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Mostrando postagens de março, 2017

Março

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As trovoadas ainda existem e causam alívio enquanto leio os jornais que derramam baldes e mais baldes de desesperança. Com razão porque o momento é mesmo de desesperança já que aqueles senhores larápios afundaram o Brasil. Em vez de alimentar o assunto, hoje preferi ouvir Neil Young no Spotify, que tem uma excelente qualidade de som. Não sei se chega ao nível do CD. Para mim, CD é a melhor mídia já inventada. Prático, não tem a famigerada agulha do vinil e seu irritante plec plec plec, não trava, não exige que eu levante para mudar de lado, dispensa lavagens, etc. No CD o som sai puro e me satisfaz plenamente. Tanto que em mil novecentos e noventa e tal doei meus vinis (não eram poucos) para uma instituição de caridade. Amigos, colegas e conhecidos que cultuam o vinil ficam horrorizados quando conto essa história, mas fazer o que se o que resta nesse país (pelo menos por enquanto) é a liberdade de escolha? Assisti Neil Young no Rock in Rio, show bombástico, ele empunhava...

Falso moralismo

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O saudoso humorista Leon Eliachar escreveu que "o tarado é um homem normal pego em flagrante". Já fui severamente patrulhado por um grupo de "politicamente corretos", frequentadores aqui da Coluna, o que aliás não entendo. Para mim é extremamente preocupante perceber que integrantes dessa laia tem frequentado a Coluna. Através de mensagens enviadas pelo inbox do Facebook, essas pessoas (maioria mulheres) disseram que a crônica que escrevi abordando minha puberdade/pré-adolescência no Campo de São Bento, em Niterói, é um poço de perversões, atentados a moral e aos bons costumes, papo de tarado fundamentalista e tudo mais. A princípio achei que era algum tipo de brincadeira partida de amigos ou conhecidos, mas depois percebi que se tratava de uma reação de leitores anônimos, cujo I.P. (Internet Protocol, o endereço na internet), que aparece para quem usa o Blogger, eu nunca vi. Como ando assassinando algumas penumbras emocionais que precisam ser assassina...

Gestapo

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Nascida na Alemanha nazista, segundo o filósofo Luiz Felipe Pondé, a moléstia chamada politicamente correto, vulgo PC, voltou ao planeta a bordo dos varguardoides nos anos 90. Se tivesse surgido antes teria esquartejado Peter Sellers em via pública devido a seu "alto teor de liberdade criativa", considerado crime inafiançável e indefensável pela militância do PC. Teria jogado no forno, também, Mel Brooks por ter escrito e dirigido e clássico do humor “Banzé no Oeste” e cerca de 90% da produção intelectual mundial (des) graças a seus regulamentos, regras, estatutos. Não podemos chamar um branco de branco, um negro de negro. Num carnaval, em Minas, um casal resolveu se fantasiar de Aladdin e Jasmine e o seu filho de 2 anos de Abu, o macaco de estimação e um dos melhores amigos do personagem. O casal quase foi linchado porque a Gestapo do politicamente correto decretou que fantasiada de macaco, a criança estava sendo racista. O PC tem vínculos uterinos com o...

A nova Onda

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Arte: Nilson Ricardo Lancei o canal A Onda no Spotify. Durante a estada de A Onda Maldita no Sound, das TVs por assinatura, foi enorme a repercussão. A homenagem aos 35 anos da Rádio Fluminense FM durou 15 dias e atendendo a muitos pedidos decidi dar sequência ao trabalho no Spotify. É lá que mora A Onda, que é uma nova Onda. Todo mundo pode ouvir de graça no celular, notebook, tablet, PC. É só acessar http://www.spotify.com  , deixar e-mail, senha e ouvir de graça. Quem preferir pagar R$ 16,90 por mês ouve sem anúncios e a sequência das músicas segue o que programei. Na opção gratuita a sequencia é aleatória e tem anúncios. Quem quiser pode experimentar a versão paga de graça por 30 ou 60 dias, sem anúncios e seguindo a minha sequencia. Inicialmente programei cerca de 50 horas de músicas pensando numa emissora de rádio livre. Toco muitos estilos de rock, em especial hard, progressivo, soft e folk rock, num mosaico atemporal já não acredito em música datada. Afinal, ...

Temer

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Michel Temer vivia no limbo político até o PT transformá-lo, duas vezes, em estafeta e vice-presidente de Dilma Rousseff. Até então pouca gente o conhecia no Brasil. As razões que fizeram o PT colocar Temer na chapa de Dilma foram o trânsito dele junto ao chamado baixo clero do Congresso (parlamentares desconhecidos e medíocres, mas com votos) e os seus poderosos amigos e quase amigos como Eliseu Padilha, Romero Jucá, Moreira Franco, Renan Calheiros e outros. Gente capaz de “azeitar” as relações do Dilma-PT com o Congresso. Habitante do Palácio do Planalto, Temer sabia de tudo o que acontecia. Tudo. Não se sabe do que foi ou se foi cúmplice de muita coisa. Mas um dia, cansado dos coices e do desprezo de Dilma-PT, turbinado pelos amigos e gurus como Eduardo Cunha, o estafeta se rebelou e escreveu uma carta aberta expondo o seu sentimento de rejeição em relaão a então presidente. A partir daí sua relação com Dilma-PT azedou. Eduardo Cunha, então, insuflou Temer até o...

Vulcão invertido

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O VALOR DO SILÊNCIO "Tantos querem a projeção. Sem saber como esta limita a vida. Minha pequena projeção fere o meu pudor. Inclusive o que eu queria dizer já não posso mais. O anonimato é suave como um sonho. Eu estou precisando desse sonho. Aliás eu não queria mais escrever. Escrevo agora porque estou precisando de dinheiro. Eu queria ficar calada. Há coisas que nunca escrevi, e morrerei sem tê-las escrito. Essas por dinheiro nenhum. Há um grande silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras. E do silêncio tem vindo o que é mais precioso que tudo: o próprio silêncio."  Clarice Lispector, em Crônicas no 'Jornal do Brasil (1968)'   Aqui na psicodélica cabana da minha crônica insignificância ouso compartilhar alguns draminhas pequenos burgueses com os leitores. Draminhas (ideal seria dramecos) que não interessam a ninguém. Escrevo esta coluna como a mais severa, dura, moleca e (posso falar?) escrota das censuras: a auto censur...

Vaca Louca

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  Doutor Oswaldo Cruz, Com toda a franqueza, não dá para levar fé. Na boa. Como boa parte da população de Niterói parei de comer carne bovina em janeiro porque havia gente internada com sintomas parecidos com os do Mal da Vaca Louca e há tempos eu radicalizei: não dá para acreditar em nada que qualquer governo diga, nem a fundação que leva o seu nome. A desconfiança atingiu o pico quando a Prefeitura de Niterói se meteu na história e passou a desmentir a Vaca Louca também. O problema, Dr. Oswaldo Cruz, é que o prefeito de Niterói é conhecido como Pinóquio. Dr. Oswaldo Cruz, os mais radicais, tomados por desespero diante desse estado de mentira, roubalheira e incompetência generalizada que assola o Brasil, pararam de comer até frango (temem pela gripe aviária, que não atinge humanos) e estão matando micos temendo a febre amarela. Veja o senhor, nobre cientista, o que a lambança institucional é capaz de fazer. Nobre cientista, hoje os jornais dizem que os cariocas es...

Nos tempos em que havia chuva

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- É verdade que o verão por aqui era mais ameno? - Até meados dos anos 1980, o verão no sudeste do Brasil tinha calor, brisa e chuva em quase todo o fim de tarde. Você via a chuva chegar pelo mar, trazida, pelo vento sudoeste, com raios, trovões, vento, mas era linda. - Mas hoje ainda chove. - É diferente. Hoje há pancadas que inundam mas não trazem conforto, a temperatura não cai, não há mais cheiro de terra molhada. - Por que? -Para começar estão acabando com a Amazônia, por isso eu defendo há tempos a internacionalização e o fechamento da região por tropas da ONU. É um patrimônio ambiental que o Brasil não merece e nem tem condições morais de manter. Qualquer um invade, derruba árvores, vende. A Amazônia deveria estar com os índios, sob vigilância da comunidade internacional. - O que a Amazônia tem a ver com a falta de chuvas no Sudeste? - O “corredor de águas” Amazônia - Sudeste foi assassinado. - Como assim? - Os ventos da...

"Decepcionistas"

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As recepcionistas de salas de espera são espécie em extinção. Nos anos 80 tentaram substituí-las pelas secretárias eletrônicas. N ão deu certo. Hoje, segunda década do século 21, assistimos a proliferação das “decepcionistas”, que assombram muitas e muitas salas de espera pelo país. Em geral, as “decepcionistas” são grossas, carrancudas e amargas, desde o instante em que ligamos para um profissional (de qualquer área) para marcar um encontro/reunião/consulta até o momento em que damos de ca r a com a medusa em questão. Um dia antes, de má vontade , ela telefona para confirmar o encontro e ai daquele que não confirmar. “Não poderei ir amanhã”, confessa a vítima. A resposta vem como um dardo: “só tenho (assim, na primeira pessoa) daqui a dois meses.” Além da grosseria, outro ponto em comum entre ela é o frio. Nós, que em geral pagamos o encontro/reunião/consulta com o (a) chefe da “decepcionista”, saímos de um sol de 50 graus somos obrigado a encarar uma sala de espera...

Amor

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“O medo de amar é o medo de ser livre”. Gravada em 1978, a canção de Beto Guedes com letra de Fernando Brant reflete a mais pura e, para alguns, brutal realidade. Só resta saber se esse amor que a bela música descreve, o que dá medo, é consciente ou inconsciente. Em outras palavras, será que existe alguém que teme o amor, sabe disso e nada faz? Certa vez disseram que “o amor é brega”. Claro que é, mas e daí? Como será viver sem amor, atravessar o deserto existencial sem um copo d´água, uma brisa? Como seria viver sem jamais ter sentido o amor? Falo do amor consequência da paixão entre duas (ou mais) pessoas. Por isso gostei tanto do filme “On The Road”, que Walter Salles dirigiu mas cometeu o desatino de batizar de “Na Estrada”, em vez de usar o nome do livro de Jack Kerouac que, com sabedoria, transportou para o Cinema. É um ácido filme de amor sim, por que não? Desde que li “On The Road” em três momentos especiais de minha vida senti a presença do amor da primeira a última...

Blocos no Aterro

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Não é novidade que os blocos de carnaval do Rio viraram um rico balcão de negócios. Nada contra. Nada. O problema é que 90% dos seguidores são de fora do Rio ou dos bairros (em geral da Zona Sul) onde os blocos saem. Levadas pela mídia, centenas de milhares de pessoas caem de boca nos blocos com a intenção de ver artistas e aparecer na TV. Como não tem qualquer vínculo afetivo (econômico, social, político) com os bairros, fazem cocô, xixi, vomitam, atiram latas de cerveja, saem na porrada em frente a prédios dos moradores que pagam uma nota de IPTU, enfim, a maior zona. Se o prefeito do Rio (parece que não, mas o prefeito já tomou posse, sim) teve coragem para tentar fazer do filho secretário, com certeza não vai amarelar diante dessa sugestão: por que o desfile dos blocos não é transferido para o Aterro do Flamengo, região farta em espaço para que os novos foliões, que bebem até cair, batem, matam, morrem, façam o que gostam de fazer (merda) sem importunar os outros cidadãos? ...

“Fluminense FM, Maldita!!!” - Capítulo 18 da terceira edição de livro "A Onda Maldita - como nasceu a Fluminense FM". Como foi o primeiro dia.

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A história da Rádio Fluminense FM é surpreendente desde o primeiro dia. Leia o capítulo 18 de meu livro "A Onda Maldita - como nasceu a Fluminense FM". A terceira edição (capa cinza, sobrecapa amarela) está na promoção 35 anos a R$ 19,50. Conheça aqui:  http://nitpress.webstorelw.com.br/products/a-onda-maldita MÓDULO 18 “Fluminense FM, Maldita!!!” Eram oito da noite de domingo, 28 de fevereiro de 1982. Estávamos arrasados, quando o operador subiu com a cara espantada e disse que, inexplicavelmente, os zumbidos e chiados tinham parado. Desci as escadas como um mico-leão dourado nas selvas de Silva Jardim. Cheguei ao parque gráfico e constatei, quase chorando de emoção, que as máquinas não tinham parado de cuspir jornal. Ou seja, a chiadeira tinha sumido porque... porque... quis. Eu, Sergio e Amaury mergulhamos no estúdio de gravação e fomos de oito da noite às cinco e meia da manhã gravando. Foi pesado, foi cansativo, foi tudo, mas acima de tudo, foi uma vit...

No ar, na TV, o Canal A Onda Maldita

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