O marinheiro punk da barca Rio-Niterói

Encontrei um conhecido que é saudosista mas não é chato. Raridade. No momento ele anda com muita saudade da barca Rio-Niterói de antigamente, segundo ele mais romântica, varrida por uma brisa marinha, alguns boêmios, a presença do profeta Gentileza, blá blá blá blá. Eu estava num camelô contemplando relógios falsificados, impressionado com o alto nível das “réplicas” atuais. Não comentei com ele para não prolongar a conversa, mas não tenho saudade de quase nada, inclusive da barca Rio-Niterói dos anos 1970 (quando atravessava a Baía de Guanabara diariamente) que era suja, quente, lenta. A travessia levava quase meia hora e elas pareciam bonitinhas e “vintage” só para os turistas ou por quem não era obrigado a usar. No entanto, duas vantagens inegáveis que os atuais catamarãs (que atravessam rápido ), limpos e sem profetas (Gentileza era chato pra cacete) não tem: belas e gostosas mulheres em profusão e uma varandinha que ficava na popa onde namorávamos ao longo daquela meia hor...