Em algum lugar do passado

                                                    Óleo sobre tela. David Bowie.
Ontem, umas 11 da noite, um amigo ligou de um bar e passou o telefone para um amigo dele, que não conheço. Esse amigo falou que tivemos um amigo comum e quando me disse que era o Carlos fiquei muito emocionado.

Com a voz embargada, autêntica emoção, ele contou histórias, lances, relances, lembranças do Carlos, nosso amigo comum, que infelizmente morreu nos anos 1990. Uma das perdas mais sentidas que tivemos porque ele era muito especial, extremamente bom caráter, solidário, generoso, enfim, todas as qualidades não caberiam nesse relato. Uma vez eu disse que ele era um E.T., não pertencia a esse mundo, Carlos caiu na gargalhada.

O amigo do meu amigo, no bar, falou que muitas vezes o procurava para desabafar, falar da vida, das vitórias e não vitórias, celebrações e angústias. Eu disse a ele que também fazia isso, sem o menor constrangimento. Falamos do Carlos, dos seus irmãos e irmãs, da casa da mãe dele lá pelos lados de Friburgo e em menos de cinco 5 minutos já me próximo do desconhecido.

Desliguei o telefone e umas imagens surgiram rápido, especialmente os rios de Macaé de Cima, São Pedro da Serra e Lumiar, perto de Friburgo. Sempre que eu ia lá na volta comentava com ele, expondo meu plano de construir uma casinha lá em cima, o que acabou não acontecendo. Delírio oitentista.

Orei pelo Carlos, sua amizade, sua passagem aqui pelo planeta e sua abençoada presença na vida dos privilegiados que puderam conviver com a sua essência.


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