O filme acabou

Contam os tiranossauros que até uns 20 anos atrás existiu um bípede mamífero, que também já virou petróleo, chamado lanterninha. Ele habitava as salas de cinema, com uma lanterna na mão, fiscalizando e chamando a atenção de quem não andava na linha, jogava galinha viva para o alto, copulava animadamente entre as fileiras de cadeiras ou conseguia penetrar na sala escura arrombando a porta de saída. O lanterninha era um guarda noturno da noite virtual das salas de cinema e foi extinto pelo competente e sempre alerta, obediente, positivo operante autopoliciamento imposto pela sociedade dita contemporânea e suas várias patrulhas espalhadas por aí. O rico portifólio de lendas urbanas cariocas (queimaram esse portifólio? Por onde anda?) conta uma célebre história que muitos juram que teve como palco a sala escura do cinema Comodoro, na Tijuca. Andei frequentando meio que compulsoriamente o Comodoro por duas razões: namorei uma tijucana na adolescência que, linda e intelige...