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Mostrando postagens de maio, 2016

Smartphone virou o radinho de pilha do século 21

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Desde sempre o rádio de pilha foi o meio de comunicação mais popular no mundo. Ouvi-lo não significava ter que deixar de fazer nada, bastava ligar. Podia-se continuar trabalhando, dirigindo, estudando, namorando, ao contrário das outras mídias que exigem que se abra mão do que estamos fazendo. Falo no passado porque o radinho de pilha sumiu e em seu lugar entraram os smartphones. Estão em todos os lugares: ônibus, trens, carros, barcas, metrôs, nas calçadas, parques, praias. Em alguns países como a Noruega o rádio em FM foi extinto. As pessoas ouvem direto em seus smartphones ou nos computadores, tablets, enfim, os chamados dispositivos. Em se tratando de tecnologia, tudo mudou, mas o conteúdo do rádio continua dando prioridade a fala. O sucesso das emissoras que falam e tocam música sobre as que apenas tocam música é gritante em todo o paneta. O rádio sempre foi (e ainda é) visto como um veículo companheiro, que informa, opina, faz rir, chorar. Por isso, quem investe na ling...

Todo dia é dia de livro

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Clarice na cabeceira - contos Versão para Kindle, tablet, smartphone: R$ 17,85 – aqui: https://www.amazon.com.br/Clarice-na-cabeceira-contos-Lispector-ebook/dp/B00ZSG372O/ref=sr_1_13?s=digital-text&ie=UTF8&qid=1464470943&sr=1-13&keywords=clarice+lispector Clarice na cabeceira , organizado pela doutora em Letras Teresa Montero, é uma bem escolhida amostra de instantes de beleza retirados das obras de Clarice Lispector e apontados por 22 integrantes da legião de fãs da escritora. E não se trata de quaisquer fãs. Luis Fernando Verissimo, Fernanda Torres, Affonso Romano de Sant’Anna, Rubem Fonseca, José Castello, Maria Bethânia e Luiz Fernando Carvalho são algumas das personalidades que compõem o time estelar de colaboradores do livro. A seleção afetiva realizada por esses escritores, atrizes, cineastas, cantoras, jornalistas e críticos literários reúne textos de cada um dos livros de contos de Clarice:  Laços de família   (1960), ...

Na TV, a incrível história das entrevistas do Pasquim

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Anote na agenda, na parede, na virilha porque é imperdível. No próximo dia 13 de junho, as 20 horas, começa a série "As Grandes Entrevistas do Pasquim", no Canal Brasil. Demais!                                                        O secular colega   Ricky Goodwin (um cara absolutamente do cacete), editor das célebres entrevistas do Pasquim, vibra muito. Com razão. Está confirmada para 13 de junho, as 20 horas, no Canal Brasil o início da série “As Entrevistas do Pasquim”. Serão 13 episódios, dirigidos pelo Ricky. Com muito prazer, fui convidado e dei uma longa entrevista sobre a minha estada no Pasquim entre 1976 e 1980.       Parido quase clandestinamente em 26 de junho de 1969 por Ziraldo, Henfil, Jaguar, Paulo Francis, Ivan Lessa, Tarso de Castro, Flávio Rangel, enfim, pela grossa flor da intelectualidad...

Viva o frio!

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Sei que pertenço a minoria absoluta que adora o frio. Logo eu que nasci em pleno carnaval. O frio acalma, tranquiliza, torna as relações humanas mais simples, movimentos mais cordiais. No calor reina a barbárie, a pancadaria, o mau humor mas, sei lá porque, verão é chamado de "tempo bom" e o frio de "tempo ruim". Fato: os países mais frios são mais desenvolvidos, menos safados e mais humanos em contraste com terras quentes e tórridas. Ontem um vendaval anunciou a chegada d e uma massa polar. Se as cidades não estão preparadas para o seu próprio clima a culpa não é do outono. Leio no noticiário on line a palavra "caos" exibida em várias reportagens. Sim, caos de incompetência, molambalização total dos serviços do Estado. O frio, comprovadamente, bota ordem na casa. Mas já vejo no Facebook algumas pessoas reclamando. Serão elas as mesmas que fazem aquela barbárie chamada carnaval de blocos, quando a Zona Sul do Rio é destruída sob o reinado da birita? Pode...

The Who, a única super banda que ainda não pisou no Brasil

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The Who é a única grande banda de rock interplanetária que jamais pôs os pés na América Latina. Se for confirmada a sua vinda ao Brasil, ano que vem, será histórica. Afinal, desde 2015, a banda está em sua turnê mundial de despedida e vai pendurar as guitarras após 52 anos de estrada. A banda foi criada por Roger Daltrey, um adolescente rebelde da área de Sheperd's Bush (região metropolitana de Londres) onde moravam também Pete Townshend e John Entwistle. Em 1964, o brigão Daltrey arranjou um pedaço de madeira, fez uma guitarra e criou a banda The Detours. Por causa das constantes brigas, foi expulso do colégio e se tornou metalúrgico. N esta época o Detours tinha Roger na primeira guitarra,  Pete Townshend   na segunda,  John Entwistle   no baixo,  Doug Sandom   na bateria e Colin Dawson nos vocais. Depois que Dawson deixou o grupo, Daltrey assumiu os vocais e Townshend passou para a guitarra base. No princípio Daltrey era o líder da b...

O sinistro mundo dos reaças

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Fila de banco. Duas mulheres conversavam animada/desanimadamente sobre seus celulares. Uma, calça jeans, dorso retilíneo, bem interessante, dizia que o seu aparelho era um iPhone 5. A outra, mais para adiposa, mas também gostosa, ostentava um iPhone 6.  Pensei em me enfiar entre as duas. Participar da conversa. Dizer o que penso do modelo Y ser mais isso do que modelo X que é mais aquilo que o modelo Z, mas bateu preguiça. Vai que me mentia ali e as duas resolvessem achar que era assédio? Um amigo, gigaintelectual, tem um Fusca 1982 na garagem de seu prédio, no Leblon. Ele me disse uma vez que o melhor carro do mundo é o táxi. Concordei. Quando vivia em Paris, anos 70, ele tinha um Citroen 2 CV, xodó dos existencialistas. Foi ele quem me apresentou a Oscar Niemeyer na célebre tarde em que o mestre da arquitetura decidiu almoçar num restaurante no Flamengo, Rio. Esses caras mostram que esse papo de obsoleto mundo é e sempre foi uma babaquice, mas lamentavelmente funciona ...

A volta dos que não deveriam ter ido - o VLT é uma versão modernosa dos antigos bonde e troleibus que foram degolados sem explicação

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         Bonde elétrico - sem combustível fóssil, sem poluição, silencioso e democrático              Ônibus elétrico - idem O VLT é uma versão atualizada dos bondes elétricos. Tudo bem. Quer dizer, tudo bem, não. Se é uma versão atualizada dos bondes, o VLT é uma confissão pública do Estado de que nos anos 60/70, quando os eficientes, silenciosos, não poluentes bondes foram misteriosamente extirpados do Rio, Niterói e outras cidades, houve um erro grosseiro. Os bondes, arejados, espaçosos, obrigados a circular numa única pista sem poder fazer bandalhas, conviveram muito bem com o troleibus, nibus elétrico ágil, sem trilhos, super eficiente e também adorado pela população do Rio, Niterói e outras cidades (até hoje circula em algumas cidades do estado de São Paulo). Também misteriosamente, o troleibus foi degolado. O mais boçal disso tudo é que em 1973 o mundo parou por causa da monumental crise do petróleo. A Europa c...

A Gestapo do politicamente correto teria esquartejado pessoas como Peter Sellers

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Estou revendo filmes de um ídolo de adolescência, o genial Peter Sellers, um inglês cardiopata que morreu em 1980, aos 54 anos, de ataque cardíaco. Nascida na Alemanha nazista, segundo o filósofo Luiz Felipe Pondé, a moléstia chamada politicamente correto, vulgo PC, voltou ao planeta a bordo dos esquerdóides nos anos 90. Se tivesse surgido antes teria esquartejado Peter Sellers em via pública devido a seu "alto teor de liberdade criativa", considerado crime inafiançável e indefensável pela militância do PC. Teriam jogado no forno, também, Mel Brooks por ter escrito e dirigido e clássico do humor “Banzé no Oeste” e cerca de 90% da produção intelectual mundial (des) graças a seus regulamentos, regras, estatutos. Não podemos chamar um branco de branco, um negro de negro. No último carnaval, em Minas, um casal resolveu se fantasiar de Aladdin e Jasmine e o seu filho de 2 anos de Abu, o macaco de estimação e um dos melhores amigos do personagem. O casal quase foi ...

WhatsApp, um arrombador existencial chato pra cacete

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Admito que sou reservado demais, na minha demais e blá blá blá demais, entendeu? Não? Vou tentar desfiar o novelo: desde que comecei a falar sou viciado em notícias, informação. Leio, leio , leio, ouço, ouço, ouço, assisto, assisto, assisto, bato papo, bato papo, bato papo. Em compensação a vida alheia não me desperta, sequer, sintomas básicos de frisson. O aplicativo Whatsapp entrou na minha vida pela janela do trabalho. E para trabalhar é até razoável. E ainda permite falar com amigos que moram na casa do cacete sem pagar DDI, enfim, não sou mula a ponto de afirmar que o aplicativo é apenas um estorvo. De uns meses para cá decidi dormir com o celular ligado. Nunca dormi bem, minhas noites são como prováveis mini séries de Win Wenders (que não fez mini série alguma). Mais: desde embrião só tenho pesadelos. Vários, todas as noites, alguns recorrentes, outros inéditos. Sonhos lindos, com boa música, belas mulheres, ilhas paradisíacas? Nunca. Mas o assunto não é esse. ...

Cauby! Cauby! Cauby! O homem que ignorava o amanhã

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Estou muito chateado com a morte de Cauby Peixoto aos 85 em São Paulo. Foi o maior cantor do Brasil nos anos 1950 e 60. Sabia disso, mas não tirava onda, não se achava. Cauby era um cara na dele, não estava nem aí para as questões mais mundanas. Gravou o primeiro rock em português em 1957, “Rock and Roll em Coipacvabana”, de Miguel Gustavo (que compôs também a marchinha “Pra Frente Brasil”, que morreu novo, 50 anos, e ninguém até hoje me disse a causa. Se alguém souber, me fale. Em 1952, por intermédio de seu irmão Moacyr, Cauby conheceu Di Veras, famoso empresário, conhecido por suas grandes estratégias de marketing. Ele levou Cauby a São Paulo, especificamente à rua da Rádio Nacional.  Di Veras  co meçou a trabalhar na estética de Cauby. Exigiu que Cauby se vestisse bem (de família humilde não era acostumado), mas perante os cantores da época era uma obrigação ser bonitão. As mudanças no visual de Cauby seriam constantes. Em 1955 lançou seu primeiro suces...

Um vulcão de cabeça para baixo

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O Valor do Silêncio "Tantos querem a projeção. Sem saber como esta limita a vida. Minha pequena projeção fere o meu pudor. Inclusive o que eu queria dizer já não posso mais. O anonimato é suave como um sonho. Eu estou precisando desse sonho. Aliás eu não queria mais escrever. Escrevo agora porque estou precisando de dinheiro. Eu queria ficar calada. Há coisas que nunca escrevi, e morrerei sem tê-las escrito. Essas por dinheiro nenhum. Há um grande silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras. E do silêncio tem vindo o que é mais precioso que tudo: o próprio silêncio."  Clarice Lispector, in Crônicas no 'Jornal do Brasil (1968)'   Aqui na psicodélica cabana da minha crônica insignificância ouso compartilhar alguns draminhas pequenos burgueses com minha meia dúzia de quatro ou cinco leitores. Draminhas (ideal seria dramecos) que não interessam a ninguém. Escrevo esta coluna como a mais severa, dura, moleca e (posso falar?) escrota...

O homem que entrou de sunga na igrejinha da empáfia

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Quer entender essa animada pândega chamada Brasil? Leia a trilogia desse grande sujeito: Laurentino Gomes. A trilogia: “1808”, "1822” e  "889”. Gomes é um jornalista e pesquisador escritor best seller que está prestes a atingir a marca de dois milhões e meio de livros vendidos. Não escreve difícil e nem usa fantasias inventadas pela cronicamente decadente aristocracia que baixou no Brasil quando a corte portuguesa (encagaçada) fugiu de Napoleão (milhares de pessoas) e veio se esconder no Rio, em 1808 . S eu livro campeão de vendas chamado “1808” trata dessa vexatória fuga da corte, uma desventura que acabou criando formalmente o Estado brasileiro, também conhecido como “isso que está aí”. Sob o título do livro, a frase: “Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”. Laurentino pertence a nova geração de historiadores, escritores e educadores que chutaram o corporativismo da empáfi...

Otimismo e pessimismo: uma reflexão de médios teores

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                                                                                                                                                            As redes socais, cada vez mais anti sociais, estão muito mal humoradas e pessimistas. Claro que os tempos estão instáveis, mas s e todo mundo, em todos os tempos, fosse pessimista 24 horas por dia ninguém teria nascido. A começar por nós. O pessimismo crônico, assim como o mau humor, em geral são sintomas clássicos (eu diria óbvios) de depressão e ansiedade aguda que, de cara, leva m diretamente a inapetência existencial . Não é norma...