Sopa de cabeça de bode
Ia escrever sobre “'Tropicalinha, Caetano e Gil para
Crianças” de Pedro Henrique Lopes com direção de Diego Morais, um
musical que adoraria levar minhas filhas e filhos, mas como não os tenho
dá vontade de pegar uma criança emprestada para me acompanhar. Estou
muito a fim de ver. Mas a minha timidez não permite que eu entre num teatro sozinho para assistir a um musical para crianças.
Mas pelo que li, é bom. Sinopse: Tropicalinha mostra como
a amizade e parceria profissional entre dois músicos deram origem à criação de
um movimento cultural que influenciou e influencia até hoje as mais diversas
manifestações artísticas. Em cena, o Reino de Pindorama, governado por uma
rainha autoritária que toma o poder e baixa decretos proibindo a música e as
cores no lugar. Dois amigos, Cae e Gil, se unem para trazer sons e cores de
volta ao reino, em alusão ao movimento tropicalista.
Deve ser legal. Um amigo me conta que a sua super
sobrinha foi e adorou. Ela tem dois anos e meio, mas é esperta e inteligente
pra cacete. Se esbaldou também em “Beatles para crianças”, onde uma banda toca
Beatles na real, maior pauleira, nenhuma versão “infantiloide” e as crianças
deliraram. Deliraram porque elas curtem cores e sons livres e talvez entendam como
ninguém o verdadeiro significado da enigmática Sopa de cabeça de bode, senha stoneana.
Aias, se alguém nesse coliseu de leitores puder tirar uma
dúvida, agradeço. Sempre li (não li nem leio pouco sobre Tropicália) que a
ditadura obrigou Caetano e Gil a raspar a cabeça quando estavam presos no
quartel de Deodoro, em 1969, para não dizerem que foram violentado etc. De fato
não foram já que a violência maior estava justamente na prisão por “ofender o hino nacional” além de fazer música, cores, gestos livres. Vamos a dúvida.
Os livros dizem
que eles não rasparam a cabeça, especialmente quando foram ao programa do
Chacrinha para mostrar que estava “tudo bem”. Foram lá, cantaram e voltaram
para a cadeia do Exército. Só que me garantiram recentemente que os dois foram
raspados, sim. Alô, Marineca! Alô, Gildinha! Alô, Marcelão Fróes! Alô, Nélio Rodrigues,
Célio Albuquerque, Carlos Calado, Chris Fuscaldo, Caíque Fellows, qual foi a
real?
Isso aí.
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