tag:blogger.com,1999:blog-19353763764792564052024-03-12T21:51:20.117-03:00Coluna do LAMEste blog caminha para 1 milhão e 500 mil acessos.
É um mergulho na essência da cultura do planeta, do Brasil, Amazônia, comportamento, sociedade, crises, devaneios.
Diariamente tento fazer o melhor e agradeço a sua presença, leitura, opinião.
Abraço, Luiz Antonio Mello
Unknownnoreply@blogger.comBlogger1292125tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-77147110207829263612023-05-01T16:03:00.002-03:002023-05-01T18:16:21.945-03:00A mídia e o moedor de carne<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNabMPCMmhPjflaeR61Gaaqtjjfkqtjm9gLkZjEWNl7SQD5djc2zgaoPqa_nunTOV7P35FmUGztZcGLUKPKupipEVo2UeDRtymV5efYsS2Uw3ykAQoC8N2WxqTIdrIMeGOIAcewrpsQ8b3WSHskLyV420TT6ETHu32JV3BOO3KEoB25L05QZb4cFWFnA/s2000/James-Dean-lead.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1125" data-original-width="2000" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNabMPCMmhPjflaeR61Gaaqtjjfkqtjm9gLkZjEWNl7SQD5djc2zgaoPqa_nunTOV7P35FmUGztZcGLUKPKupipEVo2UeDRtymV5efYsS2Uw3ykAQoC8N2WxqTIdrIMeGOIAcewrpsQ8b3WSHskLyV420TT6ETHu32JV3BOO3KEoB25L05QZb4cFWFnA/w415-h233/James-Dean-lead.jpg" width="415" /></a></div><p>Não conheço James Dean, que se espatifou com o seu Porsche 550 Spyder em setembro de 1955. Morreu com 24 anos.</p><p>1955 foi o ano em que nasci.</p><p>Zapeando a Amazon Video dei de cara com o filme "Life: um retrato de James Dean".</p><p>Diretor, Anton Corbijn, no papel de Dean, Dane Dehaan e vivendo o fotógrafo Dennis Stock, Robert Pattinson.</p><p>História real.</p><p>James Dean ainda não era sucesso. Mesmo assim Stock queria fazer um ensaio fotográfico do ator. Intuia que ele seria uma estrela.</p><p>Fez o ensaio para a revista Life, que naquele 1955 vendia 30 milhões de exemplares por semana.</p><p>O filme não passa daí mas mostra um James Dean inteligente, culto, meio down, família, indomável.</p><p>Quando morreu foi estigmatizado como um imbecil porra louca.</p><p>Depois do filme, fui ao YouTube e assisti a algumas entrevistas com ele e sobre ele. Era piloto de automóveis, estava entre os melhores dos EUA, se preparava para as 500 milhas de Indianápolis.</p><p>Só corria nas pistas, nunca em ruas ou estradas, e quando bateu a perícia constatou que estava a 80 km/h. Dentro do limite. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQZCYSxf2v_NDSfRbNjmCgFJc8Yv7p3oKsMPjeHExYjbbiZel9_7OREzEuZ4P_0xd-eXQvPLTkL1rsspKRdgePF89ajfOnhkxD_3qvRLOJbK_oTH8BioMWDT3A9BZl_DQU48DmLoqpDOakm1qE4NDLVEn6AVIOHJipAGtYFvjvTgDXsN-eU2xB8EQBg/s1000/james-dean-porsche-1000x720.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1000" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeQZCYSxf2v_NDSfRbNjmCgFJc8Yv7p3oKsMPjeHExYjbbiZel9_7OREzEuZ4P_0xd-eXQvPLTkL1rsspKRdgePF89ajfOnhkxD_3qvRLOJbK_oTH8BioMWDT3A9BZl_DQU48DmLoqpDOakm1qE4NDLVEn6AVIOHJipAGtYFvjvTgDXsN-eU2xB8EQBg/w382-h275/james-dean-porsche-1000x720.jpg" width="382" /></a></div><br /><p>Como era por do sol e o Porsche Spyder não tinha capota e era muito baixo, o motorista do carro que bateu não o viu.</p><p>Um amigo dele disse: </p><p>"Apaixonado por carros morreu fazendo o que mais gostava de fazer. Foi como se tivesse morrido trepando".</p><p>Não é essa a imagem que é vendida.</p><p>Valem os fatos ou valem as versões?</p><p><br /></p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-69407886646064572742022-04-01T15:02:00.001-03:002022-04-01T15:02:11.531-03:00Desonra<p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdJXKbAkeqBqWZAuI4rD56X99ZTZlxNgvsues8DD1CV7YKhfhGHm42DkvoAeCaiw0z14T_-S1FEps8IOlHf3vYBedmwcoxhvhfK9J-ugEtpD8F8NnEk-8P7Kt1bue5jyr1oKV9e3qLLS7ada3wvwt9Ome9oNNHKMCzjmq9mvxuwDKVcDXyHRcC-zUtSw/s620/BOLSONARO.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="350" data-original-width="620" height="326" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdJXKbAkeqBqWZAuI4rD56X99ZTZlxNgvsues8DD1CV7YKhfhGHm42DkvoAeCaiw0z14T_-S1FEps8IOlHf3vYBedmwcoxhvhfK9J-ugEtpD8F8NnEk-8P7Kt1bue5jyr1oKV9e3qLLS7ada3wvwt9Ome9oNNHKMCzjmq9mvxuwDKVcDXyHRcC-zUtSw/w591-h326/BOLSONARO.webp" width="591" /></a><br /> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Lauro Jardim, do Globo, informa que reina indignação
generalizada entre generais da ativa, revoltados com a maneira grosseira,
baixa, escroque como o presidente Bolsonaro chutou porta a fora da presidência
da Petrobrás o general Silva e Luna.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Os militares chegaram a usar a palavra “desonroso”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Um general de quatro estrelas comentou:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">- O nosso incômodo é ainda maior porque o general Luna foi
ministro da Defesa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Lauro enfileirou os generais que Bolsonaro ofendeu, humilhou,
pisoteou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Escreveu:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">* Otávio Rêgo Barros (antigo porta-voz): teve o
cargo esvaziado com as entrevistas de Bolsonaro no “cercadinho” do Alvorada e a
recriação do Ministério das Comunicações. Tornou-se crítico do governo após a
saída, em agosto de 2020.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">* Fernando Azevedo e Silva (ex-ministro da
Defesa): deu lugar a Braga Netto, em março de 2021, após desagradar Bolsonaro
pelo empenho na defesa das “Forças Armadas como instituição de estado”, nas
palavras de sua própria carta de demissão.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">* Edson Pujol (ex-comandante do Exército): retirado
do cargo em abril de 2021 por ordem de um Bolsonaro incomodado com a
resistência do militar à politização dos quartéis e ao negacionismo da Covid (o
general recusou um aperto de mão do presidente em meio ao isolamento: devolveu
com o cotovelo).<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">* Maynard Santa Rosa (ex-Assuntos Estratégicos):
exonerado em novembro de 2019 após desentendimentos com Jorge Oliveira
(Secretaria-Geral), com o Planalto em silêncio. Gustavo Bebianno, responsável
pela indicação, falou em “desrespeito ao Exército”, à época.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Outros três foram para a rua numa mesma semana,
em junho de 2019: <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">* Carlos Alberto Santos Cruz (ex-secretário de
Governo): dispensado após colidir com a ala ideológica do governo, com destaque
para Carlos Bolsonaro, ávido para controlar a comunicação, então sob a guarda
do general. Ele se tornou desafeto e adversário político.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">* Franklimberg Freitas (ex-presidente da Funai):
caiu por pressão de ruralistas, pelas mãos de Damares Alves, com anuência de
Bolsonaro. Foi acusado de não estar alinhado com as políticas do presidente
para a causa indígena.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">* Juarez de Paula Cunha (ex-presidente dos
Correios): discursou contra a privatização da empresa e acabou exonerado por
“agir como um sindicalista” (nas palavras de Bolsonaro). Havia despertado a ira
ao posar com petistas num ato contra o repasse à iniciativa privada.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Hamilton Mourão, na vice, só não teve o mesmo
destino graças às urnas.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Bolsonaro e Lula são cachaça do mesmo alambique. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Gente de botequim, cuspe no chão. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Iletrados, imbecis, grosseiros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Constroem relações movidas única e exclusivamente por interesses
pessoais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Não tem caráter, honra, hombridade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Traficantes, milicianos, bandidos de qualquer espécie,
Bolsonaro e Lula estendem tapete vermelho sem titubear quando há dinheiro e
poder em jogo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Depois de chuparem a laranja, cospem o bagaço fora na
primeira privada que encontram.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Silvio e Luna e todos os outros generais sabiam disso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Afinal, Bolsonaro foi praticamente expulso do Exército por
terrorismo e indisciplina, a ponto do general Ernesto Geisel defini-lo como “um
mau militar”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Ouça: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=sm79V1TgHRM">https://www.youtube.com/watch?v=sm79V1TgHRM</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Quem se submete a Lula e Bolsonaro, enquanto estiver
atendendo aos interesses (muitas vezes espúrios) de ambos sobrevive. Depois, lixeira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Logo, os generais chutados por Bolsonaro não têm direito à lágrimas. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Sabiam e aceitaram a submissão, a condição de capachos do ex-capitão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></i></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-58527848027886064752022-03-30T19:51:00.003-03:002022-03-31T09:41:01.537-03:00A Lira do Delírio<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgABllfZC9zRcyNI9soOf7aLfUNZVUTp1pLqP4ebmBsXyowdRVbODSR1bmSbJnk6l-cK08TKWBTSefRTyMG5yRurbc7UNwlpvMmePLIFc-BsbCDDHtaHW5ITNr4rMiaHEZkW0B4DPOE_wso2YqW-cYgI_qaBClDsLIdgUH2YxrooOF7ZEPFgV8BlFC0tA/s1600/A%20lira%20do%20del%C3%ADrio.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1600" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgABllfZC9zRcyNI9soOf7aLfUNZVUTp1pLqP4ebmBsXyowdRVbODSR1bmSbJnk6l-cK08TKWBTSefRTyMG5yRurbc7UNwlpvMmePLIFc-BsbCDDHtaHW5ITNr4rMiaHEZkW0B4DPOE_wso2YqW-cYgI_qaBClDsLIdgUH2YxrooOF7ZEPFgV8BlFC0tA/w549-h313/A%20lira%20do%20del%C3%ADrio.jpg" width="549" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Nesta quarta-feira
precisei ir ao miolo do Centro de Niterói onde os ecos de uma parte de minha
história reverberam nos rebocos rachados e cheios de limo de casas, ou quase
casarões e sobrados que estão preservados por uma razão não muito digna.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Estão abandonados.
Desde sempre.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Comecei a trabalhar naquela
região. Naquela região nasceu a Rádio Fluminense FM.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Nesta quarta-feira à
tarde eu estava de bicicleta, há tempos o meu meio de transporte. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O miolo do Centro de
Niterói, - vou tentar explicar – são aquelas quadras onde ficam ruas como
Visconde de Itaboraí, Visconde do Uruguai, Marques de Caxias, Saldanha Marinho.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Podemos dizer que o
epicentro do miolo é o Jardim São João.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Pedalando por ali,
devagar, cruzando as extensas e organizadas filas de barracas de camelôs, a
sensação é meio de melancolia, abatimento, desalento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Talvez o que estejam
sentindo aquelas casas que um dia, em algum século que já voou, tenham sido
alegres como os galos, as noites e os quintais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Caramba, como gosto do
Belchior.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Pedalei a Visconde de
Uruguai, entrei na São João, parei, amarrei a bicicleta num poste na beirada do
Jardim para ir a uma reunião e um cara me chamou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Não o conhecia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Mas ele vinha reto, de
blazer, como um tubarão tigre em Saquarema e falou umas coisas que não entendi.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Estava de máscara.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Ele também não me
conhecia. Tirou a máscara e disse que trabalhava para um “oculista” que fazia
exame de vista grátis desde que eu fizesse os óculos na ótica recomendada por
ele.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Há tempos estou para
marcar um oftalmologista, mas o meu plano de saúde é enrolado, confuso e
descarado, e só consigo agendar alguma coisa depois de distribuir coices no
Reclame Aqui. Aquilo funciona: <a href="http://www.reclameaqui.com.br/">www.reclameaqui.com.br</a>
.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Topei.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Falando sem parar o
cara foi na frente. Lojas e mais lojas espalhando bandejas junto a calçada,
cheias de calcinhas, cuecas, sandálias, carteiras de dinheiro, bermudas,
chaveiros, lâmpadas, chaves de fenda.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Entramos numa galeria
meio escura e esquisita. E decadente. E suja.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Não repara não,
bradou o anfitrião.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">No final da galeria
uma pastelaria e, em frente, uma ótica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Trouxe um cliente,
comemorou o anfitrião.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Uma moça sentada numa
mesinha, séria, perguntou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Você vai aproveitar essa
armação ou quer fazer outra?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Eu disse que queria
fazer o exame de vista grátis e caso precisasse aumentar o grau de meus óculos
iria por lentes novas na minha armação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- É o contrário.
Primeiro você escolhe os óculos, faz o orçamento e depois faz o exame em outro
endereço. E o exame não é de graça. De graça é essa minha consulta aqui.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Desconfortável, o
anfitrião foi lá dentro e buscou um copo d’água.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Quer?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Não, respondi.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Sua lente é aquela
que escurece?, perguntou a vendedora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- É, mas quero uma
multifocal básica. Muito básica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Oitocentos reais,
mas não é digital.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Não entendi, mas fui
em frente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Lente não digital é
lente analógica? O que é lente analógica?, perguntei.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Não sei...você que
disse que é analógica, eu disse que não é digital, ela rebateu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Certo, e lente não
digital é o que?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Também não sei. Não
é digital e nem anti-reflexo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- E anti-reflexo custa
quanto?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Novecentos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Aflito, o anfitrião
agradeceu por mim e me fez sair de lá. Quis me levar a outra ótica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Saímos da galeria, atravessamos
a rua São João e ele entrou numa ótica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Lente Kodak,
anti-reflexo por R$ 750,00. Mais óculos reserva por R$ 300,00, sentenciou uma
vendedora bem humorada, pra cima, inteligente, insinuando preencher um pedido
para oficializar a transação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Semana que vem eu
volto, tenho uma reunião. Cortei.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">- Semana que vem vou
estar de férias. Fala com o meu patrão, aquele magrinho ali abaixado atrás da
porta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Fui a reunião que acabou
no fim da tarde. Pedalei mais pelo miolo do Centro. Só umas poucas casas com as
luzes acesas. A maioria virou comércio popular.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A noite o Centro fica
deserto. E triste. E melancólico. E abandonado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Como me senti lá nos
anos 1970, quando terminou “A Lira do Delírio” no cinema Central.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-62624185834906817052022-03-29T17:20:00.003-03:002022-03-29T17:20:50.104-03:00I Food...a-se<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUbLtEnrskhMNSplIHoZbKKRFI5afKw7lQUL7uE5ovvknplXC1ps7DEsgZWbkBq-iBEO-P8Oza--Ku5BNXZSUrkV5le_vDYYdOwMdtDp5BCGW2vV7g0VNMqXvV8zrdvmWJF4xlPmId9gSrxTEnfQb5XDG5jr9f2uAt-vW786aTHZvo3bHDSy0jsZOoEg/s1200/IFOOD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="1200" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUbLtEnrskhMNSplIHoZbKKRFI5afKw7lQUL7uE5ovvknplXC1ps7DEsgZWbkBq-iBEO-P8Oza--Ku5BNXZSUrkV5le_vDYYdOwMdtDp5BCGW2vV7g0VNMqXvV8zrdvmWJF4xlPmId9gSrxTEnfQb5XDG5jr9f2uAt-vW786aTHZvo3bHDSy0jsZOoEg/w420-h216/IFOOD.jpg" width="420" /></a></div><br /><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">Resolvi fazer uma experiência com o iFood neste mês de março,
mês que está arrumando as malas para ir viver no infinito.</span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">iFood é uma atividade meio. Liga o consumidor ao fornecedor
em troca de um pagamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O aplicativo que baixamos no celular parece simples, mas não
é.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O aplicativo se faz de burro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Para usar de vez em quando, ocasiões especiais, com tempo e
dinheiro de sobra, funciona bem, mas no pega pega do dia a dia pode gerar
irritação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ontem o meu pedido chegou dentro do tempo normal de espera,
média de 40 minutos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A embalagem de isopor veio cheia de fita durex para que não
abrisse durante o transporte. Tá bom, vamos lá. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O problema é que dentro do prato, bem no meio entre o peito
de frango e o arroz, estava um enorme pedaço de durex embolado com a comida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Vai reclamar? Com quem?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">iFood é robô e os robôs do nosso cotidiano foram inventados e
programados não para servir, mas para perseguir, cobrar, atazanar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Coincidentemente uma colega de trabalho também tinha pedido
iFood, mas o dela simplesmente não chegou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Conseguiu o telefone do fornecedor que mandou reclamar com o
iFood, até porque de uma maneira geral você paga antes de receber. Só mandam quando
confirmam que o Pix entrou na conta deles.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">No caso dela, pagou e não recebeu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O fornecedor deu um iFood...-se, mandou se entender com o
aplicativo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">De robô em robô, perdendo horas, conseguiu o estorno do dinheiro
de madrugada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">iFood trilha a mesma rota do Uber e 99.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Começaram bonitinho, ar condicionado gelado, bala, água mineral,
carro limpo, ótimo estado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hoje, em geral o carro fede, está caindo aos pedaços, o
motorista reclama que não ganha para pagar o combustível e o calor à bordo só
não é senegalês porque no Senegal a temperatura é muito mais amena. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Vejo aqui: em Dakar, capital, chove e a temperatura é de 19
graus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Os motoristas não ligam o ar condicionado culpando a pandemia
(na verdade economizam combustível), não lavam o carro culpando a inflação (acham
caro lavar), não dão manutenção culpando a carestia (peças e mão de obra nas
alturas), no final do rosário de infelicidades fica a impressão de que a culpa
é nossa por termos solicitado o serviço.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Uber e 99 são problemas que joguei pro alto há tempos. Só uso
bicicleta e ônibus com ar condicionado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Quanto ao iFood marquei os que melhor atendem (em geral, mais
caros) e voltei a pedir direto ao fornecedor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">I Food...a!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-73815472141791571262022-03-28T08:55:00.003-03:002022-03-28T09:15:35.680-03:00Irrelevância<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5pIBf5MYpxeX4ZVB_NUSXecbufjxxfzFPkRXM9gAZisk4Q7F30q9jfZr1z2ZF-e7eThLQ2v3OdlObdjrxibhDyJvN4JKFoChZq6KklBOxlmhsQn8EcGDMJ58lnPLykUgO_37yvpqWBWX2hVp5pEyASVjqTSby5-FPfn5Iy0V1UjASSlFkbVoKdhvIFQ/s898/COLUNA%2001.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="727" data-original-width="898" height="377" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5pIBf5MYpxeX4ZVB_NUSXecbufjxxfzFPkRXM9gAZisk4Q7F30q9jfZr1z2ZF-e7eThLQ2v3OdlObdjrxibhDyJvN4JKFoChZq6KklBOxlmhsQn8EcGDMJ58lnPLykUgO_37yvpqWBWX2hVp5pEyASVjqTSby5-FPfn5Iy0V1UjASSlFkbVoKdhvIFQ/w489-h377/COLUNA%2001.JPG" width="489" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">No fim de semana postei no Facebook o link de minha coluna
semanal no jornal A TRIBUNA. <o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><a href="https://www.atribunarj.com.br/luiz-antonio-mello-blogueiro-e-o-cacete/">https://www.atribunarj.com.br/luiz-antonio-mello-blogueiro-e-o-cacete/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Vejo que muita gente está curtindo e comentando.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Sinto-me mais relevante, em tempos de irrelevância
implícita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Não sabia que quando decidi mergulhar nos oceanos inquietos, turbulentos
e apaixonantes do Jornalismo, estava conhecendo a minha razão de viver.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Por sinal, título da autobiografia de Samuel Wainer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Razão de Viver e seus amores impossíveis.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCifcyTS3ClcQH9CD_RsYCM95AGMybYv-sZnELiZAPZjdBw218bNQYsqnN4vCNu4K80XL6tNZ8WuzCwA5Ueps1qF2gprFbOfrhHAgyJCHXyxdff2eNuz7vBh72tSlP2ptO4P8eGafhlRUrsFHKoT1iDMbfO5H5dXFD0W41WljIkEmj3_p9J48-VGJaQw/s659/COLUNA%2002.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="659" data-original-width="431" height="395" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCifcyTS3ClcQH9CD_RsYCM95AGMybYv-sZnELiZAPZjdBw218bNQYsqnN4vCNu4K80XL6tNZ8WuzCwA5Ueps1qF2gprFbOfrhHAgyJCHXyxdff2eNuz7vBh72tSlP2ptO4P8eGafhlRUrsFHKoT1iDMbfO5H5dXFD0W41WljIkEmj3_p9J48-VGJaQw/w355-h395/COLUNA%2002.jpg" width="355" /></a></div><i><span style="color: white; font-size: x-small;"><b style="background-color: black;"><span face="-apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol"" style="text-align: left;">Relevante primeira página do </span><span face="-apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol"" style="box-sizing: border-box; text-align: left;">Jornal do Brasil</span><span face="-apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol"" style="text-align: left;"> de 12 de setembro de 1973, que noticia a destituição do presidente do Chile, Salvador Allende, por um golpe militar e sua morte.</span></b></span></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i style="text-align: left;"><span style="color: white; font-size: x-small;"><b style="background-color: black;">Como a censura no Brasil tinha proibido um título forte sobre o Chile, os editores publicaram a primeira página sem título e sem foto.</b></span></i><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Ao longo dessa longa e sinuosa estrada chamada Vida, em
muitos momentos ouço um sussurro vindo do nada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Invisível.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">O sussurro sugere que eu me recolha a minha insignificância
por um tempo para pensar, pensar, pensar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Dizem que pensar é o que nos difere dos símios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Prefiro me recolher à minha irrelevância que acho mais
significativa do que a insignificância.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Por isso me fazem bem os comentários e as curtidas dos
leitores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Sinal de que não estou sozinho, no inverno de Kilimanjaro,
gritando frases que não são ouvidas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Sentir-me menos irrelevante faz bem a alma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Ponto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"> </span></p></div><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-88880229458541710182022-03-26T14:10:00.002-03:002022-03-26T14:10:20.073-03:00A morte do baterista do Foo Fightrers<p> <br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKbDuEo7x4Zl8s2EahEFnD4rCPvKSbEdrOTw3sd2LLgusgC79jFIXiPw6zC1wcWmxL5hYljU47NmoHlLAUisHJskEKLe27Y17jB6b7vdv4GJYoUghxKiIMt9dYLZgKI27FsvfQVyAaVLz7UPxSOsD_h8ow1HxAmv8fjIwYl2FWbWnlm9QW9zDuduyxYQ/s1280/TAYLOR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKbDuEo7x4Zl8s2EahEFnD4rCPvKSbEdrOTw3sd2LLgusgC79jFIXiPw6zC1wcWmxL5hYljU47NmoHlLAUisHJskEKLe27Y17jB6b7vdv4GJYoUghxKiIMt9dYLZgKI27FsvfQVyAaVLz7UPxSOsD_h8ow1HxAmv8fjIwYl2FWbWnlm9QW9zDuduyxYQ/w505-h299/TAYLOR.jpg" width="505" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">O corpo de Taylor Hawkins, 50
anos, baterista da super banda Foo Fighters, foi encontrado ontem, sem vida, num quarto
de hotel em Bogotá, Colômbia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">A banda tocaria amanhã no Festival
Lollapalooza, em São Paulo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Ao longo do tempo, muitos artistas
morreram assim, sem um motivo claro aparente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Nós que gostamos dele, da banda
dele, nós que gostamos de rock, mais uma vez somos atropelados pela tristeza de
perder um grande artista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Taylor foi um grande baterista,
grande cantor, grande compositor e todo mundo no meio dizia que era um grande
cara.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Foo Fighters divulgou uma nota:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">"Estamos
absolutamente devastados pela perda do nosso amigo, Taylor Hawkins. Não há
palavras para descrever o que ele significou para nós e para todos fãs de
música ao redor do mundo. Nosso amor e apoio incondicionais vão para sua
família, o Foo Fighters e toda sua equipe".<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Nós, aqui, desejamos que ele fique
em paz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p><br /></div><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-39839694319189496232022-03-22T15:10:00.000-03:002022-03-22T15:10:35.181-03:00Libertação e expectativas prisioneiras, por Margareth Dalcolmo<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4gDf-T29cjulK3m8bAVPuLLDGFZYwKeTJ1T6TsEJLBk1PMwvCQ4IOUxvZ6cfTN3bywJSWsH3kpJ8HZ1yo65WsWI1_L76VdIONXNGUjRml4Ejj6IFArX_lRb3NzfnKs-69IquAsHHJk8L_FWC5NcZN7xNG4a3ptVLexRpCZigh1o1UFgGmp9AjnBh8LA/s792/PERVERSIDADE.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="432" data-original-width="792" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4gDf-T29cjulK3m8bAVPuLLDGFZYwKeTJ1T6TsEJLBk1PMwvCQ4IOUxvZ6cfTN3bywJSWsH3kpJ8HZ1yo65WsWI1_L76VdIONXNGUjRml4Ejj6IFArX_lRb3NzfnKs-69IquAsHHJk8L_FWC5NcZN7xNG4a3ptVLexRpCZigh1o1UFgGmp9AjnBh8LA/w551-h299/PERVERSIDADE.jpg" width="551" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Impossível não reproduzir este profundo artigo da cientista Margareth
Dalcolmo, publicada no Globo de hoje:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">É desconcertante no bom e no mau sentido,
constatar os excessos do ser humano, após mais de dois anos de pandemia, quando
deveríamos com prioridade estar vencendo as desigualdades vacinais para
proteger a população, em ver eclodir uma guerra evitável. Ver o planeta, ainda
que muito diversamente, se preparar para pensar um amanhã, nas especificidades
das culturas. <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Quando olhamos as imagens de destruição de
prédios na Ucrânia, o que vemos é um excesso de realismo, como num perverso
jogo de Lego ao avesso; de lares e de vidas, ao vivo em nossas salas, com
restos de sapatos ou pedaços de bandeira. <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Fica muito difícil acreditar na humanidade como
cuidadora de seu próprio destino. Um amanhã sobre o qual os filósofos contemporâneos,
não apenas Giorgio Agambem com sua controversas assertivas sobre a magnitude da
pandemia, desde o início, mas Bruno Latour, Judith Butler, ou mesmo Paul
Preciado, com sua antológica análise “Aprendendo do vírus” pensam e escrevem.
Pensam e ousam dizer que o fenômeno, a exemplo de epidemias anteriores, geraria
um momento transformador no planeta, como o que as pestes da segunda metade do
século XIV propiciaram resultar, o Renascimento e tudo o que dele emana. <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Difícil, quase impossível não nos contaminarmos
pelo desalento nesse momento do mundo. Consola-nos os progressos da ciência, as
descobertas das vacinas e dos novos remédios, que esperamos estejam disponíveis
entre nós, em breve, e o reconhecimento de que ela sai vencedora, a despeito de
tanto obscurantismo de que se travestiram os dias mais dramáticos pelas quais
passamos.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Preocupa-nos o cenário epidêmico europeu, porque
sabemos que o emulamos nas ondas anteriores e o mesmo pode ocorrer agora, e
igualmente o asiático, uma vez que fica claro o papel primordial que tiveram as
vacinas, sobretudo nos grupos de população mais idosa e mais vulnerável: a
China continental e Hong Kong deixaram de vacinar dois terços da população
idosa, e hoje pagam o preço de transmissão da cepa Ômicrom e suas variantes. <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Na semana em que se celebra o Dia Mundial da
Tuberculose, em 24 de março, doença que ainda atinge quase dez milhões de
pessoas e mata dois milhões por ano no planeta, constatamos os efeitos
devastadores que a Covid-19 causou, tanto em redução dos diagnósticos quanto
nos tratamentos, muitos interrompidos porque os serviços não funcionaram
adequadamente. A OMS considera que o retrocesso será de pelo menos cinco anos
nos planos de erradicação da doença nas próximas três décadas. <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mesmo no Brasil, onde a tuberculose é de
notificação compulsória, e historicamente operamos com um bom programa de
controle, com tratamentos governamentais e sem conflito entre a medicina
privada e pública, sentimos o efeito da pandemia, com 40% a menos de testes
moleculares para diagnóstico nos últimos dois anos, o que forçosamente
implicará num aumento de incidência nos próximos anos.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E como se diz no popular, “desgraça pouca é
bobagem”, a Ucrânia é um país de altíssima carga epidemiológica de tuberculose,
com mais de 30 mil casos por ano, incidência de 75 casos por 100.000
habitantes, e o maior em taxa de formas multirresistentes aos fármacos da
doença. Em se tratando de enfermidade altamente transmissível e no curso de uma
epidemia de doença viral, como a Covid-19, com tantas similitudes na
sintomatologia, e somado às condições de confinamento em bunkers e estações
fechadas de metrô, não nos é difícil prever o impacto na transmissão imposto
por essas infernais condições em que vivem hoje os ucranianos. <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Organizações humanitárias como Médicos sem
Fronteiras, com larga experiência em operar em zonas de conflito e em lidar com
essas formas de tuberculose, tem tentado fazer chegar os medicamentos
necessários aos complexos esquemas de tratamento exigidos. Mas sabemos que a
logística nessa situação pode ser fatal, ceifando vidas por morte evitável.<o:p></o:p></span></i></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-77600201929858708252022-03-22T09:27:00.002-03:002022-03-22T09:27:48.981-03:00Eutanásia Cósmica<p> <br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnSomo5iIYjlG3GR2zVmu_GMTBy9tAD0pvorwWrjYOiZyALk2b5wudzNCbZkYYlZ8BmgUF1Ybg0cDHeCZxuXwepOdIpWVSH49NRRSXNiBeTSJZ9TWAMwd3HVk6NcOHrnKiLPBtGeo4Xs8fUYhr-DO-uS-yUmgCCGhs9CKJ15A2m57t8kLa-TsBmZkMPQ/s1546/2001-uma-odisseia-no-espac3a7o-5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="699" data-original-width="1546" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnSomo5iIYjlG3GR2zVmu_GMTBy9tAD0pvorwWrjYOiZyALk2b5wudzNCbZkYYlZ8BmgUF1Ybg0cDHeCZxuXwepOdIpWVSH49NRRSXNiBeTSJZ9TWAMwd3HVk6NcOHrnKiLPBtGeo4Xs8fUYhr-DO-uS-yUmgCCGhs9CKJ15A2m57t8kLa-TsBmZkMPQ/w632-h286/2001-uma-odisseia-no-espac3a7o-5.jpg" width="632" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Há uns anos, li num
site de quinquilharias semi inúteis que os americanos estavam inscrevendo, na
surdina, candidatos a voos de ida sem volta a Marte.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O site dizia que
várias pessoas tinham feito inscrições. Teriam assinado uma papelada gigantesca
com autorizações, consentimentos, termos de isenção de responsabilidade, etc. Receberiam
uma dinheirama que ficaria para pessoas, instituições, cachorros e similares indicados
pelos viajantes.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A espécie humana ainda
não consegue ir e voltar a Marte.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Morre no caminho.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Significa que os supostos
inscritos estariam cometendo uma espécie de eutanásia cósmica, suicídio
espacial ou coisa parecida.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Não vou alimentar a
pancadaria, mas quem não pede para nascer no mínimo tem o direito de escolher a
hora e como morrer.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O mundo está a cara da
década de 30, aquele barril de éter, enxofre e pólvora que defenestrou a
beleza, a sensualidade, a libertinagem, a democracia dos anos 20.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">No Brasil, estado novo
(com letras minúsculas), nazismo tropical (integralistas), a ditadura assassina
de Vargas (o doce genocida) e seu carrasco de estimação, Filinto Müller.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Lá fora, a histeria popular
empoderou Mussolini, Hitler, Franco (Espanha), Salazar (Portugal), Perón
(Argentina), uma cordilheira de déspotas que enterraram o planeta em trevas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A Segunda Guerra incinerou
Mussolini (fatiado pelo povo no meio da rua e pendurado de cabeça para baixo
com gancho de açougue). </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Apavorado, com medo que acontecesse o mesmo com ele,
Hitler se matou. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Com ele beberam cianeto a mulher Eva Braun, Joseph Goebbels e
outros da suinaria.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O pós guerra foi de
alívio em todo o mundo. Baby boom e o escambau.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Anos 1950, 60, 70, 80,
90.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Anos 2000.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A treva volta.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">É proibido permitir.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Devastação do planta,
caos climático.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Putin na Rússia, neointegralismo
no Brasil, neonazismo na Europa...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Entrar num foguete de
ida sem volta faz sentido.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Ou não?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal">
</p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> </span></p></div><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-8675711871298267472021-08-30T19:56:00.001-03:002021-08-30T19:56:11.467-03:00Na conta de luz, consumidor paga até por roubo de energia - José Casado, Veja<p><br /> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcwQyxDba4k5aRSGVdpXWnATbnkzxvuMj0sckolHPfNS3y5skxUm7zQ-ouqeqwI9FHgtjtGdV9qPkDXylmxsiYbUmWe030O00CSjjUSsYXKvqsEL-kfJfP1FpjyM0j2m7ud5psnpC7xWXf/s680/GATO+DE+ENERGIA.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="453" data-original-width="680" height="469" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcwQyxDba4k5aRSGVdpXWnATbnkzxvuMj0sckolHPfNS3y5skxUm7zQ-ouqeqwI9FHgtjtGdV9qPkDXylmxsiYbUmWe030O00CSjjUSsYXKvqsEL-kfJfP1FpjyM0j2m7ud5psnpC7xWXf/w612-h469/GATO+DE+ENERGIA.jpeg" width="612" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">O custo da energia elétrica mais que dobrou nos últimos 20
meses, consequência de uma crise hídrica sem precedentes nos últimos 90 anos.
Porém, um pedaço da conta de luz não tem nada a ver com a crise. É roubo mesmo.<o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Os consumidores brasileiros estão pagando R$ 6,6 bilhões
por ano, o equivalente a 1,2 bilhão de dólares, pela energia roubada nas redes
de 109 empresas distribuidoras — calcula a consultoria Strategy, do grupo PwC,
com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Esse “gato” bilionário tem origem em ligações clandestinas
para desvio direto da rede e em fraudes nos medidores de consumo. E está
crescendo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Em 2017 correspondia a 14,5% do total energia (baixa
tensão) injetada nas redes de distribuição. Aumentou para 16,1% no ano passado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">A maior parte do roubo está concentrada no estados do Rio,
Amazonas, Pará, Amapá e Alagoas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Pobreza e inadimplência são responsáveis por apenas um
terço do volume de desvios, de acordo com os dados da Aneel sobre desigualdade
social e inadimplência nas áreas mais críticas em todo o país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Significa que mais de 75% do volume de perdas reais (“não
técnicas”, no jargão setorial) registradas no mercado de energia de baixa
tensão têm origem no roubo de energia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Há uma notória tolerância do poder público. Em alguns
Estados existem até incentivos indiretos, como a concessão de “isenções”
temporárias em períodos pré-eleitorais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Na média nacional, as empresas distribuidoras cobram 3% na
conta de luz de cada consumidor como “despesa não técnica” — ultrapassa 10% nos
Estados da região Norte.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Elas se queixam do aumento dos furtos, recorrentemente. Mas
suas perdas financeiras são neutralizadas por diferentes mecanismos criados
pela Aneel, que permitem a transferência do custo final do roubo de energia
para a conta de luz de todos os consumidores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Um deles é o da “recuperação” de receita, que na conta de
luz aparece como Cobrança de Consumo Não Registrado, motivo de aumento
constante no volume de reclamações em órgão de defesa do consumidor, principalmente
na região Norte.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Há possibilidade de que isso mude, ainda neste semestre.
Hoje, a Comissão de Fiscalização e Controle do Senado discute um projeto de lei
(nº 5.325) para proibir a continuidade da socialização da conta do furto de
energia. Se aprovado, pode ajudar a atenuar um antigo vício no capitalismo
nacional: alguns roubam e todos pagam.<o:p></o:p></span></p></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-89090789915356085222021-07-22T13:27:00.001-03:002021-07-22T13:27:54.448-03:00Oba! chega ao mercado de cerveja artesanais<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVMWbTgyTx1oYdXGCABpgJxdV7FUcSmsDBNGoR6lvdM6s4TQYdNfgOV_Kdm8yNAVf4m2fX5MVuvbyM4WZWwoH42w0AR46ta0zNSkA0eu3U89VEedJspopTdGQ3HbF7nRwpTJM1vS4eZf95/s2048/Cervejaria+Mafia+-+lan%25C3%25A7amento+da+Oba.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1367" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVMWbTgyTx1oYdXGCABpgJxdV7FUcSmsDBNGoR6lvdM6s4TQYdNfgOV_Kdm8yNAVf4m2fX5MVuvbyM4WZWwoH42w0AR46ta0zNSkA0eu3U89VEedJspopTdGQ3HbF7nRwpTJM1vS4eZf95/w268-h400/Cervejaria+Mafia+-+lan%25C3%25A7amento+da+Oba.jpg" width="268" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A recente união da Cervejaria Masterpiece (@cervejariamasterpiece),
a mais sustentável do mundo, com a Cervejaria Mafia (@cervejariamafia), também
conceituada no mercado de cervejas artesanais, já rendeu frutos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A Máfia lançou a “Oba!”, uma linha popular, comercializada em
growler de dois litros, em supermercados, por R$ 21,90. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Já é possível encontrar essa Light Lager em Niterói, cidade
sede das marcas, mas em breve, estará disponível também nos municípios vizinhos
Rio de Janeiro, São Gonçalo e Maricá. O segundo rótulo da nova linha, uma Weiss
(trigo), está previsto para ser lançado em agosto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Segundo André Valle, CEO da Masterpiece e Mafia, a ideia foi
criar uma cerveja artesanal com o menor custo possível, mas com a melhor
qualidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">- Queremos que seja a cerveja para ser levada para o
churrasco, por exemplo; para as festas, que as pessoas vão beber em maior
quantidade. Porém, farão isso com uma artesanal de qualidade, comentou André
Valle.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Uma característica do growler é permitir levar chope tirado
diretamente do barril, ou seja, fresco, para casa. Porém, a bebida precisa se
manter refrigerada e ser consumida em, no máximo, cinco dias, ou perderá suas
principais características. Quando aberto, o consumo do growler deve ser feito
em 24 horas.<o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-16299200387524749712021-06-17T16:58:00.005-03:002021-06-17T16:58:53.900-03:00Avalanche de lançamentos<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0BM7dcpEwWtA9pZ3Gsf1_upe9wiXymI3UAZ_EbaSNMUAWyXt1fUhyphenhyphenxY5PSbqSNCvl3xGLxCWNcwgAJnP3N2Z5aPNfJ16_G_Pla69bruwUw640ZrO8KgpJpz8TFn13THbDr8c_HCeXlANj/s1000/MAXILAR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0BM7dcpEwWtA9pZ3Gsf1_upe9wiXymI3UAZ_EbaSNMUAWyXt1fUhyphenhyphenxY5PSbqSNCvl3xGLxCWNcwgAJnP3N2Z5aPNfJ16_G_Pla69bruwUw640ZrO8KgpJpz8TFn13THbDr8c_HCeXlANj/w640-h640/MAXILAR.jpg" width="640" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O selo Maxilar e a Ditto Music lançam uma ação coletiva de
marketing, juntamente com quase uma centena de rádios, programas e podcasts de
música.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Muito se diz que não há nada de novo no mercado brasileiro e
se questiona a qualidade do que nos é apresentado nos canais tradicionais de
música. O selo Maxilar teve a ideia de, de uma só vez, apresentar novidades
inéditas que supram a necessidade de ouvidos realmente interessados no que
temos de melhor. São 4 lançamentos totalmente diferentes entre si, que serão
tocados por esses programas e rádios, que por sua vez compartilharão o post
drirodrigoneste dia 18 de Junho no facebook e instagram, todos ao mesmo tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Esse é o link para download dos singles, capas e posts da
Avalanche de lançamentos: <a href="https://we.tl/t-aqNHlIF3PJ">https://we.tl/t-aqNHlIF3PJ</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Um pouquinho sobre cada single:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">- Persie Feat. Luíza e Os Alquimistas - "Baixo
Oceano"<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O novo single é uma balada romântica onde Persie conta com a
luxuosa participação de Luísa e os Alquimistas, que dividem nessa canção o
canto de um sentimento leve e profundo, assim como as águas de oceano e o canto
de sereias. A canção é mais uma das belas composições de Persie.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Pre-save: <a href="https://ditto.fm/baixo-oceano">https://ditto.fm/baixo-oceano</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">- Dionisio Dazul - "Sapatos"<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Sapatos é uma musica forte, com um poderoso órgão Oberheim
tocado por Hérlon Róbson tendo a bateria certeira de Alexandre Vital fazendo o
chão pra deixar o cantor e guitarrista Dionísio Dazul, integrante do Forgotten
Boys em carreira solo, livre pra soltar todo seu azedume de costume.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Pre-save: <a href="https://ditto.fm/sapatos">https://ditto.fm/sapatos</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">-Cheyenne Love - "Urgent"<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Melindrando seu cigarro, não consegue comer? Escute “Urgent”.
Nayana, vocal da banda, faz do horror das tramas amorosas, humor. Num embalo
fervoroso e satírico, conta-nos sobre os dramas e laços de um triângulo
amoroso, xingando, a protestos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O resultado é puro sorvete de inventividade com calda
venenosa de punk rock, gostoso demais. Confetes explosivas de Marcelo Callado
massacrando nas viradas de bateria e um formalíssimo contrabaixo de Ricardo
Richaid que nos leva pela mão nessa narrativa, uma história em quadrinhos
musicada, saborosa. Por fim uma graça, o chocolate na última mordida da
casquinha fica por conta dos gritos e aplausos do trio que celebra seu próprio
triunfo sobre a tragédia do amor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><a href="https://ditto.fm/urgent-cheyenne-love">https://ditto.fm/urgent-cheyenne-love</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">-Stemphylium - "Ele Tá Tliste"</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Música do trio de Niterói-RJ. Ouça e divirta-se.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Pre-save: <a href="https://ditto.fm/ele-ta-tliste">https://ditto.fm/ele-ta-tliste</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">Siga o MAXILAR!</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><a href="http://www.facebook.com/maxilarmusic">www.facebook.com/maxilarmusic</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">e no instagram @maxilarmusic <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-42190020209949352402021-06-09T13:33:00.002-03:002021-06-09T13:33:16.093-03:00A Itabira de Cada um – Martha Batalha, O Globo<p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKECpkrAcw62i1OGIDV5RseuvI-tNmc35ueNmfsNuTWq2_wcVaddXP-uXEnOMc0AuujpcwNv3PvWBwhREqvdfdRlsG1ZghESIYAIPMtQmdFc4zV-f_gMVKBYh57ZSKuZrKyMItUiEmI3VM/s800/BEIJA+FLOR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="599" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKECpkrAcw62i1OGIDV5RseuvI-tNmc35ueNmfsNuTWq2_wcVaddXP-uXEnOMc0AuujpcwNv3PvWBwhREqvdfdRlsG1ZghESIYAIPMtQmdFc4zV-f_gMVKBYh57ZSKuZrKyMItUiEmI3VM/w480-h640/BEIJA+FLOR.jpg" width="480" /></a></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Na última coluna escrevi sobre um beija-flor com a asa
machucada que encontrei na rua. Muita gente quis saber o que aconteceu,
respondi e-mails e escrevi nas redes que o bichinho se recuperou. O que não
disse foi o que aconteceu durante os três dias que passamos juntos. Com o
beija-flor, não muito. Dormiu numa caixa de sapatos, tomou água com açúcar,
ficou bom e foi embora. Comigo, a experiência foi como um corte na lona de um
cenário, cenário a vida que eu tenho agora, corte para uma memória de infância.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Início dos anos 1980. Eu com 8 anos, perambulo descalça no
condomínio. Ali na frente, caído junto a uma árvore, está um filhote de
passarinho. Corro com ele para casa, onde minha mãe alimenta o bicho com mingau
de milho. De noite, ele dorme sobre fiapos de jornal dentro de uma cuia de
chimarrão. No dia seguinte, escondo a cuia na mochila e vou para a escola. A
mochila pia, crianças se aglomeram em torno da minha carteira, a professora
aparece e eu choro tanto que o bicho vira mascote, cuia disposta entre os
dicionários da estante.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O tempo passa. Dias? Semanas? Não sei. O passarinho foi meu
primeiro amor de devoção. Mantê-lo vivo me fazia feliz de um modo profundo, eu
conheci com ele o prazer do doar-se pelo doar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Numa noite de junho, ele me acorda piando. Pensei em
levantar, mas havia monstros no quarto, e fazia um frio terrível. Inverno no
Alto da Boa Vista é assim como ter estalactites de gelo no lugar dos ossos.
Forcei o sono. De manhã, enfio a mão na cuia e meus dedos tocam o filhote
morto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">No ano seguinte, eu ganho dois pintinhos como brinde da
pescaria na festa junina da escola. O aviário é uma caixa de papelão na área de
serviço, com uma luminária de clipe presa na borda. Pintinhos se espremem sob a
lâmpada, olhos fechados pelo conforto. Às vezes se afastam e esfriam, eu me
preocupo e empurro os dois para o calor. Num dia muito frio (e eu já conhecia
as consequências dos dias frios), enrolo os dois num tapete de banheiro sob a
luminária e vou para o quarto ler. Meia hora depois eu sinto o cheiro de queimado.
Eu havia assado os pintos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A escritora Ann Lammot diz que só existem dois tipos de
prece. Um é por favor por favor, por favor. O outro é obrigada, obrigada,
obrigada. Eu geralmente funciono no modo obrigada (a não ser quando rezo pelo
Brasil, e peço —quer dizer, imploro, exijo e insisto — para a família Bolsonaro
virar pó ou capítulo passado num livro do Eduardo Bueno, e... vixe, essa é
outra crônica, sai pra lá, Bolsonaro. Ele não, hoje não).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas como eu ia dizendo, eu geralmente funciono no modo
obrigada. A não ser quando rezo pelo Brasil, ou quando um beija-flor aparece, e
me força a dormir com a caixa de sapatos ao lado da cama. Pedi demais para ele
não morrer. As décadas entre o passarinho na cuia de chimarrão e o beija-flor
na caixa de sapatos haviam se dissipado, a noite fria dos meus 8 anos era
seguida por essa. Se ele acordasse, eu seria capaz de cuidar, se fosse capaz de
cuidar, eu não teria medo de frio, se eu não tivesse medo de frio, não
queimaria os pintinhos. E seguiria por aí, num caminho de condicionais bonitas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O final dessa história é mais ou menos feliz. O beija-flor
sobreviveu. Mas as minhas lembranças não se redimiram. São como a Itabira de
Carlos Drummond, resumida a uma fotografia na parede. Coisinhas de nada, diante
do monte de vida. Mas como doem.<o:p></o:p></span></p><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-84494725665320429192021-04-24T07:24:00.001-03:002021-04-24T07:24:10.823-03:00A culpa é do STF - Por Carlos Alberto Sardenberg, O Globo<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZIxn1n9a61F9_4LWAD8x0iMsKvRexKa__xsrSZp10w7F7mJpbEhWUvJ-Rcnc98VC3JvUFI529XNKcknNyR20hOTdBHOIEjb-HInrVM5jemYUi8dAjBQdEHn2m7JCVbjvNcwWFRcPSlvXz/s418/STF.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="235" data-original-width="418" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZIxn1n9a61F9_4LWAD8x0iMsKvRexKa__xsrSZp10w7F7mJpbEhWUvJ-Rcnc98VC3JvUFI529XNKcknNyR20hOTdBHOIEjb-HInrVM5jemYUi8dAjBQdEHn2m7JCVbjvNcwWFRcPSlvXz/w640-h360/STF.jpg" width="640" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Tomo emprestada a muito pertinente citação encontrada pelo
advogado, jurista e escritor José Paulo Cavalcanti Filho: “O órgão que mais
falhou à República não foi o Congresso; foi o Supremo Tribunal”. É de João
Mangabeira, em “Rui, o estadista da República”, de 1937.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">“Tenho medo de que, olhando para trás, um dia façamos juízo
semelhante do Supremo de agora. Antes, pelo que não fez. Hoje, pelo que está
fazendo” — acrescenta Cavalcanti Filho, em texto que pode ser encontrado em
www.jp.com.br.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Pois o professor de Direito Constitucional Joaquim Falcão
provavelmente entende que o Supremo de hoje é até pior que o comentado por
Mangabeira. Depois de colocar as perguntas básicas acerca das últimas decisões
do STF — afinal, Lula cometeu algum crime ou agiu dentro dos preceitos legais?
—, Falcão arremata: “O Supremo não responde. Apenas constrói respostas
reflexas. Não entra no mérito. Oculta-se em debates processuais sobre
competências internas. Adia o Brasil. Nossa economia. Os investimentos. Nossa
democracia. A normalização política”. (“O Estado de S.Paulo”, 23/04/21).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas, além de se esconder em firulas processuais (como já
comentamos aqui), alguns ministros do STF, quando entram no conteúdo,
apresentam teses estapafúrdias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Ricardo Lewandowski, por exemplo. Para condenar a Lava-Jato,
disse que a operação trouxe enormes prejuízos ao PIB, algo como uma perda em
torno de R$ 150 bilhões, soma muito maior que o dinheiro recuperado pela
força-tarefa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">De onde viria aquela perda? Do fechamento e/ou diminuição
drástica das atividades de grandes empresas e empreiteiras. E mesmo na redução
dos investimentos da própria Petrobras e do BNDES.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas não estavam todas envolvidas num enorme sistema de
corrupção? Corrupção provada, demonstrada, confessada, sendo encontrado o
produto do roubo nos caixas de partidos, empresas, partidos e seus chefes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Portanto, a conta é outra. Quanto o país perdeu com as obras
superfaturadas? Quanto a Petrobras terá perdido com os investimentos também
superfaturados feitos em plataformas e refinarias projetadas apenas para abrir
espaço para a corrupção?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Lewandowski simplesmente contou de outro modo a velha
política do “rouba mas faz”, docemente aceita no século passado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Até o mensalão, nenhum político ou grande empresário havia
sido condenado por corrupção. Ainda nesse julgamento, advogados do primeiro
escalão diziam: “Não se trata de corrupção, nem lavagem de dinheiro, é apenas
caixa dois”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Como se dissessem: “Qual é? Sempre foi assim”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O mensalão abriu caminho para a Lava-Jato — força-tarefa que
utilizou dos mais modernos métodos de combate à corrupção, recomendados e
elogiados pela OCDE, introduzindo uma nova concepção do Direito Processual e
Penal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Durante seis anos, as operações de Curitiba e do Rio
descobriram um monstruoso sistema que ligava empresas a partidos e aos
governos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Até que a velha política dá a volta por cima e, como disse o
ministro Luís Roberto Barroso, agora quer vingança. Quer colocar na cadeia o
ex-juiz Moro e o procurador Deltan Dallagnol.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Como não conseguem esconder que houve corrupção, ministros do
STF inventam essa história de que o combate à roubalheira foi prejudicial ao
país. É o contrário. Quantos investimentos deixaram de ser feitos por aqui
porque só eram viáveis se os investidores entrassem na regra do jogo sujo?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Essa insegurança jurídica aparece inteiramente nas últimas
decisões do Supremo. Não se sabe quem julga o que e onde. Conforme o réu e o
momento, pode ser aqui ou ali. Conforme o juiz, o processo anda ou morre nas
gavetas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">De certo, é a volta dos que pareciam ter ido. Lembram-se do
Romero Jucá? Aquele que foi grampeado por um colega quando dizia, a propósito
da Lava- Jato: precisa estancar essa sangria. Então, vai trabalhar como
assessor na CPI da Covid, a ser relatada por Renan Calheiros.<o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-59366293265040498472021-04-21T22:58:00.002-03:002021-04-21T22:58:13.222-03:00Lua, sol, lua<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0P0su_uzsL7AuJ6PkoYQ_L20FTQvG8h-EWt1eTg8iSr5PkS9VdkQcrz10GBChdwczE4p5CplldrIZBMJ0JU1WuPGjwg5ogqVSjNm5pwBTmiHRT6DPlkoEJmVAiteUivYZ1nGFYFo4qoxQ/s584/dersu-uzala-9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="247" data-original-width="584" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0P0su_uzsL7AuJ6PkoYQ_L20FTQvG8h-EWt1eTg8iSr5PkS9VdkQcrz10GBChdwczE4p5CplldrIZBMJ0JU1WuPGjwg5ogqVSjNm5pwBTmiHRT6DPlkoEJmVAiteUivYZ1nGFYFo4qoxQ/w640-h270/dersu-uzala-9.jpg" width="640" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt; line-height: 22.8267px;">A noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite, a noite é dia, o dia é noite.<o:p></o:p></span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt; text-align: left;">Porque vale à pena.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-51586090467072678802021-04-21T00:38:00.001-03:002021-04-21T00:38:36.698-03:00Onanismo ao vento<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7EbV_f5pdIsyCx7JJjxKaZbAPfCOfCEum1gg8QA4i-uvI9es769vuCQqrceG3o03NmBymYkAY9Nne40LrbveVNuLXVftDgtcLcYZgav7kCGCKZIiwKnbUt8QHuE34ByB33gsYjrtXxJt4/s500/PUNHETEIRO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="341" data-original-width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7EbV_f5pdIsyCx7JJjxKaZbAPfCOfCEum1gg8QA4i-uvI9es769vuCQqrceG3o03NmBymYkAY9Nne40LrbveVNuLXVftDgtcLcYZgav7kCGCKZIiwKnbUt8QHuE34ByB33gsYjrtXxJt4/s16000/PUNHETEIRO.jpg" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Por motivos não alheios a minha vontade meu fuso horário deu
uma virada. Longa madrugada. Não gosto de escrever e publicar no ato, no pós
coito imediato. Deixo decantar, como café turco, horas depois passo o pente
flamengo e publico.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O que mais nos difere dos chamados irracionais é a
consciência do afeto, apesar dos cachorros. Sempre converso normalmente com os
cachorros que parece entender o que digo. Cachorro e sua vasta (na verdade
infinita) paciência de ouvir, ouvir, ouvir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Na faculdade fiz um trabalho sobre isso, mas omiti o exemplo
dos cães para que não achassem que é coisa de imbecil. O professor de
Psicologia Social não gostou quando, para disfarçar, escrevi que os animais
vivem única e exclusivamente de instintos, reflexos. O professor disse que
viveu uma experiência num lugar bem perto de uma família de gorilas, o que
virou a sua cabeça. Passou a achar que, de alguma maneira, os animais
irracionais também tem essa percepção e me deu nota 7. No final do mês a nota
tinha subido para nove. Perguntei por que e a resposta veio vaga: “Realocação
de conceitos”, ele respondeu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A diferença é que nos cães o amor é incondicional, na espécie
humana, não. Quando inteligentes emocionalmente, homens e mulheres amam, desde
que... em contrapartida... também quero. Há exeções, casos sadomorais de
indefinição crônica e doentia, mas aí á outra história. Em suma, o amor jamais
foi incondicional, papo de existencialista amador. Porque o ser humano é
condicional em sua essência. O amor sozinho não sustenta, Machado de Assis
especulou a respeito lá no século 19.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">E o paradigma prevalece em tempos de inteligência artificial.<o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-42966336316511673032021-04-20T21:51:00.007-03:002021-04-20T21:53:10.633-03:00Vácuo<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf7dOJYbubSRU5gnjSm7KntqKojMTBrw-jhcPgmjgq3QMYn_R4PY_btKF09wzY9jEGf-74QipYGo40-aJM_9qpimtPwdST4dUSpxY7lzlasvQHCvVCGkfBKOluVUSFGhlnCf7hnfJikJnF/s640/HOMEM+ATRAVESSA+A+RUA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="463" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf7dOJYbubSRU5gnjSm7KntqKojMTBrw-jhcPgmjgq3QMYn_R4PY_btKF09wzY9jEGf-74QipYGo40-aJM_9qpimtPwdST4dUSpxY7lzlasvQHCvVCGkfBKOluVUSFGhlnCf7hnfJikJnF/w463-h463/HOMEM+ATRAVESSA+A+RUA.jpg" width="463" /></a></div><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">Afeto profundo. Abissal. Em cada lugar, mesmo inóspitas, lembranças, lembranças nítidas e um sentimento bem mais poderoso do que a saudade. É quando sentimos falta, muita falta, de pessoas e momentos que se eternizam no afeto profundo, lá embaixo, no abissal e quase indecifrável (?) inconsciente.</span><p></p><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">O ser humano é diferente até dele mesmo já que a coerência radical, prima bem próxima da teimosia, é eventualmente burra. Por isso, por essa livre e saudável ausência de isonomia afetiva, cada humano tem com o afeto uma relação distinta. Com o afeto profundo, essas diferenças se abrem como grandes abismos e muita gente não consegue lidar com ausências.</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 22.8267px;"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 22.8267px;">Acham que o choro é fraqueza, que o lamento é covardia dispensável, marmita requentada, que o “estado blues” que nos acomete tem que ser massacrado, assassinado, deletado, arquivado, atirado no lixo, em nome de uma suposta superioridade emocional. Dizem que os ocidentais, em especial os pequeno-burgueses, preferem ignorar o afeto profundo. É mais fácil? Não. É como um cheque pré-datado, daqueles que batem na conta lá na frente, com juros e correção.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 22.8267px;"><br /></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 22.8267px;">Minhas noites na orla do Gragoatá tem sido especiais porque mergulhei no afeto profundo. Nó na garganta quando o cheiro do mar misturado ao de óleo combustível dos navios de guerra e dos zepelins que um dia surgiram na Boa Viagem me chegam. Foi bom. Foi bom homenagear quem eu queria, em lembranças, poemas, vento do litoral, o azul petróleo da noite.<o:p></o:p></span></div><div><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 22.8267px;"><br /></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-6510243808367407832021-04-20T15:44:00.005-03:002021-04-20T15:44:43.423-03:00Página da Rádio LAM no Facebook se transforma em grande bate papo sobre rock e blues<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT4JBmR1e3jq_ArAVi81qDdkiJm9Vp9GRxJQc-oWpZhWoRClcXTLdGj9sYgJlXTS1F_kJ41qWOZFrLrkOxcPY3X1pDoKsig74l1i2UcswnvKxzU_FGlmEoT_EE4S0w5-X2giJRE4SRbqh5/s1220/RADIO+LAM+FACEBOOK.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="676" data-original-width="1220" height="354" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiT4JBmR1e3jq_ArAVi81qDdkiJm9Vp9GRxJQc-oWpZhWoRClcXTLdGj9sYgJlXTS1F_kJ41qWOZFrLrkOxcPY3X1pDoKsig74l1i2UcswnvKxzU_FGlmEoT_EE4S0w5-X2giJRE4SRbqh5/w640-h354/RADIO+LAM+FACEBOOK.PNG" width="640" /></a></div><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">A recém criada página da Rádio LAM no Facebook já virou um
polo de informações, papos e debates sobre rock. A página fica neste link:</span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;"> </span><a href="https://www.facebook.com/groups/148373463830194" style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">https://www.facebook.com/groups/148373463830194</a><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">
É liberada, sem restrições.</span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">No grupo estão reNomados conhecedores de música em geral e
rock e blues em particular que valorizam ainda mais a qualidade da programação da
Rádio LAM. Para ouvir, clique aqui: <a href="http://www.radiolam.com.br">www.radiolam.com.br</a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Em breve, a rádio fará promoções em sua nova página.<o:p></o:p></span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-88065018291433279272021-02-07T22:46:00.003-03:002021-02-07T22:46:52.770-03:00Celular é o novo radinho de cabeceira<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5iY7_fFDtreiWX2_2C6toA14lK1CRjQHP4Q-EjeR8PZy8piIf3BHC3Osr3MmlSN10pogAg-19KWSb7bF5hiUWRKb3q3CxoehG7AujqIjqWNiqGxpJK_BtpAjhMwds42g3Q0bzehrwbLvj/s1000/CELULAR+NA+CABECEIRA.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5iY7_fFDtreiWX2_2C6toA14lK1CRjQHP4Q-EjeR8PZy8piIf3BHC3Osr3MmlSN10pogAg-19KWSb7bF5hiUWRKb3q3CxoehG7AujqIjqWNiqGxpJK_BtpAjhMwds42g3Q0bzehrwbLvj/w640-h640/CELULAR+NA+CABECEIRA.png" width="640" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Ouvintes mandando e-mails para <a href="mailto:radiodolam@gmail.com">radiodolam@gmail.com</a> com elogios que nos
dão mais energia para seguir na missão.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">O Eduardo Motta Outeiral mandou ontem:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">“Já virou minha rádio de cabeceira, me fez voltar aos velhos
tempos da Maldita, parabéns pela ousadia e obrigado por nos tirar da mesmice
das outras rádios.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Vida longa ao Rock n' Roll e a Rádio LAM.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Grande abraço!”<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Respondi agradecendo. Aliás respondo a todos. Lembrei que o
radinho sempre foi meu companheiro de cabeceira e atualmente quem está nessa
função é o celular, conectado em <a href="https://radiolam.wixsite.com/24horas">https://radiolam.wixsite.com/24horas</a>
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">O som é muito melhor, em estéreo, mas a essência é a mesma. Radinho
na cabeceira faz bem, é uma companhia, uma presença. Espero que mais e mais
ouvintes estejam nessa.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"> </span></p><p>
</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-35066391881649878292021-01-25T13:31:00.004-03:002021-01-26T14:36:35.512-03:00“Jimmy Page no Brasil”: livro detalha as odisseias do criador do Led Zeppelin pelo país<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQG5ykxr5kXrXmYpOfnK_wsjNaiGXYPWEmmCnWaLGvKyj7ebAXkQ_-mowOgE0SzoSxJKsef4VcO08MDA2aA8rHh4ZtnAG9rCKzLVMhbC41mzlA-1s_IMgY0VJHy94brcEJNKen2329J-Kr/s2048/JIMMY+PAGE+NO+BRASIL+LIVRO.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1946" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQG5ykxr5kXrXmYpOfnK_wsjNaiGXYPWEmmCnWaLGvKyj7ebAXkQ_-mowOgE0SzoSxJKsef4VcO08MDA2aA8rHh4ZtnAG9rCKzLVMhbC41mzlA-1s_IMgY0VJHy94brcEJNKen2329J-Kr/w608-h640/JIMMY+PAGE+NO+BRASIL+LIVRO.jpg" width="608" /></a><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt; text-align: left;">O </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">O jornalista e músico Leandro Souto Maior está lançando o
livro que conta em detalhes a relação de amor de Jimmy Page com o Brasil.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Lançado pela Garota FM Books, da jornalista Chris Fuscaldo, ao
longo de 270 páginas “Jimmy Page no Brasil” conta em detalhes as visitas de
Page ao país e entrevista músicos e fãs que tiveram o privilégio de conviver
com o guitarrista, compositor, cantor, produtor e criador do Led Zeppelin.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Através dos depoimentos dos entrevistados por Leandro
entendemos por que Carlos Santana chamou Page de “o Stravinski da guitarra”,
referência ao compositor russo Igor Stravinski (1882-1971) cuja obra o biógrafo
Walter Nouvel definiu como “energia rítmica, a construção de ideias melódicas
desenvolvidas a partir de algumas células de duas ou três notas, clareza de
forma, instrumentação e expressão vocal.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Jimmy Page escreveu um rico, longo e genial capítulo da
história da música dos séculos 20 e 21 e até hoje continua buscando o novo, o
inusitado, o impossível. Ele sabe que é um gigante, mas não tira onda. “Jimmy
Page no Brasil” fala de uma peça chave, o ex-empresário do Led Zeppelin, Peter
Grant (1935-1995), chamado de "quinto elemento" quando esteve no Rio para tentar negociar uma vinda da banda
ao Brasil. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Leandro conversou com o jornalista que entrevistou Grant, que
descreveu o gigantesco empresário (literalmente, quase 2 metros de altura e
mais de 160 quilos, cheio de anéis nos dedos) como uma pessoa suave, doce,
gentil, ao contrário daquele homem estourado que costumava resolver as questões
do Zeppelin na porrada. Grant disse que nenhum empresário (Marcos Lázaro, inclusive)
quis bancar a vinda da banda. Naquela época tocar no Brasil significava levar
calote e correr o risco de ter o equipamento roubado como foi o caso do Kiss,
mas só um louco faria isso com Peter Grant no comando.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">O livro nos leva a momentos preciosos de Jimmy Page por aqui, graças a um minucioso trabalho de reportagem e pesquisa. É farto em histórias de bastidores, curiosidades, para deleite dos milhões de fãs do Zeppelin. No mirante do morro Dona Marta, por exemplo, ele e um jornalista curtiam o
visual quando, de repente, Page perguntou “para que lado fica a Bahia?”. Com
certeza, mostra o livro, foi na Bahia que o músico se sentiu mais à vontade, volta
e meia empunhando uma guitarra num bar. Chegou a percorrer os 400 quilômetros
que separam Salvador da cidade de Lençóis (na Chapada Diamantina) de ônibus,
uma viagem de oito horas acompanhado da hoje terceira ex-mulher Jimena Gomez,
norte americana filha de argentinos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">O casal se conheceu em 1994 quando Page veio ao Brasil na turnê
“No Quarter”, com Robert Plant. Page tinha 50 anos e Jimena 23. Casaram em 1995
e se divorciaram em 2008. Atualmente, Page, de 77, namora a poeta Scarlett
Sabet de 32. Uma tradição, por sinal. Em 1972, quando o Zeppelin tocou em Los Angeles,
Jimmy Page, com 28, se apaixonou por uma <i>baby</i> <i>groupie </i>de 14 anos,
Lori Maddox (hoje uma senhora de 63), com quem teve um incendiário romance ao
longo de três anos que por pouco não acabou na cadeia. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Entre os fãs de Page e do Zeppelin está o pesquisador Cornélio Melo:</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">- </span><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: 21.3333px;">Conheci o Led Zeppelin numa noite em que fui assistir ao ensaio da banda Os Quem no porão da casa do baterista Platão, em Martins Torres, Niterói.</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 21.3333px;">No primeiro intervalo, Platão me chamou, colocou um compacto simples na vitrolinha de apoio e disse:</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: 21.3333px;">- Cornelio, ouça isso!</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: 21.3333px;">Era um tal de Led Zeppelin tocando Whole Lotta Love. Pirei!</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: 21.3333px;">Sai no dia seguinte garimpando até achar aquele compacto.</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: 21.3333px;">E nunca mais abandonei os caras. E tive o prazer de tocá-los quando fiz parte da banda Melody Spatial, no início dos anos 70. </span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif;"><span style="font-size: 21.3333px;">Recebi o livro do Leandro ontem! Vou devorá-lo neste fim de semana.</span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">No Rio, Page fundou a “Casa Jimmy”, em Santa Teresa, uma
instituição gerenciada pela ONG britânica TaskBrasil Trust que desde 1997 dá
assistência médica, psicológica, pedagógica e ainda fornece roupas, alimentos e
cursos profissionalizantes a ex-menores de ruas e adolescentes grávidas. O músico
nunca conseguiu entender os profundos abismos sociais do Brasil. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">O prefácio de “Jimmy Page no Brasil” é de Ed Motta, um dos
maiores colecionadores de discos do Brasil e ardoroso fã do Led Zeppelin desde
os 11 anos. Ele escreveu que “a atividade mais significativa da minha
adolescência foi manter o Led Zeppelin como uma espécie de religião, um filtro
estético que seria preservado para sempre.(...) O Led Zeppelin, a cada audição,
é arte imensa para a eternidade”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Em comum, entre os entrevistados por Leandro, a definição de
Page como um cara tranquilo, simpático, acessível, educado. No entanto, no meio
musical internacional, ele é descrito como extremamente misterioso, uma esfinge.
É verdade. A sua relação com o ocultismo, por exemplo, é um assunto que ele corta
na hora. Ninguém sabe por onde anda, com quem, o que está fazendo. Ele só
aparece quando quer aparecer, normal para o líder de uma banda que já vendeu
mais de 300 milhões de discos em todo o mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Devorei “Jimmy Page no Brasil” em duas madrugadas, direto e
terminei querendo mais. Leandro Souto Maior bateu um bolão. Parabéns!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"> </span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Tudo se transformou<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Fui apresentado ao Led Zeppelin com 14 anos quando ouvi um
pedaço de “Whole Lotta Love” na Rádio Mundial e imediatamente me tornei um <i>zeppeleiro</i>.
Um pedaço porque a rádio deformou a música cortando toda a parte de efeitos que
Jimmy Page inventou e inseriu na metade. A faixa está no álbum Led Zeppelin II
que, no Brasil, saiu antes do I. Nunca ouvi um som tão fantástico como o do Zeppelin
e as guitarras sucessivamente reinventadas por Jimmy Page.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Page era uma criança quando a sua família se mudou de um
bairro de Londres por causa da inauguração do aeroporto de Heathrow e sua
barulheira infernal. Na nova casa acharam um violão encostado numa parede que
até hoje ninguém sabe a quem pertencia. Foi naquele violão que o garoto
aprendeu a tocar e nunca mais deixou a música. Aos 15 anos, Jimmy Page começou
a trabalhar como músico de estúdio, gravou com dezenas de artistas e aprendeu
tudo sobre engenharia de sim, mixagem, masterização. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">É a guitarra dele que aparece na introdução de “I can’t explain”,
do The Who, e de “You really got me”, do The Kinks, segundo informações de outros
músicos já que Page nunca revelou com quem tocou por achar antiético.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Peter Grant era empresário do Yardbirds, banda que tinha Page
como guitarrista e as vezes baixista. Com o fim do grupo, Page resolveu montar
outra e com Grant viajou para o interior da Inglaterra em busca de um cantor. Nas
imediações de Staffordshire foram a um show num muquifo e ficaram que queixo caído
com a voz impressionante de um sujeito que se apresentava. Era Robert Plant,
que foi contratado. Ali mesmo Plant o apresentou a um morador da região, o
baterista John Bonham que, aprovado por Page, também foi contratado. Ao saber
da movimentação, o baixista e tecladista John Paul Jones, que tinha sido colega
de Page num estúdio de gravação telefonou e pegou a vaga. Nascia o Led Zeppelin
cujo nome é atribuído ao baterista do The Who, Keith Moon (1946-1978) que ao
ouvir Page falar sobre o conceito da banda teria dito que “isso vai voar mais
alto do que um zepelim de chumbo”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;">Mais informações e onde encontrar o livro neste link: <a href="https://chrisfuscaldo.com.br/livros/garota-fm-books/">https://chrisfuscaldo.com.br/livros/garota-fm-books/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16pt; line-height: 107%;"> </span></p></div><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-42101857463358901862021-01-14T14:17:00.000-03:002021-01-14T14:17:06.639-03:00A envelhescência <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUwdqgOsvbzDrwaE_U5qtxp-ZKsQd9J85zRKLG8LpZFWE01FWX55wFkIia243UL7i7grS1W_xmIZKv33bk1Nxcvw_n6y8fjZAYflqn_UVydGwn_kLG9CjuCLgjYYDcLpzR2K_oKa8Q0qyf/s770/SEXO+HOMEM+VELHO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="609" data-original-width="770" height="506" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUwdqgOsvbzDrwaE_U5qtxp-ZKsQd9J85zRKLG8LpZFWE01FWX55wFkIia243UL7i7grS1W_xmIZKv33bk1Nxcvw_n6y8fjZAYflqn_UVydGwn_kLG9CjuCLgjYYDcLpzR2K_oKa8Q0qyf/w640-h506/SEXO+HOMEM+VELHO.jpg" width="640" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Garamond, serif; line-height: 107%;">Por Sandra Pujol, site Cult Carioca<span style="font-size: 16pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Se observamos com cuidado, podemos detectar a aparição de uma
nova faixa social que não existia antes: pessoas que hoje têm entre sessenta e
oitenta anos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A esse grupo pertence uma geração que expulsou da
terminologia a palavra envelhecer, porque simplesmente não tem em seus planos
atuais a possibilidade de fazê-lo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">É uma verdadeira novidade demográfica, semelhante ao
surgimento da adolescência; na época, que também era uma nova faixa social, que
surgiu em meados do século XX para dar identidade a uma massa de crianças
desabrochando, em corpos adultos, que não sabiam, até então, para onde ir ou
como se vestir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Este novo grupo humano, que hoje tem cerca de sessenta,
setenta ou 80 anos, levou uma vida razoavelmente satisfatória.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">São homens e mulheres independentes que trabalharam durante
muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio que tanta literatura
latino-americana deu por décadas ao conceito de trabalho.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Longe dos tristes escritórios, muitos deles procuraram e
encontraram, há muito tempo, a atividade que mais gostavam e na qual ganham a
vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Supostamente é por isso que eles se sentem plenos; alguns nem
sonham em se aposentar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Aqueles que já se aposentaram desfrutam plenamente de seus
dias, sem medo do ócio ou solidão, crescem internamente. Eles desfrutam do
tempo livre, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, carências,
esforços e eventos fortuitos, vale bem a pena contemplar o mar, a serra e o
céu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Mas algumas coisas já sabemos que, por exemplo, não são
pessoas paradas no tempo; pessoas de cinquenta, sessenta ou setenta, homens e
mulheres, operam o computador como se tivessem feito isso durante toda a vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Eles escrevem e veem os filhos que estão longe e até esquecem
o antigo telefone para entrar em contato com seus amigos para os quais escrevem
e-mails ou mandam whatsapps.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hoje, pessoas de 60, 70 ou 80 anos, como é seu costume, estão
lançando uma idade que AINDA NÃO TEM NOME. Antes, os que tinham essa idade,
eram velhos e hoje não são mais... hoje estão fisica e intelectualmente plenos,
lembram-se da sua juventude, mas sem nostalgia, porque a juventude também é
cheia de quedas e nostalgias e eles bem sabem disso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Hoje, as pessoas de 60, 70 e 80 anos celebram o Sol todas as
manhãs e sorriem para si mesmas com muita frequência ... Elas fazem planos para
suas próprias vidas, não com as vidas dos demais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Talvez, por algum motivo secreto que apenas os do século XXI
conheçam e saberão, a juventude é carregada internamente. A diferença entre uma
criança e um adulto é, simplesmente, o preço de seus brinquedos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Nota do site - Texto colhido na internet, em
postagem no Facebook.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não sabemos o
título da postagem original. O título do texto foi criado para efeito de
publicação.<o:p></o:p></span></i></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-80213740207026086652020-12-26T16:46:00.000-03:002020-12-26T16:46:02.767-03:00Estudo: máscaras bloqueiam 99,9% das gotículas que transmitem o coronavírus<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBNTVdfVC92MC3BRupSrIVqo-WzDzLLk104lRA1VlVN66F07S7LLu8ZLy5PMY3PANlGKZNiOrY-vY7IunistUThjaDApW1qKhzV2F8t2CmxoaYHCnjuXtNz8F4br3EJWoHq_FK5-daBIvu/s1024/MASCARA+UOL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBNTVdfVC92MC3BRupSrIVqo-WzDzLLk104lRA1VlVN66F07S7LLu8ZLy5PMY3PANlGKZNiOrY-vY7IunistUThjaDApW1qKhzV2F8t2CmxoaYHCnjuXtNz8F4br3EJWoHq_FK5-daBIvu/w640-h640/MASCARA+UOL.jpg" width="640" /></a></div><span style="font-family: Garamond, serif;"><p>UOL</p><span style="font-size: 16pt;">As máscaras faciais reduzem em até 99,9% o risco de espalhar
as gotículas capazes de transmitir a covid-19 ao falar ou tossir, de acordo com
uma nova experiência de laboratório realizada com manequins e humanos,
declararam os pesquisadores nesta quarta-feira (23).</span></span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;"> </span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Uma pessoa a dois metros de outra que tosse sem máscara será
exposta a 10.000 vezes mais gotas desse tipo do que se estivesse usando uma
máscara, relataram na revista Royal Society Open Science.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">"Não há dúvida de que as máscaras podem reduzir
consideravelmente a dispersão de gotículas potencialmente carregadas de
vírus", disse à AFP o principal autor do estudo, Ignazio Maria Viola,
especialista em dinâmica de fluidos aplicados na Escola de Engenharia da
Universidade de Edimburgo.</span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">As minúsculas gotas que são lançadas ao ar, antes de caírem
pelo efeito da gravidade, são o principal vetor de transmissão do SARS-CoV-2,
lembra. </span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">As gotículas de tipo microscópico, que formam aerossóis,
podem permanecer suspensas no ar por longos períodos e representam um risco
especial em locais mal ventilados, sem correntes de ar, com pessoas que não
usam máscara, ou a usam mal, abaixo do nariz.</span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O estudo se concentrou em partículas maiores que 170 mícrons
de diâmetro, duas a quatro vezes a espessura de um cabelo humano.</span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Partículas de aerossol, que tendem a seguir as correntes de ar,
são geralmente descritas como menores que 20 ou 30 mícrons. </span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;">"Em nosso estudo, quando se trata das gotas maiores,
encontramos uma redução de 99,9% na transmissão", explicou Ignazio Maria
Viola.</span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">A OMS (Organização Mundial da Saúde atualizou recentemente suas
recomendações quanto ao uso de máscaras, que passou a recomendar em ambientes
fechados, na presença de outras pessoas, se a ventilação for insuficiente.<o:p></o:p></span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-56037835109080621982020-12-14T19:51:00.002-03:002020-12-14T19:51:20.758-03:00O dia em que um fusca navegou pelas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas, há 60 anos – Por Jason Vogel, O Globo<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIq88WRcollVg3yBy-ElyJV-SUFLDagEkhLD3dBDAy48tMHFyuTa0P6u18B_YyvqWMQ3bFPskOMb321zvXPyDVtW5MXB7AN5dAmLMcQ4LSRz4NdCQiiZ_M7IPmBnurd2NoVRqn2w59TI37/s645/Fusca+anfibio+01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="388" data-original-width="645" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIq88WRcollVg3yBy-ElyJV-SUFLDagEkhLD3dBDAy48tMHFyuTa0P6u18B_YyvqWMQ3bFPskOMb321zvXPyDVtW5MXB7AN5dAmLMcQ4LSRz4NdCQiiZ_M7IPmBnurd2NoVRqn2w59TI37/w640-h384/Fusca+anfibio+01.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzQ3ZovgpRib3O4L0rytjcOPdbh1ZCaOL5D_1hLadoOrhOvqrmiPYfXyPCKUXCx48T4FBw5ij-hk_5gjFpy80WstFqlAPITmxI4P5iTTv8uQX1IK_ydwF5HaR_3KliaUhEIp39t5on3LJn/s463/Fusca+anfibio+02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="463" height="432" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzQ3ZovgpRib3O4L0rytjcOPdbh1ZCaOL5D_1hLadoOrhOvqrmiPYfXyPCKUXCx48T4FBw5ij-hk_5gjFpy80WstFqlAPITmxI4P5iTTv8uQX1IK_ydwF5HaR_3KliaUhEIp39t5on3LJn/w640-h432/Fusca+anfibio+02.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxlch7IaqLKjPcbzQriJTDQ4jig3xI0jWcVSCEccB0uREkH52hnJ5CoRUYNyhV750UCyfg8hjaWVLDRkvoSHIUIyvPLHjvGL6BcLl77wnb50qIz6ksWrkDXDiDq_OhAKtlPkZauiZzHuky/s645/Fusca+anfibio+03.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="388" data-original-width="645" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxlch7IaqLKjPcbzQriJTDQ4jig3xI0jWcVSCEccB0uREkH52hnJ5CoRUYNyhV750UCyfg8hjaWVLDRkvoSHIUIyvPLHjvGL6BcLl77wnb50qIz6ksWrkDXDiDq_OhAKtlPkZauiZzHuky/w640-h384/Fusca+anfibio+03.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjICUIOVA453n6x2n4GZ7sgJCYkFJdrZ0juKbSKf5gIKcOdb40UUGMHCbQO7yDIb4js3bQOgz1VTN6-FDZhIlUERPefUfd7nQFHo9Q8mxlYY9AahSZBkwEN7Hw47mjJZnqF_ITgTWOq_lqu/s446/Fusca+anfibio+04.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="392" data-original-width="446" height="562" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjICUIOVA453n6x2n4GZ7sgJCYkFJdrZ0juKbSKf5gIKcOdb40UUGMHCbQO7yDIb4js3bQOgz1VTN6-FDZhIlUERPefUfd7nQFHo9Q8mxlYY9AahSZBkwEN7Hw47mjJZnqF_ITgTWOq_lqu/w640-h562/Fusca+anfibio+04.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEDpJULjKPWbOCLI7uVzjl4l9uXUEsqNRTBtyW6ANVRRDW4xfo-yv10AIyVY3381ONKQ3uWdesHBbYfP0wfvvbU2UFfHUnDUBcQI9z7oKDJKQYhnwB7WdduZwciEp32us_CXUKDMuJnBMR/s463/Fusca+anfibio+05.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="445" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEDpJULjKPWbOCLI7uVzjl4l9uXUEsqNRTBtyW6ANVRRDW4xfo-yv10AIyVY3381ONKQ3uWdesHBbYfP0wfvvbU2UFfHUnDUBcQI9z7oKDJKQYhnwB7WdduZwciEp32us_CXUKDMuJnBMR/w616-h640/Fusca+anfibio+05.jpg" width="616" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Tarde de domingo, rampa de barcos do Clube Caiçaras. Com o
característico assobio de seu motor, o Fusquinha 1.200 vai abrindo alas entre
os curiosos e, lentamente, mergulha na Lagoa Rodrigo de Freitas. Ao volante
estava Mauro Salles, então "redator automobilístico" do GLOBO, onde
trabalhou por 10 anos até se tornar diretor de redação, antes de se tornar um
dos maiores publicitários do país.</span><span style="font-family: Garamond, serif; font-size: 16pt;"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O carrinho anfíbio fora preparado pelo Departamento de Testes
da Volkswagen do Brasil. Inicialmente, o objetivo dos engenheiros era apenas
estudar a vedação do Fusca mas, na falta de atração mais exótica, a cobaia foi
levada ao estande da marca no primeiro Salão do Automóvel de São Paulo. "O
carro não tem objetivos comerciais e não se fabrica em série", ressaltava
o texto publicado na edição de 15 de dezembro de 1960, há exatos 60 anos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Muito original em tudo o que fazia, Salles tratou de
convencer Ehrardt Schmidt (chefe do Departamento de Testes da VW e principal
executor do projeto) a navegar com o besouro na Lagoa. O carro veio de São
Paulo ao Rio rodando normalmente pela Dutra. Parecia um Fusquinha como qualquer
outro, não fosse a pequena hélice na traseira e os canos de escape voltados
para cima, ladeando a vigia traseira.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O motor foi blindado numa caixa metálica e as vedações das
portas foram aperfeiçoadas. Por segurança, adaptou-se no porta-malas uma bomba
para escoar água que porventura entrasse no compartimento do motor ou na
cabine. A característica plataforma do Fusca, toda fechada por baixo, não
sofreu qualquer alteração. Também não foram usados flutuadores.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">"O carro flutua bem, com dois passageiros e até três,
com a linha d'água na base dos faróis dianteiros e na curva inferior dos
para-lamas traseiros", relatou Salles na reportagem. "O carrinho
navegou com naturalidade como se fora um barco carregado. Mantive uma leve
aceleração e a velocidade desenvolvida era de uns 10km/h. As rodas dianteiras
agiram como leme, e foi possível manobrar em curvas de pequeno diâmetro. (...)
Dirigi o tempo todo de sapatos e meias, e só os molhei quando, ao descer do
sedan, pisei em uma poça de chuva".<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">O carro fez várias evoluções na Lagoa e "varou as
marolas de uma lancha com mais conforto do que superaria qualquer buraco nas
ruas do Rio". Para gerar suspense, Salles (que não havia levado os remos
de segurança) desligou e religou o motor duas vezes. Deu tudo certo, como
contou a seção Retrovisor, do caderno Carro etc, em 27 de janeiro de 2016.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">"Seria preferível o naufrágio do que a desmoralização de
um redator automobilístico que voltasse remando", concluiu o jornalista.<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-50775439760951967032020-12-14T14:07:00.000-03:002020-12-14T14:07:06.590-03:00As vezes não dá a menor vontade de aterrissar. Não faz o menor sentido aterrissar. Guilherme Arantes, no Facebook<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtrZHAL35tG6DvdddH8yc9MQ36WV7QKheiPTnbOxDMPQRvM_mRzWxnzJprFJ63VUlA8dk70Pl1Z9_JiYjTxRtSgy5UnzfhhgsXJFZaICDS19CRTCnyEuKkjoKYzI0Ywst5Nn-K8tsPos9O/s275/SAD+MAN.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtrZHAL35tG6DvdddH8yc9MQ36WV7QKheiPTnbOxDMPQRvM_mRzWxnzJprFJ63VUlA8dk70Pl1Z9_JiYjTxRtSgy5UnzfhhgsXJFZaICDS19CRTCnyEuKkjoKYzI0Ywst5Nn-K8tsPos9O/w640-h426/SAD+MAN.jpg" width="640" /></a></div><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Às vezes me dá vontade de não voltar. De não voltar pra
realidade, de não retornar para aquilo que deveria ser o meu lugar...às vezes
dá a impressão de que aquele lugar para o qual eu deveria voltar é apenas uma
lembrança vaga, nada mais existe, tudo mudou, todos mudaram, é como se tudo que
eu entendia como sendo conhecido agora fosse apenas um sonho e que a minha
viagem atual, que é um sonho, fosse a verdadeira realidade. E o pior, ou o
melhor de tudo<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>é que eu sei que é assim
mesmo ! As vezes não dá a menor vontade de aterrissar. Não faz o menor sentido
aterrissar. Não dá nenhuma vontade de assistir os sonhos que agora são reais se
desmancharem na paleta de cores desmaiadas que é oferecida pelo mundo
fantasioso que se insiste em chamar de real. Lá fora, lá longe, lá atrás, no
que se chamava “normalidade” o mundo se debate e vocifera nas possibilidades
precárias do embate bruto das leituras possíveis dos sonhos de cada um, e eu me
sinto um nada, nadando, desesperado num mar se impossibilidades e de
naufrágios...Aqui, não. Aqui, no conforto da minha estaçãozinha de trabalho, eu
viajo no meu sonho. Aqui tudo é possível, não se esfarela e não se desmorona
como lá, na chamada “realidade”. Aqui, está o meu sonho grandioso e íntegro,
amadurecido de dentro pra fora num processo de qualidade total e compromisso
com a minha essência mais profunda. Aqui, o produto do meu sonho parece
completamente plausível, o meu voo não tem amarras, minha poesia não conhece
limites, a beleza, a delicadeza e a sutileza são plenamente possíveis e
realizáveis. Lá, naquele absurdo que um dia chamaram de realidade, o buraco é
mais embaixo. Sempre o buraco mais embaixo. Lá, a incompreensão e a
mediocridade vão sempre se contrapor a tudo de mais nobre que eu sonhasse. O
“sucesso” é como um rato que você precisa matar. E você não pode deixar um
buraco, uma fresta, um ralo sequer que sirva de escape para esse rato fugir. Se
houver uma mísera falha no reboco da parede, esse rato desgraçado chamado
“êxito” escapará. Aqui, na minha “estaçãozinha de trabalho, eu consigo
engendrar um mundo novo, onde cada idéia, cada criação vai crescendo, vai
crescendo, vai tomando forma, desabrochando como um milagre que me faz reviver
a cada instante... Aí, quando eu estou no auge da minha empolgação,
entusiasmado com a minha capacidade de ser criador,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>eu começo a pensar na interação que existirá
dessas maravilhas que eu estou criando com tudo aquilo que eu deixei lá atrás,
no momento em que decolei para a minha viagem desbravadora, tudo aquilo que
ficou lá no chão duro da “realidade”, todos os meios e veículos de acesso que
farão de tudo para impedir que os meus sonhos se espalhem e consigam
transformar o mundo... aí começa o meu pesadelo. Porque o mundo não quer ser
transformado. Porque o mundo faz de tudo para insistir na sua feiura e
mediocridade. Aí eu lembro que vou me encontrar com todas as formas de
corrupção e de deliberada incompreensão, porque o mundo tem uma natureza má, e
que essa natureza perversa só é vencida com muita dificuldade pelos sonhadores
que viveram voando como eu. Aí eu lembro que, se dependesse do que sempre foi
“normal” para o mundo, todos os delirantes e sonhadores da História teriam
desistido dessa mania de criar o novo. Quando eu lembro de todas as formas de
corrupção que os meus sonhos vão encontrar pela frente, quando eu lembro de
todos os obstáculos propositais que farão de tudo para impedir que os devaneios
de todos os sonhadores possam frutificar, eu tenho vontade de entrar de novo no
meu casulo da minha estaçãozinha de trabalho, onde tudo é possível. Será que eu
sou normal ao enxergar colorido ? Será que as pessoas como eu precisam de um
tratamento para voltarem a enxergar só em escala de cinza ? Ou a vida é assim
mesmo ?<o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-82863162538180919812020-10-06T12:14:00.002-03:002020-10-06T12:14:33.011-03:00Paulo Niemeyer Filho: “Em menos de 100 anos, não vamos mais falar de cirurgia” <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVNovm55zsEBuSkAEWSv81r1u6gOPCEQ1uQ6DZWVBvZMjV2jaU2ztSw9PZR3H0zmgqEra_7fHI3bpTP9mW5EsbeN7U1TVODnEO2exGR8WMtkcg2mSc3MmHMy9Em_NW71AXWbyKscD7KfE/s573/PAULO+NIEMEYER+FILHO+O+GLOBO.PNG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="573" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVNovm55zsEBuSkAEWSv81r1u6gOPCEQ1uQ6DZWVBvZMjV2jaU2ztSw9PZR3H0zmgqEra_7fHI3bpTP9mW5EsbeN7U1TVODnEO2exGR8WMtkcg2mSc3MmHMy9Em_NW71AXWbyKscD7KfE/w640-h416/PAULO+NIEMEYER+FILHO+O+GLOBO.PNG" width="640" /></a></div><p class="MsoNormal"><b><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Entrevista a Constança Tatsch, O Globo<o:p></o:p></span></i></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Para o diretor do Instituto Estadual do Cérebro, no Rio,
Paulo Niemeyer Filho, muito em breve a medicina será muito mais preventiva e
menos invasiva. “A cirurgia do câncer, por exemplo, vai acabar, o caminho vai
ser pela genética e imunoterapia”, explica o neurocirurgião. Algumas dessas
previsões, além de explicações sobre o funcionamento do cérebro e histórias de
pacientes, estão no recém-lançado livro “No labirinto do cérebro” (editora
Objetiva).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Na entrevista, ele reflete sobre o fascínio e os mitos que
envolvem o órgão e também sobre a experiência do IC em receber pacientes de
Covid-19.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">O Instituto do Cérebro precisou ceder leitos para
pacientes com Covid-19. Como foi isso?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">- Houve demanda da Secretaria de Estado de Saúde para que o
instituto disponibilizasse os 44 leitos de terapia intensiva, o que ocorreu por
três meses. Tivemos que nos adaptar, porque é um hospital especializado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Foi muito duro, os doentes chegavam e morriam feito
passarinho, em dois ou três dias. Havia um medo enorme, testávamos diariamente
os funcionários. O primeiro paciente, por ironia, era um amigo no grupo de
risco. Eu estava cheio de esperança, disse que tudo correria bem, mas no dia
seguinte ele piorou, foi entubado e faleceu. Agora estou otimista, acho que a
vacina vai resolver. O neurocirurgião tem que ser otimista porque, se sair de
casa de manhã para abrir uma cabeça e pensar que vai dar errado, é melhor não
abrir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">O cérebro interessa a cada vez mais pessoas. Mas
alguns mitos persistem...<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">- O cérebro é realmente fascinante, nossa alma e nossa vida
estão aqui dentro. Quando comecei a faculdade, falar do cérebro surpreendia até
os colegas porque era algo muito especializado. Hoje, os programas de TV, as
revistas, todos fazem matérias sobre neurociência. Mas a gente ainda ouve
bobagens, como a história de que só 10% do cérebro são usados. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Na realidade, ele tem um limite de capacidade, e nós, com o
progresso da ciência, vamos ajudando. Assim, você perde visão e coloca óculos,
anda com dificuldade e usa o carro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Hoje, não podemos mais viver sem computador nem telefone,
porque nossa capacidade de registro é limitada. Precisamos de apoio da chamada
“mente estendida”, a continuidade do cérebro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">“Mente estendida” faz pensar na ficção. O que
pode virar realidade no futuro?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">- Acho fascinantes os estudos sobre transmissão de
pensamento. Existe energia nessas coisas, como quando pensamos em alguém que
nos liga. Vários países vêm estudando isso. Parece futurista, mas não acho
impossível. Penso que alguma coisa vai sair daí.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">No livro, o senhor cita antigas visões e
tratamentos no cérebro que agora parecem absurdos. O que poderá virar coisa do
passado?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">- Futuramente, não vai se falar de cirurgia, e os livros vão
para o museu para lembrar uma época em que se abriam a cabeça, a barriga e o
tórax do paciente. É antinatural. A cirurgia do câncer, por exemplo, vai
acabar, o caminho vai ser pela genética e imunoterapia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Olhamos para os genomas com a mesma ignorância com que, há
500 anos, abríamos um cadáver e não sabíamos para que servia o fígado ou que
nome dar àquilo. Estamos entrando numa nova era da medicina, mais preventiva e
menos invasiva. Vamos detectar os genes que podem causar tumores na infância e
já corrigi-los. Hoje, no consultório, é comum quando digo ao doente que ele tem
que operar, ele perguntar: “Mas tem que abrir a cabeça?” Já começa a parecer um
absurdo. Isso deve ocorrer em menos de 100 anos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Há muitos exames complexos e essenciais, mas o
senhor é muito guiado pelo exame clínico do paciente. Qual o valor disso?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">- O exame clínico é insubstituível. Há uma tendência de se
valorizar a máquina, ela é fundamental, mas os jovens estudantes têm pressa
para aprender como operar, como abrir uma cabeça. Antes disso, há o tempo
precioso de aprender a examinar o doente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">No livro, conto o caso de um paciente que tinha um pé caído e
só pesquisavam a coluna. Ele chegou e disse: “ninguém sabe o que tenho”, e
botou os exames na mesa. Mas quando comecei a examiná-lo, ele ficou surpreso.
Já tinha passado por vários médicos e nunca fez um exame clínico. Ali ficou
claro que o problema era no cérebro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">O senhor tem o costume de ver sintomas nas
pessoas na rua?</span></b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">- Tenho. Há várias doenças que você reconhece olhando, não
precisa examinar. Uma vez, na fila do aeroporto, tinha um homem na minha frente
com uma contração ritmada na face, de um lado só. Vi que era um espasmo
hemifacial, doença que se confunde com o tique nervoso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Eu sabia de um tratamento novo que pouca gente conhecia, até
no meio médico. Eu disse: “Desculpe me intrometer, é que sou médico. O senhor
tem um espasmo hemifacial, e existe uma cirurgia nova para isso, o senhor vai
ficar bom se operar”. Ele respondeu de forma meio seca que iria até o dr. Paulo
Niemeyer. Achei graça e fiquei quieto. Depois de dez anos ele entrou no meu
consultório, perguntando se eu me lembrava dele, “aquele da ponte aérea”.
Continuava com o espasmo, eu o operei e ficou ótimo. Mas é difícil falar, a
pessoa pode achar você intrometido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">No livro, o senhor menciona momentos solitários
de decisão durante a cirurgia. Como tomá-las?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">- A cirurgia neurológica é a única que pode deixar sequelas
graves por si só. Por isso é importante a conversa antes da cirurgia com os
pacientes. Mas há um limite. Então você diz os riscos maiores para não apavorar
o paciente. Mas, às vezes, tem um risco que você não imagina, se defronta com
ele na cirurgia e não falou com o paciente sobre isso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Acho que essa relação médico-paciente é muito importante para
conhecer o psiquismo do doente, entender o que aceitaria ou não e como reagiria
diante de um resultado que não fosse o perfeito. Tive uma doente que, para
tirar o tumor todo, havia o risco da paralisia facial. Era uma moça, eu tirei o
tumor todo porque me pareceu o melhor. Ela ficou com a paralisia facial e no
primeiro momento se disse satisfeita. Mas depois de um ano voltou e falou que
se soubesse que era assim, preferia ter ficado com o tumor. A paralisia era
muito pior do que ela imaginava. Foi duro ouvir isso porque achei que tinha
feito o melhor, mas é difícil saber como as pessoas vão viver com uma possível
sequela. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;">Essa questão para mim ficou resolvida: a partir dali eu digo
que, se necessário, vou deixar um pedaço do tumor para evitar a paralisia
facial. Essa perfeição de tirar o tumor todo pode ser boa para o médico, mas
para o doente pode ser um desastre.<o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Coluna do LAMhttp://www.blogger.com/profile/08973042425434163773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1935376376479256405.post-4588644223283983722020-09-28T12:25:00.005-03:002020-09-28T15:24:27.303-03:00Esculacho, falta de respeito e educação no comércio<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizfjCSdaJt5XhuDxfZ4jY88mmMltVhceVF40ctp4U3rBYhR8fWxVlWrlS0ExhDO4h9BWwf87t0Mr_DHIaBsWRC2XDngcrHeDsfXqTYIkDdbXrVW7pwDaCbC8KM7Wrmhsq3y6eUWIJX0zc/s498/FERNANDA+GON%25C3%2587ALVEZ+PADARIA.PNG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="498" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizfjCSdaJt5XhuDxfZ4jY88mmMltVhceVF40ctp4U3rBYhR8fWxVlWrlS0ExhDO4h9BWwf87t0Mr_DHIaBsWRC2XDngcrHeDsfXqTYIkDdbXrVW7pwDaCbC8KM7Wrmhsq3y6eUWIJX0zc/w640-h448/FERNANDA+GON%25C3%2587ALVEZ+PADARIA.PNG" width="640" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Hoje, li este post no Facebook:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">O cardiologista mandou mamãe só comer ricota. Ela
não suporta. Então o jeito é um minas frescal que é menos encorpado que o
curado. <o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">“Esse queijo não pode de jeito nenhum custar esse
preço”, fiz apenas essa observação com a atendente e ainda completei dizendo
que ela não tinha nada a ver com isso. <o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Ela parecia a dona da vaca que produziu o
queijo...<o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Aí eu disse: - Minha filha, você deve ter um
salário excelente. Com certeza você deve comer apenas queijo canastra...Aí,
piorou a situação. <o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal"><i><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Ela imaginou que eu a estava xingando de
¨canastra¨ e lançou o queijo em cima do balcão como se tivesse dando milho às
galinhas...ahhhh...a vista escureceu....<o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">A desqualificação social do Brasil (nada a ver com pobreza)
avança como um cardume de piranhas devorando pessoas educadas, gentis. É o
empoderamento da grosseria, da patada, do “foda-se-eu-só-quero-saber-do-meu-no-fim-do-
mês”. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Onde os RHs conseguem achar e contratar exemplares tão boçais
para atender o público? Mesmo na pandemia, gente sendo demitida, a laia
continuou com aquela cara de bunda (a palavra é outra) como se nós, consumidores,
fossemos estrume quando na verdade, somos nós que mantemos os empregos deles.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Eles venceram e fecharam o meu sinal. Olho e digo “2 pães”.
Se não está como quero e pago digo “Troca”. Se perguntam
se o cartão é de débito ou de crédito, finjo que não ouvi, cara de bunda. Deixo
quebrarem a cara na máquina. Sem bom dia, sem boa tarde, sem boa noite, sem
educação, como eles gostam.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;">Em casos graves faço o que não fazia antes, por julgar
covardia. Entro no Reclame Aqui (<a href="http://www.reclameaqui.com.br/">www.reclameaqui.com.br</a>)
que, como se sabe, mexe com o ego dos
donos dos estabelecimentos e aí é banho de sangue. Todo mundo na rua.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Garamond",serif; font-size: 18pt; line-height: 107%;"> </span></p><p>
</p>Coluna do LAMhttp://www.blogger.com/profile/08973042425434163773noreply@blogger.com0