A morte provisória do futebol no Brasil

Minha suposta elegância não permitiu que eu chamasse esse artigo de "a degola definitiva do futebol no Brasil", mas quando a Alemanha enfiou sete gols na seleção brasileira no histórico 8 de julho de 2014, em plena Copa de 2014 do mundo, foi tudo para o espaço.

Muitos (será maioria?) brasileiros descobriram, mesmo que tardiamente, que não estavam sendo enganados não só pelo desgoverno em Brasília, mas pela máfia da CBF. Pior: calados (rabo entre as pernas?) os amantes do "esporte bretão", da "gorduchinha" souberam que as obras de todos os estádios que viraram arena foram super faturadas pela ganância daqueles que ainda por cima, locupletados com os governos, puseram os preços dos ingressos lá em cima e fecharam a porteira para o chamado "povão".

Parece que não só o engodo do governo caiu em desgraça popular. Por onde vou (e não vou a poucos lugares) o que vejo, observo, é um monte de gente calada ignorando o aparelho de TV que parece falar sozinho. Antes as dezenas de canais de futebol faturavam horrores com o pay per view. Hoje, me parece (informação totalmente subjetiva) que estão as moscas.

A "torcida canarinho" descobriu que seus trilhardários heróis dos gramados mal conhecem isso aqui. Não caíram no calote que nós caímos, se mandaram cedo do Brasil e fazem carreira lá fora, em Euros, dólar, etc. Fingem que se emocionam, alguns simulam até choro quando perdem uma jogada, mas na boa, querem que o Brasil se exploda.

Os tais "90 milhões em ação" viraram "200 milhões sem ação, correndo atrás de emprego, indignados com a bandalha nacional". Dificilmente entro num táxi com o futebol rolando no rádio e, semana passada, perguntei a um taxista e ele laconicamente respondeu que "não dou mole pra esses vagabundos". "Esses vagabundos", a meu ver, é toda a cadeia que envolve o futebol, da Fifa ao menor clube nos confins nacionais.

Na minha opinião só um legítimo babaca sofre, torce, chora por..."esses vagabundos". Será impressão minha? Ou o fato da seleção (como as olimpíadas) estar torridamente associada a politicagem em geral afasta (e vai afastar ainda mais) o povão do futebol?

Dizem que "isso vai passar". Vai. Tudo passa. Nós passamos. Mas quando passará o nojo pelo futebol?

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