“Responder e-mails profissionais é uma obrigação”

O título está entre aspas porque quem disparou a frase foi um colega meu num restaurante/bar do Largo do Machado (Rio) tempos. O assunto na roda (uns 10 caras) era e-mail. Todo mundo indignado com o fato de mandarem e-mails que não são respondidos.

Dias atrás aconteceu comigo. Enviei um para um executivo do mercado de discos, mensagem mega importante, mas até agora não recebi resposta. Tive o cuidado de chamar atenção, algo do tipo “favor confirmar o recebimento”. Nem isso. Se bem que antes de enviar a mensagem várias pessoas me avisaram que “esse cara não responde e-mails...”, insisti e deu no que não deu. Por isso o mercado de trabalho na minha área, que é a COMUNICAÇÃO (em maiúsculas) bate a porta na cara de quem não exercita a COMUNICAÇÃO. Trabalhar em COMUNICAÇÃO e afins e não responder e-mails profissionais é degola na certa.

Voltando ao restaurante/bar do Largo do Machado, eu estava na boa, me divertindo com o assunto, mas lá pelas tantas opinei: “não responder a e-mails é a maior escrotália. Pior do que bater com o telefone na cara”. E voltei a me atracar com o filé à Oswaldo Aranha que, aliás, estava sublime.

Saí do bar e a caminho de casa, madrugada com brisa e lua, pensei no assunto. Ano passado mandei um e-mail para uma empresa com uma proposta profissional que interessava a mim e a ela. E-mail curto e super objetivo. A empresa não respondeu e dei o assunto como encerrado. Dias depois mandaram uma mensagem dizendo que achavam a minha proposta muito interessante e que gostariam de marcar uma reunião “presencial” (palavra ridícula). Não respondi. Encheram o meu saco, mandaram vários outros e-mails e acabei bloqueando. A minha proposta profissional envolvia parceria, dialogo, troca de e-mails. Se no primeiro já deu errado, com certeza iria dar tudo errado no futuro. Perderam um ótimo negócio.

O telefone celular é extremamente invasivo e o WhatsApp, para mim, é um papagaio neurótico, mal comido e obsessivo enchendo o saco 57 horas por dia. Um dos colegas da mesa do bar, as gargalhadas, contou que o celular dele tocou durante um tenso exame de próstata, quando o médico só mantinha nove dedos das mãos do lado de fora.

Acho o e-mail a menos invasiva forma de comunicação porque quem recebe teve que entrar na internet, acessar o programa de mensagens, enfim, se preparou para isso.

Já há algum tempo venho radicalizando. Pessoas de meu convívio profissional que não respondem a meus e-mails são limadas de minha lista de endereços. Ainda bem que são poucas, pouquíssimas. Todos nós temos defeitos, vários. Entre os meus está essa intolerância com a falta de consideração, em geral praticada por pessoas que nos acham babacas, quando na verdade babacas são elas.

Ou não?


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