Poderia ter sido diferente? (os mais radicais dizem que se o Brasil fosse invadido pela Alemanha em 1942, o arrego dos brasileiros os teria recebido com feijoada, batucada, cama, chuveiro, mulher)
Até os livrotes mais vagabundos tricotam freneticamente
sobre o renascimento de nações que foram dizimadas por guerras. Inglaterra,
Alemanha, Itália, China, Japão. A Coreia do Sul, depois de ser destruída nos
anos 50/60, passou todo mundo e hoje é o país-modelo em educação.
Se o Brasil tivesse encarado guerras o que teria sido?
Sabem a antiga teoria psicanalítica de que o ser humano só cresce com dor, sob
tensa e intensa crise? Ela se aplica a nações?
O Vietnã viveu em guerra de 1910 a 1975. Japão invadiu,
França invadiu, Estados Unidos invadiram. Só na guerra contra os Estados Unidos
morreram 1 milhão e 500 mil vietnamitas que, em nenhum momento, largaram o
osso. Foram até o fim e botaram os americanos pra fora com memoráveis chutes na
bunda.
Parto de um princípio de que a culpa não é de quem faz,
mas de quem deixa fazer. Exemplo: se puserem um caixa eletrônico em cima da
Pedra do Arpoador a culpa será do banco ou da prefeitura? A passividade
popular (esse terno hímen complacente brasileiro) homologa os desvios. As
eleições sacramentam. Em outras palavras, qualquer amarra cachorro que esteja
no poder num regime democrático, o aval (culpa) é nosso.
Não vou citar exemplos de outros países que venceram o
arbítrio/corrupção/canalhice porque todos (sem exceção) usaram a truculência.
Mussolini foi pendurado de cabeça para baixo num poste, americanos jogaram
coquetéis molotov em postos de gasolina que aumentaram preços no crash de 1929,
enfim, não encontro um exemplo de vitória popular que não passe pela luta.
Não estou defendendo ninguém e muito menos atacando. O
que a História nos conta é que por não coincidência os povos regidos por
fanatismos religiosos são os mais manipulados. Os povos da Índia e África, em
sua maioria, são hordas de mortos-vivos dopados por crenças fanáticas aliadas
de ditadores fartamente corruptos que não deixam enxergar que os seus governos
roubam, matam, achacam, em nome desse mesmo fanatismo. E Deus não tem nada a
ver com isso.
Não tenho lastro teológico suficiente para afirmar que
Deus discorda do fanatismo religioso, mas tenho o direito de supor que Ele não
concorda. Fanatismo paralisa, enlouquece, dopa. Fanatismo quando decreta que
orelhão é sagrado os seguidores batem palmas quando o Estado não instala
orelhão nenhum. Fanatismo quando determina que peixe é sagrado seus
seguidores autorizam o Estado a não investir nada em indústria pesqueira.
Mao
Tse Tung radicalizou quando sentenciou que “a religião é o ópio do povo” e foi
mais longe quando decretou a Lei do Filho Único, que caberia como luva nesse
Brasil de safados. A religião manipulada, mais do que o ópio, é pior do que
heroína.
Por que nós, brasileiros, somos tão submissos, cordatos e
encagaçados? Faltou guerra? Faltou o olhar do invasor dentro da nossa casa
citando Renato Russo : “eu sou a sua morte/ vim de fazer companhia”? De vez em
quando vejo carros com adesivos “Basta isso”, “Basta aquilo”. Bastar como? Como
se “basta” a lambança? Como se basta o arbítrio, a corrupção, tráfico de
vidas?
Fato é que a gemedeira e a vitimologia continuam por aí fabricando moleques populistas e
os mais radicais dizem que se o Brasil fosse invadido pela Alemanha em 1942, os
brasileiros os recebiam com feijoada, samba, cama chuveiro e mulher.
Continuamos pagando a tal taxa de “assinatura” dos
telefones, engolindo o “matematicalogismo” que aumenta planos de saúde, mais
casa, comida, roupa lavada e corrupção de parlamentares. Qual é o critério? A
submissão? Qual é a saída?
Quem é o inimigo? Quem é você?