15 de novembro

Uma nova corrente de historiadores está botando os pombos nos telhados certos. Entre eles, destaca-se o jornalista e historiador Laurentino Gomes que escreveu o clássico “1889 – Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil”.

É o último livro da trilogia sobre o Brasil do século XIX, iniciada com as obras "1808" e "1822", que contam o período de transição do Brasil da colônia para a república, começando com a transferência da corte portuguesa para o Brasil no ano de 1808, depois com a independência no ano de "1822" e, por fim, com a proclamação da república no ano de 1889.

Até ler “1889” eu achava o marechal Deodoro um patife. Depois de ler Laurentino e outros historiadores vi que o marechal era paranoico, ditatorial e de extrema incompetência. Tanto que, aos trancos, conseguiu se pendurar no poder por apenas dois anos, de 1889 a 1891.

Um aspecto interessante desse torpe “herói” brasileiro foi o fato de ser um monarquista radical, que se dizia amigo de Pedro II, a quem devia favores. Disse o marechal que ”quero acompanhar o caixão do velho imperador.”

Detesto a monarquia. Detesto a República, cujos 128 anos de total inutilidade e roubalheira são lembrados hoje, é lógico, por um feriado. A República, a partir de Deodoro, sempre foi vadia. A República sabe que o marechal estava doente em casa no dia anterior, 14 de novembro de 1889. Lauretino Gomes escreveu que os próprios republicanos, para forçar a barra, inventaram que Pedro II tinha dado ordem para matar o marechal. Não colou.

Os republicanos precisavam convencer Deodoro a romper de vez os laços com a monarquia. Valeram-se de outra notícia, essa verdadeira, pois chegou-se a enviar telegrama oficial nesse sentido. Quintino Bocaiuva e o Barão de Jaceguai mandaram um mensageiro a Deodoro para informar-lhe que o novo primeiro ministro, escolhido por Pedro II, seria Gaspar Silveira Martins, odiado por Deodoro por terem disputado a mesma mulher na juventude. Gaspar ganhou a mulher. Vingativo, Deodoro foi convencido a derrubar o regime.

E assim cavalga o Brasil, desde a chegada do grão-mestre da canalhice, D. João VI, escorraçado por Napoleão em 1808. Ele trouxe a Corte para o Rio de Janeiro e, num dos primeiros atos, inventou o Banco do Brasil que funcionava como um cofre pessoal, pagando suas esbórnias e as da Corte como um todo. Mas isso é outra história.

Ou melhor, estória.



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