Ganância, esperteza, fiasco. Festival que celebraria 50 anos de Woodstock é cancelado
Revista
Exame online
O festival que celebraria, nos EUA, o 50º
aniversário de Woodstock foi cancelado, anunciou um dos organizadores do
evento, após uma série de problemas de produção.
“Lamentamos que uma série de contratempos tenham tornado
impossível organizar o festival que imaginamos”, disse em um comunicado o
produtor Michael Lang, cofundador do primeiro Woodstock.
Em 25 de julho, os organizadores haviam anunciado que o show
seria realizado em Columbia, Maryland, depois de ter sido negada em repetidas
ocasiões a autorização para fazê-lo em Vernon, no norte do estado de Nova York.
O primeiro lugar escolhido tinha sido Watkins Glen, no estado
de Nova York, a 230 km do local original, situado em Bethel, no extremo
sudoeste do estado. Mas não tinha o tamanho suficiente para a ambição dos
organizadores, que anunciaram 150 mil espectadores.
No excelente artigo “O enterro de Woodstock” publicado
no Globo deste domingo, a jornalista Harazim escreveu:
(...)“O projeto de agora acabou inviabilizado por
brigas com investidores, pela dificuldade de obter um local — a versão de
última hora do evento marcado para 16 de agosto ficaria espremida num
anfiteatro com capacidade para míseras 30 mil pessoas —, pela desistência de
nomes de peso como Miley Cyrus e Jay-Z, e pelo o cipoal de exigências
contratuais da indústria do entretenimento.
Sinal dos novos tempos: como os artistas
contratados já haviam recebido seus cachês (vários bem acima de US$ 1 milhão), os
organizadores sugerem que doem pelo menos 10% do embolsado a alguma causa
social. De preferência para a ONG HeadCount, que ajuda residentes nos Estados
Unidos a obter um registro eleitoral e votar em 2020. Ou seja, nada a ver com a
alegria sem selfies de outra era. Melhor não tentar ressuscitar o que é único. (...)
Não conseguiram obter a autorização para
realizar o show neste antigo circuito de Fórmula 1, cujos proprietários
finalmente exigiram o cancelamento do contrato.
Além da longa incerteza pelo local, houve dificuldades de
financiamento. O principal sócio financeiro do projeto, Amplifi Live,
retirou-se levando os 18 milhões de dólares que havia investido.
A empresa de produção contratada, Superfly, também se
afastou, questionando a viabilidade do projeto. Também havia incerteza sobre a
participação dos artistas anunciados no início do ano, incluindo Jay-Z, Miley
Cyrus e Santana.
O evento estava programado para 16 a 18 de agosto.
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