Putrefação política
Rio das Pedras, foto do repórter aéreo da Rede Globo Genilson Araújo. Ao fundo o condomínio Península da Barra que corre o risco de ser engolido.
O que vemos e vivemos é desolador, profundamente desolador, mas ainda há salvação. Desde que os governantes comecem a trabalhar ontem.
O nível de putrefação dos governantes brasileiros atingiu
níveis inimagináveis, mas o problema não é só esse. Eles não deram golpe de
estado, não entraram nos palácios atirando. Todos, absolutamente todos, foram escolhidos pela população.
A cordilheira de ex-governadores do Estado do Rio que foram
ou estão presos por corrupção foi cultuada pela população. São eles: Moreira
Franco (1987), Anthony Garotinho (1998), Rosinha Garotinho (2002), Sérgio
Cabral Filho (2006, reeleito em 2010), Luiz Fernando Pezão (2014).
Com prefeitos, deputados, senadores, vereadores, a mesma
coisa. Todos eleitos, escolhidos pela maioria. Tanto que Marcelo Crivella já
anunciou que será candidato a reeleição para prefeito do Rio, ano que vem, e
Clarissa Garotinho, filha do casal campista, também deve concorrer para
governar a capital. Ela tem chance. Crivella nem pensa em levar impeachment
porque sabe que o seu jabá é forte.
A putrefação política arrasa o Estado do Rio sob todos os
aspectos, especialmente o ambiental. Matas, encostas, rios, baías, lagoas, está
tudo largado, podre, assoreado. Agrava o crescimento populacional descontrolado,
a multiplicação de adensamentos “humanos”, a ocupação das florestas urbanas
cariocas pelo narcotráfico.
Não há dúvida de que o pandemônio ambiental, que aumentou em três graus a temperatura média na Zona Oeste e em dois graus na Zona Sul
(informações de meteorologistas falando hoje) é o responsável pelos dilúvios
como os de hoje, o terceiro desde janeiro. Soma-se a isso a vulgaridade de um
prefeito sonso, incompetente e mentiroso, mas, eleito pelo povo.
O atual governador do RJ – eleito pelo povo - é um anônimo vaidoso, um ególatra que ainda não
disse a que veio. Se é que um dia vai dizer. Em nenhum momento ele falou em
projeto de recuperação ambiental para o Estado do Rio, como também não toca em
temas como Cultura, Cidadania.
O que vemos e vivemos é desolador, profundamente desolador, mas ainda há salvação. Desde que os governantes comecem a trabalhar ontem.
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