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Mostrando postagens de julho, 2015

O que seu gosto musical diz sobre você

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Artigo de Javier Sampedro – jornal El País Há algo mais pessoal que o seu gosto musical? Essas canções que alcançam sua alma ou o deixam excitado, que alcançam o centro geométrico da sua emoção e alteram, sem intermediários, seu estado de ânimo não são o produto mais destilado da sua eleição consciente? Bem, em uma única palavra, não. Os psicólogos experimentais de Cambridge demonstraram que os nossos gostos musicais são bastante previsíveis. Basta conhecer o estilo de pensamento de uma pessoa – se tende a simpatizar ou a sistematizar – para adivinhar qual música ela gosta. E os detalhes são muito interessantes, continue lendo. A questão não é se alguém gosta de jazz, do tango, de música clássica, de calipso, de rock ou de pop. Essas são questões não apenas mais abrangentes, mas ultrapassadas: o tipo de pergunta cuja resposta não serve para nada. A questão é muito mais sutil e interessante: se dentro do jazz, você prefere Billie Holiday ou John Coltrane; se como ouvinte de músic...

Música para mim não se resume a rock

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Desde que comecei a escrever no Facebook e Twitter que estou gostando muito da nova rádio Cult Brasil, que fica em http://www.radiocultbrasil.com.br/ e só toca música brasileira, algumas pessoas me enviam e-mails surpresas dizendo que acham que eu só gosto de rock. Claro que sou roqueiro desde que nasci, mas modéstia à parte tenho uma invejável coleção de grandes álbuns de Egberto Gismonti, Badi Assad, Alceu Valença, Belchior, praticamente toda a obra de Debussy à bordo de Nelson Freire, grandes nomes da bossa nova, enfim, é muita coisa. Meu gosto musical, literário, cinematográfico, cultural de uma maneira geral, nunca foi unicista. Aliás, minha vida está longe de ser unicista. Inclusive, nos anos 1970 frequentei toda a sexta-feira a gafieira Elite, mais por causa das companhias femininas do que pela música, assim como já toquei no Olodum de Salvador, adoro o maracatu, e por aí vai. Meu gosto é movido pela curiosidade. Curiosidade que, no momento, está voltada para a música d...

Muito obrigado pelo convite, mas não irei ao Rock in Rio

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Me ligaram convidando para ir ao Rock in Rio. Declinei em bom português. Disse que escreveria as razões em minha Coluna, essa aqui. Logo, se promessa é dívida, estou zerando agora. Depois da edição de 1985 e a do Maracanã, o Rock in Rio virou uma marca. Uma marca rentável, muito rentável, como Nissan, Citybank, HP, Apple, Caporal Amarelinho. Acho ótimo que nesse momento, quando o Brasil, de novo, cai na lona e o juiz já contou até oito, alguma coisa dê certo por aqui. “ Abre aspas – toda a vez que o trabalhismo toma o poder, o Brasil cai no lodo. Getúlio foi aquilo que se viu: ditadura, estado novo, corrupção. Depois, Jango que entregou a pátria a outros párias da ditadura. E agora é isso que está aí. Fecha aspas”. Ao misturar axé music com tirolesa, roda gigante e até alguns cavaquinhos, o Rock in Rio se assume: não é rock nem é Rio. É uma gigantesca quermesse eletrônica, aprendiz de Disneylandia que um dia, quem sabe, vai entrar no mapa das diversões interplanetár...

Paul McCartney: “Lançamos Sgt. Pepper´s na sexta e domingo Jimi Hendrix tocou o tema no Saville Theatre em Londres; os Beatles chegaram a um ponto em que implodiram - todos tinham dinheiro e fama e, de vez em quando, era inevitável que nos irritássemos uns com os outros.”

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                                                                                  A conversa franca de Paul McCartney com Anthony Decurtis, da Rolling Stone americana, quatro anos atrás, toca em temas que ele pouco ou nunca comentou em profundidade como o fim do grupo, a amizade retomada com Lennon, a saudade de Harrison. Leia: Como foi o "verão do Amor" (1967) para você? Legal pra caramba. Tínhamos acabado de decidir que suspenderíamos as turnês porque já não estava mais valendo muito a pena. Parecia que não estávamos progredindo, o público continuava berrando, mas a gente se encheu daquilo. Tínhamos a ideia de fazer um disco que sairia em turnê por nós. Isso veio de uma história que tínhamos lido a respeito do Cadillac de ouro do Elvis fazendo turnê. Ach...

Aderi ao Uber: cansei da lambança e da escrotália de muitos táxis comuns

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Tenho lido artigos de colegas meus em sites e jornais de todo o país enchendo a bola do Uber, serviço de táxis diferenciado que está atuando no Brasil, gerando uma gritaria generalizada dos taxistas comuns. A Uber nasceu em San Francisco, California, em 2008, atua em 66 países e nas principais cidades do mundo oferecendo: carros de luxo, motoristas extremamente educados, corridas mais baratas que as dos táxis comuns na bandeira dois, segurança e, sobretudo, paz. Hoje decidi pegar o meu celular e baixar o aplicativo deles. Por que? Porque não aguento mais aturar os maus taxistas que, infelizmente, estão invadindo até a 99 Táxis, Easy Táxi e serviços de aplicativos afins. Decidi hoje porque o desserviço atingiu o pico. Vamos lá: 1 – chamei um taxi pelo aplicativo; 2 – em vez de um carro em bom estado deparei com um velho Chevrolet que fedia a cigarro; 3 – quando entrei, o motorista fala com um amigo ao celular, combinando um churrasco que vão fazer sábado. Falava de picanha, m...

Diálogo Interno: todo inconsciente é profissional; todo consciente é amador

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Consciente – Gozado, escrevi um artigo apoiando o amor incondicion a l e quase fui apedrejado. Quase arrancaram o meu saco, penduraram numa pipa (ou cafifa, ou papagaio) e mandaram para longe. Inconsciente – É assim mesmo. Quem tem sul tem medo. O pavor das pessoas com o amor só perde para cagaço que sentem da paixão. Principalmente a paixão virtual, que eu chamo de cisma, sabe qual é? Não, você não sabe qual é . Consciente – Lá vem você com essas conversas, como se Jung, Freud e Lacan não tivessem feito o seu rastreamento. Só falta agora arrancar de uma frase solta e sem nexo a máxima “toda a vez que andei na linha o trem matou” e colocar no título do artigo. Inconsciente – Será que vale à pena não arriscar e fingir que estou submetido a o seu comando? Todo inconsciente é profissional, assim como todo consciente é amador. E se eu te induzir a colocar essa máxima, que tem zaralhadas de explicações e análises, no título do texto, o que vai fazer? Consciente – Alguns ri...

A impressionante magia da Legião Urbana

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Im pressionan te  o volume de acessos a essa oca digital quando o assunto é Legião Urbana. Ontem postei no Facebook esse banner feito pelo Luck Veloso, editor da Radio Cult FM (www.radiocultfm.com) e, de novo, choveu gente. Domingo em meu programa “Cafofo do LAM”, 11 da noite na Radio Cult, Dado Villa Lobos vai falar sobre o seu livro e Renato Russo sobre o sucesso da Legião. Ia até escrever um e-mail sobre esse fenômeno para Jamari França (o programa dele é o Jam Sessions, também na Cult FM, domingo, 10 da noite) , que com o também colega Arthur Dapieve é um dos maiores conhecedores de Rock do Brasil (no meu ranking pessoal) para saber que mística é ess a que cerca a Legião e o Rock dos anos 80 de um maneira geral. O que NÃO aconteceu nos anos 90 e 2000 é o que faz dos anos 80 esse gigante pela própria natureza? Estamos assistindo a uma nova virada (ufa!) do Rock Brasil, que está retornando a cena? Sim, porque diz a lógica que quando o presente não consegue superar o ...

Roubadas da China

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A História conta que dos séculos 16 a 18 um navio ia da Índia para a China em um ano e meio (ida e volta). Como era uma viagem muito perigosa, se num grupo de três naus duas afundassem, ainda assim o negócio dava lucro. Mas, os portugueses da Índia descobriram que podiam fazer viagens muito mais curtas e com lucros muitíssimo maiores. Morria gente como moscas, mas “fazia parte do negócio”, chamado “ Negócio da China”. Atualmente afirmo com muita tranquilidade que qualquer negócio da China, ou com a China, é a maior roubada para qualquer pessoa ou país em qualquer ponto do planeta. A China pratica descaradamente um regime escravo de trabalho, utilizando mão de obra totalmente desqualificada, tecnologia pirateada e retrógrada, enfim, é um esgoto a céu aberto de aberrações éticas. Muitos brasileiros compram produtos chineses que, por serem extremamente vagabundos, custam muito menos. O frama é escapar deles. Todas as marcas de computadores, tablets, celulares, de todas as mar...

Ficção: Série Entrevistas Imaginárias – Jimi Hendrix

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Discussão com o público na Alemanha, dias antes de morrer                                                                             Últimas fotos. Feitas pela namorada Monika Dannemann na véspera da morte de Jimi Jimi Hendrix saiu do elevador e se aproximou devagar naquele final de tarde em 10 de setembro de 1970. Um metro e setenta de altura, magro, cruzou o hall do hotel ajeitando os cabelos com a mão. Um leve sorriso, cumprimentou e sentou. Pediu uma água mineral e estava visivelmente cansado e abatido. Acendeu um cigarro, perguntou a hora a alguém e olhou para mim. Semblante grave. O maior guitarrista de todos os tempos morreu oito dias depois, ali mesmo em Londres, aos 27 anos. Na noite anterior estava numa festa com a namorada Monika Dannemann no Hotel Samarkand, número 22 ...