palmer da obra do russo Modest Mussorgsky (1839-1881), de quem eu nunca ouvira falar. Mas o álbum que me pegou definitivamente foi "Trilogy", deste mesmo 1972. Os álbuns nacionais de vinil eram tão vagabundos, bem como os toca discos fabricados aqui, que o meu "Trilogy" gastou. Isso mesmo. De tanto ouvir ele acabou ficando liso, em especial a minha faixa favorita a ultra experimental e maravilhosa "Abaddon´s Bolero", que encerra o disco.
Não
parei mais de ouvir o ELP. Auge da adolescência, das crises, de
gargalhadas, de
nós na garganta inexplicáveis, ataques de fúria, consequências de
sucessivas tempestades hormonais, micro (que pareciam giga) crises
existenciais, dúvidas, cabelos muito longos, costelas expostas pela
magreza e que lembravam os teclados de Keith Emerson.
Se a música do Who parecia escrever o meu diário de adolscente sentia a música do ELP como algo que estava em algum lugar do futuro. Sentia o mesmo quando sorvia Jimi Hendrix que só bem mais tarde fui saber que iria formar o HELP (Hendrix, Emerson, Lake and Palmer) no lugar do ELP, em 1970. Mas a morte levou Hendrix e a vida atirou o ELP no mundo. Mas as vezes fico imaginando o que teria sido o HELP.
Hoje, a sensação é estranha. Parece que alguém próximo foi embora a pé, no meio de um denso e frio nevoeiro. Alguém que jamais cumprimentei, assisti pessoalmente. Pensando bem, e daí? Keith Emerson, com a sua selvagem delicadeza nos teclados, era próximo sim. Como Hendrix, como Machado de Assis, como Coppola.
Se a música do Who parecia escrever o meu diário de adolscente sentia a música do ELP como algo que estava em algum lugar do futuro. Sentia o mesmo quando sorvia Jimi Hendrix que só bem mais tarde fui saber que iria formar o HELP (Hendrix, Emerson, Lake and Palmer) no lugar do ELP, em 1970. Mas a morte levou Hendrix e a vida atirou o ELP no mundo. Mas as vezes fico imaginando o que teria sido o HELP.
Hoje, a sensação é estranha. Parece que alguém próximo foi embora a pé, no meio de um denso e frio nevoeiro. Alguém que jamais cumprimentei, assisti pessoalmente. Pensando bem, e daí? Keith Emerson, com a sua selvagem delicadeza nos teclados, era próximo sim. Como Hendrix, como Machado de Assis, como Coppola.