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Mostrando postagens de junho, 2013

Anjo, churros, fé

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                                         Texto restaurado e reeditado O homem estava na esquina de uma cidade, provavelmente Los Angeles, São Paulo, Rio de Janeiro. Uma mão tocou seu ombro direito. - Você já me conhece em sonho. Sou seu anjo. - Por isso essa sensação de já tê-lo visto antes. - Você me chamou, eu vim. - Vamos sentar naquele banco do parque? - Vamos. Me paga um churro. Dizem que anjo não gosta de churros, pura babela. - Bom encontrar com o nosso anjo. - Bom saber que sou bem-vindo. Por que me chamou, qual é o problema? - Nenhum. Chamei para agradecer por ter me livrado daquela confusão. - Difícil... - Difícil o que? - Difícil um anjo ser chamado por mera gratidão. - Saiba, meu chapa, que eu só tenho gratidão por você. Seus livramentos diários, seus toques quando estou dormindo e sonhando...enfim, anjo, só ten...

Diálogo Interno, ou, “toda a vez que andei na linha o trem matou”

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Texto restaurado e reeditado Consciente – Gozado, escrevi um artigo apoiando aquela revista francesa quando publicou a charge debochando de Maomé. Lembra? Pois é, publiquei e quase ninguém acessou. Inconsciente – Isso é assim mesmo. Quem tem sul tem medo. O pavor das pessoas é justificável. C – Lá vem você com essas conversas, como se Jung, Freud e Lacan não tivessem feito o seu rastreamento. Só falta agora arrancar de uma frase solta e sem nexo a máxima “toda a vez que andei na linha o trem matou” e colocar no título do artigo. I – Será que vale à pena não arriscar e continuar cinicamente submetido a seu comando? E se eu te induzir a colocar essa máxima, que tem zaralhadas de explicações e análises, no título do texto, o que você vai fazer? C – Alguns riscos valem sim. Eu arriscaria clicar num blog para ler uma opinião favorável a revista francesa e a charge sobre Maomé. I – Você está diferente hoje. Meio nublado, quase mormaço. Esquisito pra cacete, meu chap...

Você já levou petelecos de um salta pocinhas?

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Texto restaurado e reeditado Prefiro levar um soco no queixo do que ficar tomando petelecos de salta pocinhas (quem inventou essa foi o Paulo Francis) que ficam perambulando por aí, na falta do que fazer, apesar da nova série de “Malhação” estar para começar. Hoje recebi uma mensagem sinuosa como as curvas de judas (escrevo com j minúsculo mesmo) e não me enquadrei entre as pessoas que ele, como Monalisa (que não sabemos se ri ou chora) estava criticando, usando como mote a fofoquinha de salão de depilação de virilha. Ahhh, a indiscreta decadência dos salta pocinhas, que fingem que perderam a chave do armário, apesar da porta ser aberta por fora. Aconteceu no Facebook. O cara (não conheço, nunca vi), que um outro fofoqueirA me disse se chamar peido (com p minúsculo) resolveu escrever (muito mal por sinal) uma série de atrocidades sobre gente que vive com o boi na sombra, surfando numa suposta onipotência, enfim, não cheguei a ler a mensagem toda porque respeito minhas cal...

A Universidade Federal Fluminense deve graves explicações a população

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Sugestão para os manifestantes que ocupam as ruas do país clamando por justiça, moralidade, democracia Vamos direto aos fatos: 1 – O Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) pertence a Universidade Federal Fluminense (UFF). O HUAP já foi referência nacional em atendimento ao público, mas há mais de três anos a sua emergência está fechada. Por causa disso, mais uma vez o boato de que o hospital vai ser privatizado (o que seria uma tragédia) corre pela cidade. A população de Niterói, cidade que sofre com a falta de hospitais públicos e privados, quer saber da UFF: Por que a emergência do HUAP está lacrada? Falta de dinheiro não é, como mostram os itens a seguir. 2 – Há quase quatro anos a Universidade demoliu o Cine Art UFF e o Teatro para construir novas unidades com verba do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal. As obras andam, param, andam, param, se arrastam. E a cidade está sem um cinema e um teatro que ao longo dos anos se tornaram impre...

Quase pronto o livro sobre os 30 anos do Circo Voador

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 Maria Juçá com Jards Macalé O Circo em 1983 O Circo hoje     Legião Urbana no noitaça de 9 de outubro de 1985 Texto restaurado e reeditado Maria Juçá me ligou. Para quem não sabe, ela é a dona, mentora, mãe, irmã, amiga de várias gerações de rockers dos anos 80, 90, 00. Sem Maria Juçá não teria rolado a célebre parceria Circo Voador-Rádio Fluminense FM em 1982, 83, 84, 85, batizada por Perfeito Fortuna de Rock Voador. Juçá é minha irmã e, para não variar, rimos pra cacete no telefone. Ela está finalizando o livraço que conta a história dessa nave de ousadia que está pousada na Lapa. Políticos com p minúsculo bem que tentaram deportá-lo, mas o Circo mora lá até hoje e, tenho certeza, ganhou a eternidade graças ao apoio popular. Estamos vendo, hoje, que sem o apoio popular nada vai pra frente. Não esquecerei das zilhões de noites que passei ali, assistindo a tudo o que é novo, tradicional, alternativo. Longos papos com o “pré-colombiano” amigo Ja...

Medo de polícia

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Texto restaurado e reeditado Não vou por na conta da ditadura porque, felizmente, nunca fui preso nem torturado, mas confesso que tenho medo de polícia. Não gosto de ver um carro da PM porque sei que, à bordo, estão, em geral, dois primatas fardados mal treinados, inexperientes, psicologicamente imaturos e com o dedo no gatilho de armas de grosso calibre, ou com as armas que cospem balas de borracha que estão longe de ser “não letais”, como afirmam os governantes. Toda semana morre um por “fatalidades” provocadas por policiais. Estranho, mas ao invés de causar segurança, tranquilidade, um carro da polícia me deixa ansioso, inseguro, com a sensação de que vou tomar bala a qualquer momento por...por...por nada. Por isso, sempre ando com todos os documentos, IPVA do carro pago, vistoria feita, identidade, CPF, enfim, apesar de nunca ter sido preso (nem por desacato) a presença da polícia me provoca um profundo mal estar. Lido com policiais da mesma forma que me relaciono com ca...

Cadeia para os bandidos infiltrados nas manifestações

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O Brasil começa mais uma semana com várias manifestações de rua anunciadas. Saudavelmente sem comando, sem partidos, autenticamente populares, os manifestantes só não conseguiram se livrar dos bandidos (chamados carinhosamente por alguns de “radicais”) que se infiltram no movimento e acabam destruindo e saqueando lojas, monumentos, prédios públicos. Sabemos que quando a polícia quer, prende. Sabemos também que, por razões que merecem ser apuradas, as polícias não estão se empenhando em prender e mandar julgar esses marginais, passando a impressão de que querem ver o circo pegar fogo. Afinal, de vez em quando uma ou outra voz pede golpe de estado. Os golpistas não se conformam que uma sociedade democrática funcione normalmente e acham que só a ditadura, torturando e matando, pode resolver as mazelas do país. Prender bandidos é uma obrigação da polícia. Mandar a polícia prender é uma obrigação da presidente da República e dos governadores. Hoje nos jornais os intelectua...

João do Corujão, o guerrilheiro das letras

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Benito Corbal, de barba, à esquerda Na noite dessa sexta-feira encontrei com João Luiz de Souza, eternizado como João do Corujão da Poesia, Universo da Leitura. Num momento em que as veias abertas do Brasil ganham as ruas, cobrando qualidade existencial, cultural, política, social, depois de anos e mais anos sob um estranho mormaço, foi um privilégio encontrar o João. Num lugar que cada vez me encanta mais, o Espaço 29, um mix de restaurante, espaço cultural, galeria criado pelo Alexandre Pinto, na rua Moreira Cesar 29, em frente ao Trade Center, em Icaraí, Niterói. O Espaço 29 está se revelando um ponto de encontro de cabeças e almas brilhantes. Sempre senti uma enorme admiração pelo João Luiz, a quem fui apresentado pelo amigo comum Benito Corbal . João, que tem como marca armações brancas em óculos de grau, é assessor de cultura da Universidade Salgado de Oliveira, a Universo, que, segundo ele, desde o princípio, quase 10 anos atrás, graças a reitora Marlen...

Provocadores, boateiros, Estado e governo

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Leio no UOL que a Fifa está ameaçando cancelar a Copa das Confederações. Motivo: arruaceiros a serviço não se sabe de quem ou do que, coagiram membros da Federação em Salvador, ontem a noite, atirando bombas nos hotéis onde estão hospedados e promovendo quebra-quebra. Futebol é o de menos. O que pesa é o dano político de um cancelamento desses. Mais uma vez o que assistimos ontem a tarde/noite foi a ação dos provocadores e abutres, que estão presentes em todos os momentos das tragédias políticas do Brasil. Um país que teve cabo Anselmo e outros traíras que acabaram jogando o Brasil no fosso. A tentativa de invasão do Itamaraty foi muitíssimo grave. Como também foi o nítido desprezo da polícia em entrar naquele espelho d´água e retirar os provocadores de lá. Deixaram rolar como se fossem cúmplices dos abutres. Esses provocadores, arruaceiros, abutres e similares deveriam ser presos e dizer para quem (ou o que) estão servindo. Mas, ao que me parece, a polícia prende e solt...

Recebi este e-mail e repasso aos leitores:

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Em três dias, a maioria das pessoas no Brasil terá recebido esta mensagem. Esta é uma ideia que realmente deve ser considerada e repassada para o Povo. Lei de Reforma do Congresso de 2013 (emenda à Constituição) PEC de iniciativa popular: Lei de Reforma do Congresso (proposta de emenda à Constituição Federal) 1. Fica abolida qualquer sessão secreta e não-pública para qualquer deliberação efetiva de qualquer uma das duas Casas do Congresso Nacional. Todas as suas sessões passam a ser abertas ao público e à imprensa escrita, radiofônica e televisiva. 2. O congressista será assalariado somente durante o mandato. Não haverá ‘aposentadoria por tempo de parlamentar’, mas contará o prazo de mandato exercido para agregar ao seu tempo de serviço junto ao INSS referente à sua profissão civil. 3. O Congresso (congressistas e funcionários) contribui para o INSS. Toda a contribuição (passada, presente e futura) para o fundo atual de aposentadoria do Congresso passará para o regim...

A "conexão Varginha", ou, é difícil ouvir boa música, mas ela existe

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Texto restaurado e reeditado Comprei por oito reais protetores de ouvido Nexcare, da 3M. Está disponível em farmácias e são muito úteis nesses tempos de vagabundagem musical, além, é claro, de nos livrarem dos primatas que utilizam indevidamente, por exemplo, celulares com rádio em transporte público. Recomendo. São ótimos, minúsculos, imperceptíveis, confortáveis. É lógico que respeito o direito das pessoas comprarem Michel Teló, Luan Santana, Thiaguinho e dezenas e mais dezenas de outros que navegam nos turbulentos mares do baranguismo cultural. No entanto, prefiro não atirar pedras e buscar opções. Sempre foi assim. Historiadores dizem que desde que “inventaram” a música popular, as mais cultuadas pelos povos são de péssimo gosto. Aqui no Brasil, não há uma fase, um período de exceção. Primeiros lugares sempre foram ocupados por barangas, mas fazer o que? Nada? O que é isso? Vamos buscar as opções no chamado mercado alternativo que está sempre cheio de coisas valiosas. ...

Redução das passagens pode ser uma bofetada na corrupção

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V de vingança. V de vitória. Revogados aumentos de preços de passagens dos transportes de massa no Rio, Niterói, São Paulo e outras cidades. No Rio, o prefeito gemeu. Disse que pelo menos 200 milhões de reais vão deixar de ser investidos ano que vem. Ótimo!!!! A maquiagem da zona portuária, batizada mauricescamente de Porto Maravilha, custará bilhões e não fará falta alguma caso tenha que ser suspensa. Agora é a hora de voltarem as ruas pela Saúde que se encontra num estado lamentável. Com inteligência, educação e SEM DAR ESPAÇO PARA OS PROVOCADORES, esses marginais que se juntam aos manifestantes com o intuito de saquear lojas, destruir o patrimônio e provocar para ver a canoa virar. Além disso, com menos dinheiro em caixa, pela lógica, os bandidos da máquina pública vão ter que roubar menos. O povo decidiu. Primeiro passo. Sem partidos, sem artistas famosos, provando que uma sociedade livre não precisa de cafetões.

Indignação dispensa explicação

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Av. Rio Branco, 1968 Sociólogos, antropólogos, psicólogos sociais, cientistas políticos buscam desesperadamente explicações para as manifestações nas ruas de todo o Brasil. Não vão encontrar porque a indignação é um sentimento que dispensa explicações. Uma revolta que se acumula durante anos e mais anos, sob o estranho silêncio do povo. Agora, por conta da trilhardária Copa das Confederações e com a desculpa de 20 centavos nas passagens de ônibus o povo foi para a rua. Por que? - A população está indignada com o escândalo do mensalão e agora desabafa nas ruas. - Proposta de Emenda Constitucional 37 (PEC 37) que limita a ação do Ministério Público, para a alegria dos ladravazes. - Roubalheira ampla, geral e irrestrita em todos os escalões do governo. - Inflação real, a que sentimos na pele, faz a inflação oficial parecer deboche. Aumento da gasolina, dos alimentos, dos serviços. - A arrogância de Zé Dirceu, Genuíno e outros mensaleiros ditando regras. - Part...

Bicicleta, pura utopia de primeiro mundo

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Texto reeditado Estava a caminho do trabalho quando uma pesquisadora chegou junto a janela de meu carro num sinal de trânsito. Com um computador minúsculo na mão, perguntou se eu estava usando o carro para o trabalho ou lazer, se eu iria percorrer uma distância superior a 20 quilômetros e, finalmente, o que achava da ideia de usar bicicleta no lugar de carro. Expliquei que estava indo para o trabalho, menos distante do que os 20 quilômetros sugeridos. Respondi que quanto a não substituição do carro por bicicleta disse que eram tantos motivos que não iria dar tempo. Por isso, respondo aqui. Bicicleta em cidades médias e grandes no Brasil ainda é suicídio. Por que? Ora, sejamos sensatos. Ninguém respeita. Carros, ônibus, caminhões e motos passam por cima de dúzias por mês porque, como não tem motor, a bicicleta é uma presa fácil que só acelera o que conseguimos pedalar. Com motor, a motocicleta se safa mais rápido, mas ainda assim as motos vivem enchendo as emergências de to...

Saudade de Big Boy e da sua Eldo Pop FM

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Mário Henrique Peixinho Sábado passado, assim que li o materaço de Carlos Albuquerque no Segundo Caderno do Globo sobre a página do grande e saudosíssimo Big Boy, no Facebook. Fui até o You Tube e fiquei ouvindo algumas vinhetas da grande criação do radialista, a Eldo Pop FM, no início dos anos 70. Quem quiser conhecer a página que a família do Big Boy, com fotos, gravações dos tempos da Rádio Mundial, e muito mais basta clicar aqui:  https://www.facebook.com/pages/Big-Boy-Rides-Again/565152540194400?fref=ts Ah, sim, já que é para matar as saudades dê um pulo nas vinhetas da Eldo clicando aqui: http://www.youtube.com/watch?v=tVAtdyEHoyM Eu, meu irmão Fernando Mello e o amigo/irmão Marcio Paulo Maia Tavares ouvíamos a Eldo Pop o dia todo. Tínhamos praticamente decorado a programação que Big Boy fez com peixinho, toda baseada nas centenas de álbuns que ele trouxe dos Estados Unidos. A rádio não tinha locução e, por isso, aquelas bandas não eram anunciadas...

Vale à pena pegar “Na Estrada” nas locadoras

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Está nas boas locadoras de DVD e Blu Ray o corajoso filme “Na Estrada”, de Walter Salles. O diretor e eu nos cruzamos duas ou três vezes em madrugadas de 1987 na saudosa Rede Manchete de TV. Não chegamos a conversar. Eu estava na CPP 1 (Central de Pós Produção) finalizando um documentário sobre Jimi Hendrix e ele na 2 terminando a série “China, o Império do Centro”. Seu filme “Na Estrada”, adaptação do clássico beat “On The Road”, de Jack Kerouac é muito bom. Li este livro três vezes, a primeira com 17 para 18 anos, a segunda aos 30 mais ou menos e a terceira há uns três meses atrás. A segunda vez, li porque na época estava fazendo análise existencialista e, a meu ver, “On The Road” tem uma pegada existencialista em sua essência. Ou seja, apesar do chamado “caos necessário”, dos necessários dilemas, das necessárias angústias, do necessário viver intensa e irresponsavelmente, fundamental ignorar qualquer manual de funcionamento social. “On The Road” me fez sonhar em me torn...