Os três tenores


Mais do que a mais nefasta oposição, o presidente Jair Bolsonaro tem como sabotadores inconscientes seus três filhos. Extasiados com o sucesso instantâneo, os três falam asneiras compulsivamente e, toda hora, colocam o pai contra a parede.

Flavio Bolsonaro (37) que explicar ao país sobre R$ 1,2 milhão que foram pousar na conta de um assessor que mora, com todo o respeito, em um muquifo na Taquara, Zona Oeste. Nesse rolo está a primeira dama, Michelle Bolsonaro. Flávio e dona Michelle terão que provar inocência nesse episódio, mas parece que a arrogância meio psicopata do rapaz ignorara opinião pública. Gentalha? Lembra Lula no começo, que desprezava críticas e começou a falar de si mesmo na terceira pessoa. O resultado foi mais do que previsto: está em cana. Ah, sim, tem os filhos de Lula, mas deixa pra lá.

Não adianta justificar, dizer que não entende o que está acontecendo, empurrar com a barriga. Flávio Bolsonaro tem que provar inocência nesse episódio estranho, muito estranho.

Eduardo Bolsonaro (34), também movido pela onda do sucesso descartável, decidiu virar ministro pirata das relações exteriores gerando mal estar e fúria. Foi aos Estados Unidos, falou o que não devia, o pai Jair desmentiu e nesse jogo de amador que se acha rola das galáxias, acabou encurralando o Brasil. Os EUA romperam com a China, Eduardo deu palpite contra a China, os EUA reataram com a China. E agora? China importa R$ 300 bi por ano do Brasil e os EUA, de vez em quando, compram uma caixa de pirulito Zorro..

O governo de Jair Bolsonaro tem apenas 30 dias para mostrar a que veio por uma ração óbvia: o povo está de saco cheio, perdeu toda a paciência depois de ter sido jogado no lixo, desrespeitado assaltado, desempregado. Por sorte montaram uma boa equipe econômica capaz de manter a inflação baixa; chegou a 0,28% mês passado, o menor índice desde 1999. Indústria e comércio estão se arrastando, tentando andar, mas a equipe do novo governo tem vivência comprovada para ajudar o trem sair do lugar. Isso se os três tenores, filhos do presidente Jair, deixarem. Vai que começam a se meter, indicar amiguinhos de clubes de tiro para cargos importantes. Afinal, o maior desafio do novo governo é diminuir o desemprego criado por Dilma e seu vice Temer.

Carlos Bolsonaro (36) arrumou uma confusão até hoje não explicada em Brasília, quando largou o governo do pai e assumiu o mandato de vereador no Rio. O que terá acontecido?

Algumas previsões são obvias: Onyx não passa de 31 de janeiro. Não tem temperamento para a função que exige sabedoria, jogo de cintura. É afetado, louco. Já o sinistro ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, frio, calado, deve durar uns seis meses. Ele está enrolado numa história envolvendo R$ 16 milhões quando foi secretário de saúde do Mato Grosso do Sul. Jair disse que como ele não é réu, tudo bem, pode ser ministro e ele vai sentar em cima de um orçamento de R$ 128 bilhões por ano. Se Mandetta andar na linha o trem não mata.

A frase é de Lúcio Flávio Vilar Lírio, mega bandido dos anos 60 que iniciou na profissão como ladrão de carros, passou a assaltante de bancos, joalherias e matou muita gente. Morreu aos 31 anos no presídio Hélio Gomes, no Rio, com 19 facadas enquanto dormia. O autor foi um colega de cela. Vivo, Lúcio Flávio poderia ser parlamentar nos tempos de hoje.

E os três tenores continuam desafinando a vida do país e do pai.

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