Brasil, não tenho mais tempo para você
Brasil, não tenho mais tempo. O meu tempo passa cada vez mais
veloz entre os ponteiros de segundos. Meus impostos, taxas,
tarifas, contribuições, óbulos, encargos, ônus estão
rigorosamente em dia, bem como todas (TODAS) as minhas obrigações morais e
cívicas para contigo.
Mame à vontade, Brasil. O sangue é teu.
Brasil, o meu tempo voa e não pode se dar ao luxo de contemplar o seu, lento, reundante, atolado, preguiçoso, corrupto, venal. Meu tempo é para o trabalho, para a minha saúde, para o amor, já que não tive tempo de pular fora antes. Se fosse antes, estaria longe, em outro lugar, sorvendo outros tempos. Mas você não me deu tempo, Brasil. Tive que ficar.
Brasil,
nas ruas há sempre carnavais e micaretas. Na semana que hoje começa, haverá
mais, no interior e nas capitais, mas não irei ver porque não quero. Não quero
e não tenho tempo. Tenho muito trabalho a fazer, apesar de você, tenho muita
história para contar, apesar de você, tenho muito mar para abraçar e beijar, apesar
de você.
Brasil,
divirta-se, mas não me convide. Você tentou, mas não roubou o meu tempo. Pelo
menos ele, não. E não me chame para apartar briga de ratos. Não me presto a
isso. Enquanto houver tempo, não.
Comentários
Postar um comentário
Opinião não é palavrão. A sua é fundamental para este blog.
A Comunicação é uma via de mão dupla.