Estresse Térmico


A expressão da moda é estresse térmico. Segundo O Globo é quando “você fica mais agressivo, fica mais nervoso, o calor te deixa mais cansado, a mente começa a ficar confusa embaixo do sol, e aparece a dor de cabeça.” A nova patologia acirra humores e recomenda-se as pessoas de temperamento quente que evitem o sol, o calor, especialmente em ambientes ingratos e hostis como bancos, ônibus sem ar condicionado superlotados, cidades infernalmente quentes.

O ar condicionado, único predador eficaz contra o calor, é inacessível para a maioria da população por causa do preço e também da sempre suspeita conta de luz. Quem paga R$ 100,00 por mês, com um ar de 10 mil BTU ligado 10 horas por dia pode pagar quase R$ 500,00 no fim do mês. Isso na (inventada por Dilma ) bandeira verde. Quando está no modo bandeira vermelha (quem decide isso eu não sei) a facada fica bem maior.

A distribuidora italiana Enel, que tem atende a 2,5 milhões de residências Estado do Rio, tem um simulador de consumo em seu site, onde você calcula previamente quanto vai gastar de energia, inclusive com impostos. É só clicar em https://enel-rj.simuladordeconsumo.com.br/ambiente/sala  ir clicando e mudando de cômodo, no alto a direita do monitor (três traços horizontais).

É evidente que a temperatura em várias regiões do Brasil vem subindo, especialmente no verão, um fenômeno que, para mim, pouco tem a ver com o El Niño mas piora muito com o desmatamento generalizado, abuso de concreto, cimento, asfalto nas grandes e médias cidades que, ainda por cima, perdem árvores. Encostas sendo tomadas por casas, há poucas cidades com um bom programa de fiscalização ambiental, plantio de árvores, tratamento de rios, baías.

O calor mata. Todo mundo sabe. Mata pessoas saudáveis expostas ao calor extremo, bebendo menos de dois litros e meio de água por dia como recomendam os organismos internacionais. Mas o pior, cruel, desumano é o que está acontecendo em vários hospitais públicos do Rio onde os equipamentos de refrigeração estão sem manutenção.

As cenas na TV são fortes, crianças e idosos internados sofrendo, familiares tentando aliviar com ventiladores enquanto o maior orçamento do governo federal para este ano é o da saúde, quase R$ 130 bilhões.

Irrita muito mais ouvir o prefeito do Rio mandar dizer (ele não gosta da imprensa, manda avisar) que está tudo bem, que está normalizando a refrigeração dos hospitais públicos. Causa indignação ver o recém empossado governador do RJ fazendo flexão infantil em frente aos militares da PM em visita ao Bope. Foi hoje esse mico. Também não fala sobre o drama do calor na saúde pública.

O único que tomou uma atitude foi o ministro da saúde que fez uma visita flagrante ao Hospital Geral de Bonsucesso onde a diretora, que não é médica, estava fazendo uma festinha comemorando o aniversário do hospital. Festinha que custou mais de R$ 160 mil, pagos pelos fornecedores. 

Há dias o ministro disse que os sete hospitais federais do Rio estão tomados por milícia que cobram até por lugar melhor na chamada fila da agonia para quem busca cirurgia e atendimentos em geral. Ele prometeu demitir todo mundo, de todos os escalões, mas vivemos tempos em que promessa não é dívida. Melhor esperar.

Atrocidades como essas agravam, e muito, o nosso estresse. De todos os tipos.

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