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Mostrando postagens de abril, 2013

Caro Antonio Ernesto Martins

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Acabei de ler as 493 páginas de seu livro SACUDINDO O PÓ DA ESTRADA (editora KBR - www.kbrdigital.com.br ) com uma sensação de alívio. Devorei sua obra em 10 dias e fiquei surpreso com a intensidade existencial, cultural, e, sobretudo, com a sua coragem ao abrir todas as janelas de seu inconsciente para a visitação pública. Você (foto do meio), Jimmy Page (foto abaixo), a querida Eldo Pop FM, a amada Fluminense FM, o nosso eterno Circo Voador duelam com o lado B que navega no mundo dos devastados pela cocaína e, sobretudo, pelo desleixo afetivo que assolou, assola e, lamentavelmente, ainda vai assolar muita gente que, por bilhões de razões não se encaram no espelho. O que também me impressionou em seu relato, despejado num texto despreocupado com "eroditismos" e concentrado no linguajar informal, das praias, ruas, cinemas, teatros, bocas de fumo, foi a sua própria lucidez em admitir (em vários momentos) que já estava viciado mas não queria admitir, mas nem por i...

Tecnologia

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Antes de mais nada quero deixar claro que sou amante da tecnologia. O que pretendo é escrever sobre os excessos. Todos os anos a operadora de celular de onde sou cliente desde meados dos anos 90 libera uma quantidade de pontos que dão direito a troca por um aparelho novo. E, todos os anos, sem exceção, vou a loja trocar e fico totalmente perdido com os novos modelos que são apresentados. Mesmo de boa vontade, os vendedores dão explicações partindo do princípio que já conhecemos tudo. É natural que, meio constrangidos, acabemos não fazendo perguntas cruciais cujas respostas vamos tentar achar nos manuais. Que também são incompreensíveis. No caso dos celulares e computadores a velocidade da evolução é quase enlouquecedora. Em fins de abril do ano passado peguei um celular revolucionários e, no último sábado quando fui trocar meus pontos por um aparelho, saí com outro mais revolucionário ainda, cujos mistérios meu irmão, cunhada e sobrinha desvendaram para mim na noi...

Livros

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Neste sábado, dia 27, vou autografar uma nova fornada de meu livro A ONDA MALDITA - COMO NASCEU A RÁDIO FLUMINENSE FM, um relançamento da editora Nitpress. Será a partir das 10 horas da manhã no calçadão da Livraria Gutenberg, que fica na rua Moreira Cesar em Icaraí. A capa do livro é esta, em preto e branco, mas "A Onda" vem também com uma sobrecapa que também é mini-poster. Veja:                          Livros nos colocam numa posição muito parecida com a dos pais zelosos e, ao mesmo tempo, libertários. Queremos que eles ganhem o mundo, até outros planetas, mas com cuidado e atenção. Lembro de uma vez, anos 90, quando num papo de bar alguém disse "façam a mim mas não façam a  meus livros". Aquele comentário me pegou em cheio porque desde que comecei a publicar minhas obras, no início dos anos 1980, passei a sentir exatamente isso, esse posicionamento protecionista do façam a mim, não a eles. Como se os liv...

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Sozinho, sentado numa pedra, junto ao mar, numa noite de sábado contemplo a Baía de Guanabara e seus abismos misteriosos cobertos pelo manto do orvalho, da água, dos enigmas. Preferi não ir ao cinema, a um show e sair com os amigos. Necessidade de contemplação. Perto de mim, um pequeno grupo pesca. Caniço e molinete. Falam de Deus, de fé. Um deles se diz ateu, o outro agnóstico, o terceiro fica calado cortando iscas e amarrando anzóis enquanto o quarto tenta remover as convicções dos dois primeiros. Senti vontade de chegar para esse último e dizer "rapá, ter fé em Deus é um sentimento que está acima da lógica, da razão, da complexidade imbecil das atrocidades terrenas. Não ter fé em Deus é um direito, por mais que esse movimento nos deixe incomodados. Rapá, deixa pra lá". Não fosse a fé em Deus, que acalma meu sono até quando bate o desespero (atire o primeiro Valium quem nunca foi atropelado pela sensação de desespero no meio da noite/dia) não estaria escrevendo. P...

Jornalista

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Fui buscar um relógio de estimação no conserto. Fui a pé mesmo porque o relojoeiro (excelente, se chama Cesar) fica aqui no bairro. No caminho, um conhecido que não via há tempos. Estava num bar, numa micro-esquina onde, dia sim, outro também, uma kombi que com pra quinquilharias fica estacionada. O conhecido perguntou se eu continuava na profissão (jornalista) eu disse que sim. Falei deste blog, comentei que estou mandando currículo para algumas Redações e que em breve a editora NitPress, do Luiz Erthal, vai fazer um alvoroço com meu e-book didático MANUAL DE SOVREVIVÊNCIA NA SELVA DO JORNALISMO. Tenho o maior orgulho deste livro e quem quiser conhecer basta clicar neste link:  http://nitpress.webstorelw.com.br/t/e-books/ Eu já ia saindo, mas o conhecido insistiu para tomarmos um café. OK, tudo bem. Ele abordou "estou há um tempão pra te perguntar, mas sempre esqueço. Você também se acha um jornalista detestado?" Ele estava se referindo a uma entrevista de um colega q...

"Dreams"

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                                                      Poucas vezes ouvi tanto blues como atualmente e confesso que acabei levando um coice dos bons quando "Dreams", do Allman Brothers, explodiu nas caixas de som Edifier de meu computador, presente do meu irmão Fernando e do meu sobrinho Philippe. Provavelmente a vizinhança não gostou, mas fazer o que se o nome disso é blues? Lembrei, como se fosse amanhã, do primeiro dia em que entrei na Radio Federal AM, a primeira emissora de Rock do Brasil, em 1973. Comecei lá, este ano, como estagiário passando logo a função de programador. Entrei na sala da produção e meu amigo e mestre Marcos Kilzer estava ouvindo "Dreams", aos berros. Eu não conhecia. Disco de 1969, o primeiro dessa banda extraordinária que perdeu seu guitarrista lider, Duane Allman (foto), em 1971, aos 25 anos. Ele andava rápido com sua...

Antonio Carlos Jobim

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Reler livros, um hábito antigo. Os bons livros se renovam como nuvens a cada releitura, cada revisita. O fenômeno está acontecendo agora quando releio "Antonio Carlos Jobim - um homem iluminado", escrito por sua irmã Helena Jobim, que me autografou um exemplar em 17 de maio de 1997, mês de lançamento da obra. Esse livro me mostrou que o Tom foi (e é) muito mais extraordinário do que eu imaginava. Mesmo a longa entrevista que tive o privilégio de fazer com ele em 1992, na churrascaria Plataforma, sequer chega perto do relato de Helena. É um livro muito comovente porque mergulha numa pessoa que foi açoitada por angústias, ansiedade, questionamentos que se transformaram em música, discos e grandes, mas grandes projetos. Graças ao livro da Helena, que estou tendo o privilégio de reler (sugiro que todos façam o mesmo) descobri um Tom Jobim eternamente garoto. E como garoto, contemplando os bichos pelas florestas por onde andou (especialmente na região de Passo Fundo, Estado...