Quando a morte interfona

Quase morri ontem. No início da noite fui tomar o terceiro banho (necessário aqui no novo sertão do país) e liguei o chuveiro elétrico. Da marca Forusi, modelo ducha essenziali 4T, que comprei no dia 11 de janeiro (há 16 dias atrás), o chuveiro explodiu.

Na sequência, o fio que liga a rede elétrica pegou fogo e ao tentar fechar a torneira levei um violento choque que me deixou tonto e quase sem noção. Como o disjuntor do apartamento não desarmou (falha grave 2) o curto circuito prosseguiu, enquanto eu corria até a cozinha para desligar o tal disjuntor na mão. Desliguei e, ainda correndo, joguei uma toalha em cima do chuveiro que, finalmente, tombou arrastando consigo o cano, fios etc.

A morte interfonou mas dei sorte. Como ninguém atendeu, ela achou que não havia ninguém em casa enquanto eu, ainda tenso (normal), incrédulo (normal) e zonzo (normal) pensava “se eu tivesse morrido meu corpo só seria encontrado uma semana depois, quando vem a diarista”. Claro, no corre corre do dia a dia (bom argumento) ninguém daria falta. Depois, mais lúcido, lembrei do odor, dos vizinhos atraídos pelo odor e, sobretudo, a sandice de me preocupar com o corpo depois de morto.

Hoje fui a mesma loja onde comprei o chuveiro há 16 dias, cuja garantia estendida achei por milagre. Sim, garantia de dois anos mas com um porém: teria que ser um modelo idêntico. Recusei. Nunca tinha ouvido falar em Forusi, e nunca mais quero ouvir falar de novo.

A vendedora (a mesma de 16 dias atrás) insistiu, disse que era meu direito, etc e no final me deu um chuveiro de outra marca (um tal de Hydra) com um grande desconto no preço.

O chuveiro quase assassino e o novo jazem lado a lado. O primeiro irei massacrar a marretadas para que não vá parar na mão de algum catador de lixo que possa ser vitimado. O novo aguarda por uma alma generosa e competente que, PAGA, possa instalá-lo em segurança.

No mais, que venha o Carnaval! Tenho muito a comemorar pelo que passei nos últimos dias. Muito.


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