Porque o rádio ainda é o rei da comunicação no Brasil? Entenda. Por Luiz André Ferreira - jornalista, professor, Diretor da Kroton, Estácio/FACHA
Apesar dos avanços tecnológicos, o velho rádio mostra que
ainda é o maior veículo de comunicação, o menos vulnerável a crise econômica e
o que menos vem sofrendo a concorrência com as mídias sociais. Pelo contrário,
vem rejuvenescendo seu público através de seu consumo através de outros meios
como: celulares e online ou mesmo podcast. Pesquisas apontam essa vitalidade do
meio inventado pelo brasileiro Padre Landell de Moura e implantado por Eddard
Roquette-Pinto.
Atlas
da Notícia: maior em quantidade
Foram mapeadas 4.007 estações de rádio (entre AM e FM)
operantes no país enquanto existem 3.368 jornais impressos, 2.773 emissoras de
televisão e somente 2.263 veículos online, que só não perde no ranking para a
queda vertiginosa da quantidade de títulos de revistas circulando no país,
apenas 56 edições nacionais.
O curioso é que somente nos grandes centros os digitais
se mostram de uma forma significativa. Em São Paulo, os sites de jornalismo
correspondem a 67% do total dos veículos. Já no Rio de Janeiro 62% e em
Brasília 45%.
Morte
de Jornais
Ao mesmo tempo em que são poucas as rádios que encerraram
atividade ( já que ninguém entregou a concessão ao Governo) recente pesquisa
"Atlas da Notícia", feita pelo Projor - Instituto para o
Desenvolvimento do Jornalismo, registra que foram fechadas o total de 81
empresas. Entre elas os jornais: “Brasil Econômico”, “Diário Mercantil”,
“Jornal do Commercio”, “Diário de São Paulo”, “Diário do Comércio” e “Jornal da
Tarde”.
Crise
das Revistas
As dificuldades econômicas na Editora Abril ( em processo
de recuperação judicial) contribuíram para a descontinuidade de, pelo menos, 16
títulos este ano, entre eles: “Cosmopolitan”, “Elle”, “Boa Forma”, “VIP”,
“Viagem e Turismo”, “Mundo Estranho”, “Arquitetura”, “Casa Claudia”, “Minha
Casa”, “Bebe.com.”, “Veja Rio”, “Capricho”, “Guia do Estudante”, “Placar”,
“Saúde”, “Você RH”. Também afetada financeiramente, a Editora Escala extinguiu
mais 5 produtos: “Tititi”, “Minha Novela”, “Conta Mais”, “TV Brasil” e “7
Dias”.
Ibope
aponta que mais da metade da população ouve rádio
Já outra pesquisa, a “Book de Rádio” elaborada pelo
Kantar Ibope mostra que 53% da população escutam regularmente. A média de tempo
é de 4 horas e 40 minutos por dia. Mas o que chama também a atenção é um dado
qualitativo: em plena descrença da onda do Fake News, 78% dos ouvintes
consideram esse veículo como confiável, um dos maiores índices entre os meios
de comunicação.
Sendo assim, o rádio é visto como uma fonte ágil e precisa em
informação.
35% dos ouvintes declararam procurar o rádio para se
informarem quando ocorre um fato inusitado.
83% acreditam que os programas e boletins são mais fáceis de entender e
74% que a cobertura oferece comentários e análises com profundidade
Aumento
das Webrádios
O estudo também identificou o crescimento da rádio na
web: o tempo médio diário dedicado às rádios online é de 2h21min. Isso representa
um acréscimo de 14 minutos na audição diária do que apresentado na análise
passada.
Mineiro
é o que mais ouve
A população de Belo Horizonte (MG) é a mais fiel ao
veículo: 95% ouviram nos últimos 30 dias. Porém os moradores da capital
cearense são os que passam mais tempo consumindo rádio por dia: um total de 5
horas e 4 minutos. Quase empatado está o carioca com 5 horas e 3 minutos. Os
dados apontam ainda que 32% prestam atenção sempre ou quase sempre à
publicidade veiculada. Do público ouvinte 52% são mulheres e 48% homens.
O pico de consumo é entre 10h e 11h da manhã, quando
alcança um total de 37 milhões de pessoas diferentes em um intervalo de 30
dias.
Fim
do Mito: rádio não é mídia de velho
Outra máxima que cai por terra é a de que o rádio é um
veículo consumido por pessoas mais idosas. Os dados revelam que 91% dos
entrevistados na faixa etária entre 15 e 19 anos declararam ter ouvido nos
últimos 30 dias. Este alcance é de 90% entre as pessoas de 20 a 49 anos.
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