Simon Bolivar. Cusp! Cusp! Cusp!
Ouvindo
“No Quarter” na safada lentidão do trânsito de manhã cedo,
penso numa releitura que fiz recentemente. Uma biografia que atira em
seu devido lugar o heroizinho do golpista e coronel Hugo Chaves e de
seu ovo direito Nicolás Maduro. Pouca gente leu a biografia “Simon
Bolívar por Karl Marx” (sim, ele mesmo) que tira pela cabeça a
cuequinha de “herói dos pobres” que Chaves e Maduro vestiram em
Bolívar.
Os
historiadores contemporâneos e democratas nunca esconderam que o
general Simon Bolívar foi um patife, tanto que é ídolo de outros
patifes, da Venezuela e fora dela. Até no Brasil existem
bolivarianos, como sabemos, gente vadia que clama de joelhos por um
golpe de estado para botar o saco na lagoa, o boi na sombra e a grana
na Suíça. Outros preferem uma picanha na calada da noite e, bem
feito, acabam levando um pontapé na bunda.
Origem
desse “herói” coxinha, absolutamente coxinha, segundo o olhar
firme e implacável de Karl Marx. Nascido na Venezuela, Simon Bolívar
“era filho de uma das famílias mantuanas que, no período da
supremacia espanhola, constituíam a nobreza crioula da Venezuela. Em
consonância com o costume dos americanos ricos da época, ele foi
mandado para a Europa aos 14 anos de idade. Da Espanha, seguiu para a
França e residiu em Paris por alguns anos.
“De
pé sobre um carro triunfal, puxado por doze jovens vestidas de
branco e enfeitadas com as cores nacionais, todas escolhidas entre as
melhores famílias de Caracas, Bolívar, com a cabeça descoberta e
uniforme de gala, agitando um pequeno bastão, foi conduzido por
cerca de meia hora, desde a entrada da cidade até sua residência.
Proclamando-se ‘Ditador e libertador das Províncias Ocidentais da
Venezuela’, formou uma tropa de elite que denominou de sua guarda
pessoal e se cercou de pompa própria de uma corte.
“Entretanto,
como a maioria de seus compatriotas, ele era avesso a qualquer
esforço prolongado e sua ditadura não tardou a degenerar numa
anarquia militar, na qual os assuntos mais importantes eram deixados
nas mãos de favoritos, que arruinavam as finanças públicas e
depois recorriam a meios odiosos para reorganizá-las.”
Basicamente,
isso é Bolívar, herói latino-americano dos oportunistas que se
dizem, inclusive, socialistas. Só rindo. Voltemos ao livro:
“O
que Bolívar realmente almejava era erigir toda a América do Sul
como uma única república federativa, tendo nele próprio seu
ditador. Enquanto, dessa maneira, dava plena vazão a seus sonhos de
ligar meio mundo a seu nome, o poder efetivo lhe escapou rapidamente
das mãos.”
“Em
1817, Bolívar com um tesouro de uns 2 milhões de dólares, obtidos
dos habitantes de Nova Granada mediante contribuições forçadas e
dispondo de uma tropa de aproximadamente nove mil homens, um terço
dos quais compunha-se de ingleses, irlandeses e outros estrangeiros
bem disciplinados, coube-lhe então enfrentar um inimigo despojado de
todos os recursos e reduzido a uma força nominal de 4.500 homens,
dois terços dos quais eram nativos e, por conseguinte, não podiam
inspirar confiança nos espanhóis.
“[...]
Se Bolívar tivesse avançado com arrojo, suas simples tropas
europeias teriam esmagado os espanhóis, porém ele preferiu
prolongar a guerra por mais cinco anos.”
Cusp!
Cusp! Cusp!