I Food...a-se


Resolvi fazer uma experiência com o iFood neste mês de março, mês que está arrumando as malas para ir viver no infinito.

iFood é uma atividade meio. Liga o consumidor ao fornecedor em troca de um pagamento.

O aplicativo que baixamos no celular parece simples, mas não é.

O aplicativo se faz de burro.

Para usar de vez em quando, ocasiões especiais, com tempo e dinheiro de sobra, funciona bem, mas no pega pega do dia a dia pode gerar irritação.

Ontem o meu pedido chegou dentro do tempo normal de espera, média de 40 minutos.

A embalagem de isopor veio cheia de fita durex para que não abrisse durante o transporte. Tá bom, vamos lá.

O problema é que dentro do prato, bem no meio entre o peito de frango e o arroz, estava um enorme pedaço de durex embolado com a comida.

Vai reclamar? Com quem?

iFood é robô e os robôs do nosso cotidiano foram inventados e programados não para servir, mas para perseguir, cobrar, atazanar.

Coincidentemente uma colega de trabalho também tinha pedido iFood, mas o dela simplesmente não chegou.

Conseguiu o telefone do fornecedor que mandou reclamar com o iFood, até porque de uma maneira geral você paga antes de receber. Só mandam quando confirmam que o Pix entrou na conta deles.

No caso dela, pagou e não recebeu.

O fornecedor deu um iFood...-se, mandou se entender com o aplicativo.

De robô em robô, perdendo horas, conseguiu o estorno do dinheiro de madrugada.

iFood trilha a mesma rota do Uber e 99.

Começaram bonitinho, ar condicionado gelado, bala, água mineral, carro limpo, ótimo estado.

Hoje, em geral o carro fede, está caindo aos pedaços, o motorista reclama que não ganha para pagar o combustível e o calor à bordo só não é senegalês porque no Senegal a temperatura é muito mais amena.

Vejo aqui: em Dakar, capital, chove e a temperatura é de 19 graus.

Os motoristas não ligam o ar condicionado culpando a pandemia (na verdade economizam combustível), não lavam o carro culpando a inflação (acham caro lavar), não dão manutenção culpando a carestia (peças e mão de obra nas alturas), no final do rosário de infelicidades fica a impressão de que a culpa é nossa por termos solicitado o serviço.

Uber e 99 são problemas que joguei pro alto há tempos. Só uso bicicleta e ônibus com ar condicionado.

Quanto ao iFood marquei os que melhor atendem (em geral, mais caros) e voltei a pedir direto ao fornecedor.

I Food...a!

 

 

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