Desonra


 

Lauro Jardim, do Globo, informa que reina indignação generalizada entre generais da ativa, revoltados com a maneira grosseira, baixa, escroque como o presidente Bolsonaro chutou porta a fora da presidência da Petrobrás o general Silva e Luna.

 

Os militares chegaram a usar a palavra “desonroso”.

 

Um general de quatro estrelas comentou:

 

- O nosso incômodo é ainda maior porque o general Luna foi ministro da Defesa.

 

Lauro enfileirou os generais que Bolsonaro ofendeu, humilhou, pisoteou.

 

Escreveu:

 

* Otávio Rêgo Barros (antigo porta-voz): teve o cargo esvaziado com as entrevistas de Bolsonaro no “cercadinho” do Alvorada e a recriação do Ministério das Comunicações. Tornou-se crítico do governo após a saída, em agosto de 2020.

 

* Fernando Azevedo e Silva (ex-ministro da Defesa): deu lugar a Braga Netto, em março de 2021, após desagradar Bolsonaro pelo empenho na defesa das “Forças Armadas como instituição de estado”, nas palavras de sua própria carta de demissão.

 

* Edson Pujol (ex-comandante do Exército): retirado do cargo em abril de 2021 por ordem de um Bolsonaro incomodado com a resistência do militar à politização dos quartéis e ao negacionismo da Covid (o general recusou um aperto de mão do presidente em meio ao isolamento: devolveu com o cotovelo).

 

* Maynard Santa Rosa (ex-Assuntos Estratégicos): exonerado em novembro de 2019 após desentendimentos com Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), com o Planalto em silêncio. Gustavo Bebianno, responsável pela indicação, falou em “desrespeito ao Exército”, à época.

 

Outros três foram para a rua numa mesma semana, em junho de 2019:

 

* Carlos Alberto Santos Cruz (ex-secretário de Governo): dispensado após colidir com a ala ideológica do governo, com destaque para Carlos Bolsonaro, ávido para controlar a comunicação, então sob a guarda do general. Ele se tornou desafeto e adversário político.

 

* Franklimberg Freitas (ex-presidente da Funai): caiu por pressão de ruralistas, pelas mãos de Damares Alves, com anuência de Bolsonaro. Foi acusado de não estar alinhado com as políticas do presidente para a causa indígena.

 

* Juarez de Paula Cunha (ex-presidente dos Correios): discursou contra a privatização da empresa e acabou exonerado por “agir como um sindicalista” (nas palavras de Bolsonaro). Havia despertado a ira ao posar com petistas num ato contra o repasse à iniciativa privada.

 

Hamilton Mourão, na vice, só não teve o mesmo destino graças às urnas.

 

Bolsonaro e Lula são cachaça do mesmo alambique.


Gente de botequim, cuspe no chão.

 

Iletrados, imbecis, grosseiros.

 

Constroem relações movidas única e exclusivamente por interesses pessoais.

 

Não tem caráter, honra, hombridade.

 

Traficantes, milicianos, bandidos de qualquer espécie, Bolsonaro e Lula estendem tapete vermelho sem titubear quando há dinheiro e poder em jogo.

 

Depois de chuparem a laranja, cospem o bagaço fora na primeira privada que encontram.

 

Silvio e Luna e todos os outros generais sabiam disso.

 

Afinal, Bolsonaro foi praticamente expulso do Exército por terrorismo e indisciplina, a ponto do general Ernesto Geisel defini-lo como “um mau militar”.

 

Ouça: https://www.youtube.com/watch?v=sm79V1TgHRM

 

Quem se submete a Lula e Bolsonaro, enquanto estiver atendendo aos interesses (muitas vezes espúrios) de ambos sobrevive. Depois, lixeira.


Logo, os generais chutados por Bolsonaro não têm direito à lágrimas. 


Sabiam e aceitaram a submissão, a condição de capachos do ex-capitão.

 

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