Uma magistral história ecologicamente incorreta
Rio de Janeiro: ônibus elétrico nos anos 1960.
Minha cunhada Milena Beranger encontrou esse texto na
internet, de autoria de um professor chamado Paulo Jubilut. Achei muito bom e, por isso, reproduzo.
Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora
idosa:
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.
A senhora pediu desculpas.
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu: - Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa
geração não se preocupou adequadamente com o ambiente.Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de
refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a
fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os
fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no
nosso
tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos
escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300
cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as
fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas
secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de
220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os
meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e
não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente,
naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não
uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um
telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque
não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo
um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não
plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a
degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas
para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O
exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e
usar esteiras
que também funcionam a eletricidade. Os ônibus, chamados de troley, eram elétricos e não poluiam cidades como o Rio e São Paulo.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação
com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em
vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.
Canetas: recarregávamos com tinta tantas vezes ao invés
de comprar outra. Amolávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os
aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época.
Naqueles
dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas
ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas.
Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada
parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS
para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para
encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em
"meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver
um pouco como na minha época?
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