A envelhescência
Por Sandra Pujol, site Cult Carioca
Se observamos com cuidado, podemos detectar a aparição de uma
nova faixa social que não existia antes: pessoas que hoje têm entre sessenta e
oitenta anos.
A esse grupo pertence uma geração que expulsou da
terminologia a palavra envelhecer, porque simplesmente não tem em seus planos
atuais a possibilidade de fazê-lo.
É uma verdadeira novidade demográfica, semelhante ao
surgimento da adolescência; na época, que também era uma nova faixa social, que
surgiu em meados do século XX para dar identidade a uma massa de crianças
desabrochando, em corpos adultos, que não sabiam, até então, para onde ir ou
como se vestir.
Este novo grupo humano, que hoje tem cerca de sessenta,
setenta ou 80 anos, levou uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes que trabalharam durante
muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio que tanta literatura
latino-americana deu por décadas ao conceito de trabalho.
Longe dos tristes escritórios, muitos deles procuraram e
encontraram, há muito tempo, a atividade que mais gostavam e na qual ganham a
vida.
Supostamente é por isso que eles se sentem plenos; alguns nem
sonham em se aposentar.
Aqueles que já se aposentaram desfrutam plenamente de seus
dias, sem medo do ócio ou solidão, crescem internamente. Eles desfrutam do
tempo livre, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, carências,
esforços e eventos fortuitos, vale bem a pena contemplar o mar, a serra e o
céu.
Mas algumas coisas já sabemos que, por exemplo, não são
pessoas paradas no tempo; pessoas de cinquenta, sessenta ou setenta, homens e
mulheres, operam o computador como se tivessem feito isso durante toda a vida.
Eles escrevem e veem os filhos que estão longe e até esquecem
o antigo telefone para entrar em contato com seus amigos para os quais escrevem
e-mails ou mandam whatsapps.
Hoje, pessoas de 60, 70 ou 80 anos, como é seu costume, estão
lançando uma idade que AINDA NÃO TEM NOME. Antes, os que tinham essa idade,
eram velhos e hoje não são mais... hoje estão fisica e intelectualmente plenos,
lembram-se da sua juventude, mas sem nostalgia, porque a juventude também é
cheia de quedas e nostalgias e eles bem sabem disso.
Hoje, as pessoas de 60, 70 e 80 anos celebram o Sol todas as
manhãs e sorriem para si mesmas com muita frequência ... Elas fazem planos para
suas próprias vidas, não com as vidas dos demais.
Talvez, por algum motivo secreto que apenas os do século XXI
conheçam e saberão, a juventude é carregada internamente. A diferença entre uma
criança e um adulto é, simplesmente, o preço de seus brinquedos.
Nota do site - Texto colhido na internet, em
postagem no Facebook. Não sabemos o
título da postagem original. O título do texto foi criado para efeito de
publicação.
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