Ótimo filme, “Minha Fama de Mau” é um mergulho na vida de Erasmo Carlos e da Jovem Guarda
Gabriel Leone, Malu Rodrigues e Chay Suede
Roberto e Erasmo na estreia
lui Farias, Erasmo e L.G Bayão
Malu Rodrigues e Wanderleia
Chay Suede e Erasmo
Largue o que estiver fazendo e voe para um cinema.
Assisti ao filme “Minha Fama de Mau” e pude sorver livremente momentos que me conduziram ao início dos anos 1960 a virada para os 70. A música é um banco de memória com o poder de nos arrastar em viagens pelo tempo e o som da Jovem Guarda, em especial do Erasmo Carlos, me devolvem às cores, aromas, a grande festa que marca o início da adolescência, também conhecido como puberdade.
O roteirista L.G. Bayão fez uma releitura muito saudável do
excelente livro que deu origem ao filme, “Minha Fama de Mau”, do Erasmo. Logo no início, sente-se uma nova linguagem visual que insere imagens
em jornais antigos, outras desfilando pela tela, intrigando, estimulando, apresentando
o cenário onde a incrível história e envolvente de Erasmo Carlos acontece.
Como era lindo o Rio de Janeiro. Como era humano, gentil,
generoso. Como era cidade o Rio de Janeiro nos anos 1970/80.
A direção de Lui Farias dá espaço para que Chay Suede dê um
banho de interpretação, no papel do Erasmo. Ele, Chay, também canta várias
músicas e sua veia roqueira aparece em cenas onde percebemos, por
exemplo, que ele toca mesmo o violão, sem dublagem.
Sentado ao lado de Roberto Carlos, na estreia, Erasmo
comentou que “dei força para o Chay (Suede), o Gabriel (Leone) e a Malu
(Rodrigues) gravarem as músicas. Eles cantam muito bem e eu não aguento mais
ouvir as minhas versões”.
O filme regravou clássicos da Jovem Guarda como “Vem Quente
que Eu Estou Fervendo” e “Festa de Arromba” para o filme. O Tremendão contou
que uma das cenas que mais o emocionaram foi aquela em que o chapa Roberto
Carlos o apresenta “Amigo”, feita em sua homenagem.
Também está ótimo o Gabriel Leone no papel de Roberto
Carlos. Talentoso, não se preocupou em ser clone do cantor o que foi ótimo.
Inclusive, ele sequer manca, como o Roberto.
Malu Rodrigues vive Wanderléia, a “Ternurinha”, que ganhou o apelido
após dar um “coice” no próprio Erasmo que estava no ar na Rádio Guanabara
substituindo o show man Carlos Imperial.
A mistura de imagens reais da jovem guarda com as imagens
criadas matam a saudade daqueles que, direta ou indiretamente tiveram contato
com o iê iê Iê brasileiro e podem rever a segunda geração do rock brasileiro
sacudir as estruturas.
Diversões, brincadeiras, muita gargalhada, a Jovem Guarda foi
uma festa, para milhões de pessoas e, principalmente, para os artistas
envolvidos. Um cometa que passou rápido, muito rápido, de 1964 (final) até 1967
(final). Na cabeça do cometa, Erasmo, Roberto e Wanderléia.
A fase dramática de Erasmo Carlos, quando a Jovem Guarda
acabou, ele e Roberto se afastaram, o ostracismo bateu na porta é bem realista.
Um realismo que mostra que o Tremendão foi salvo por uma música corajosa, “Sentado
a Beira do Caminho”, quando ele quase descreve
esse momento abissal de sua vida. Ouça o original aqui: https://bit.ly/2GD2xxN
.
Cenas de beleza embaladas pelo como o clássico “Meu Mar”, até
pelo lirismo com aroma de adolescência que a música evoca, mexe com todo mundo.
Ouça o original aqui: https://bit.ly/2BO9EiT
“Minha Fama de Mau” é um filme para fãs de Erasmo (e da Jovem
Guarda), curiosos, saudosos, a garotada que quer saber o que foi, afinal,
aquele furacão que varreu o país.
A Sinopse
Na
Tijuca dos anos sessenta o jovem Erasmo Carlos alimenta uma paixão: o rock and
roll. Fã de Elvis, Bill Haley e Chuck Berry, ele aprende a tocar violão
enquanto vive de sonhos, bicos e pequenas delinquências.
Sua fama
de roqueiro atrai Roberto Carlos, e logo se tornam parceiros e amigos. Um mega
sucesso chega com a Jovem Guarda, programa de televisão onde Roberto, Erasmo e
Wanderlea são a atração principal.
"Minha
Fama de Mau" é um mergulho emocionante na música e na vida de Erasmo
Carlos que, com cabeça de homem e coração de menino, se tornou o Tremendão,
símbolo vivo do rock nacional.
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