Holismo, ou, a galinha que cacareja mais é a primeira a ir pra panela
Ladeira
da memória, homenagem ao grupo Rumo
O calabouço gosta dos faladores e de seus arroubos juvenis,
como as revelações que só as alcovas da alma tinham conhecimento até então. Mas
aí, o sol bate na banca de revistas, o incauto entra em êxtase, se distrai e
fala. Calabouço, meu chapa. Calabouço.
Parece que é assim que funciona a dinâmica energética da
vida, uma espécie de London Eye (https://bit.ly/2EFpAoh
) girando no próprio eixo. Enquanto houver eixo.
“Por que ela é linda e eu não?”; “Por que ele tem esse carro
zero e o meu é podre?”; “por que ele mora tão bem e eu não?”; “por que ele está
sempre saudável e eu vivo doente?”; “por que ele é sempre promovido e a empresa
me ignora?”; “por que com ele as coisas sempre dão certo e comigo não?”; “por
que o casamento dele é feliz e o meu não existe?”; “por que eles podem viajar
sempre e eu sento no meio fio?”; “por que a inveja é uma merda?”...
Nefasta, a inveja está da essência humana, garante o holismo.
A princípio não é querer mal ao outro, mas desejar o que o outro tem, e é aí
que mora o problema.
Afinal, a energia psíquica de todos nós é uma só, e é neutra.
Ela se torna positiva ou negativa de acordo com nossos direcionamentos, em
especial o pensamento. Quem pensa negativo enfraquece, quem pensa positivo,
fortalece – “A energia psíquica”, livro de Carl Gustav Jung.
Jung revelou que a energia psíquica pode ser atingida de fora
quando estamos frágeis (pessimistas, negativistas, mal humorados, reclamões).
Ele diz que a inveja é o mais poderoso dos sentimentos negativos porque está
além do ódio e é movida pela cobiça. Mesmo que inconscientemente.
O holismo contemporâneo afirma que todos os seres humanos
nutrem uma “quantidade” de inveja, mas que é nos grandes “abismos sociais” que
ela se manifesta de forma mais intensa, o que de acordo com os cientistas “é
natural”.
Uma pessoa invejosa queima tanta energia que chega a
incinerar a própria saúde. Como uma esponja, tenta sugar os sucessos do outro e
acaba entregue a exaustão.
Por isso, muita gente bem sucedida anda com carros simples,
evita receber pessoas desconhecidas em casa (preferem restaurantes e outros
lugares públicos), adota um estilo de vida que os americanos batizaram nos anos
80 de “low profile”.
Alguns terapeutas holísticos dizem que quando é inevitável
conviver com invejosos mais críticos, fortalecer a própria energia psíquica é o
único caminho, apesar da vítima dos nefastos desejos da inveja seja, a
princípio, o próprio invejoso, o tal “bumerangue”.
Mas sempre sobra uma lata de lixo para os invejados. É simples saber, basta comparar a quantidade
de “incidentes e perdas em geral” ocorridos antes e depois do convívio com os
invejosos.
Por que esse artigo hoje? Porque segundo a moderna psicologia
social, uma das razões das pessoas saírem dos burgos mascaradas pelas ruas da
Europa antiga é que nobres, inventores, comerciantes e outros “invejados” só se
permitiam se expor a inveja quando fantasiados, irreconhecíveis. Era quando se
sentiam livres e os invejosos não notavam.
Ou seja, máscara além de ajudar na defesa do Covid-19, pode
blindar a alma.
Boa semana!
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