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Mostrando postagens de 2016

Ano Novo: a diferença entre esperança e expectativa

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Um abismo profundo separa o significado prático e filosófico de esperança e expectativa. Em 2015, o ano que terminou sim!, o amigo Lobão levantou essa lebre num show. Começou a falar sobre o significado (e as significantes) das duas expressões, mas a falta de educação da ruidosa e irritante plateia não deixou o lobo uivar até o final do raciocínio. Esperança é o possível, expectativa é o ideal que não existe. Felizmente mantenho um pacto com a esperança desde a hora em que nasci. Com a expectativa, não. Relação zero. A expectativa é prima próxima da ansiedade, da correria, da falta de ar, faz nossos pés molharem em Manaus quando ainda está chovendo em Porto Alegre. Já a esperança é centrada, amena, racional. A esperança faz projetos a expectativa cisma. Minha esperança em 2016 é grande, mas faço a minha parte. Não corro, não fujo, parto para cima com todas as forças disponíveis e depois, atento, aguardo a hora da colheita deixando o destino trabal...

A Nova Ordem da Boçalidade Mundial

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Como todo mundo, no mundo todo, no dia 11 de setembro de 2001 fui solapado pelas imagens vomitadas pela TV mostrando Boeings explodindo contra o World Trade Center. Desespero, correria, gritaria, pânico. Meus colegas jornalistas tentavam saber o que estava acontecendo, o arsenal de perguntas e imagem ocupou o dia, a tarde, a noite, os dias, as semanas, meses anos. Percebemos que o “11 de Setembro” tornou o mundo mais imundo, boçal, imbecil. No último 11 de setembro, o maior atentado terrorista dos tempos modernos completa 15 anos. Quem viaja pelo mundo sabe que a partir dessa data tudo ficou mais bege, frio, chato. O glamour de um voo para Tóquio, o charme a bordo de um navio pelo Caribe, tudo passou a ser regido pelo que determinou um personagem chamado Osama Bin Laden que muitos acham que foi invenção. Oficialmente, todo o plano detalhista e perfeito do “11 de Setembro” foi parido nas imundas e distantes cavernas das montanhas do Afeganistão, na época ocupadas pela Al...

Molambeiro, o elo perdido entre o homem e o porco

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Andando pelo bairro onde moro um dia desses, 41 graus à sombra, o cheiro de mijo não só incomodava como irritava. Coisa de molambeiro, bípede que não mora onde mija, não tem qualquer relação afetiva com a cidade onde está e, por isso, cospe no chão, atira lata de cerveja junto ao meio fio, enfim, essa figura conhecida como molambeiro deveria ser estudado em profundidade porque, diz a minha tosca e eventualmente mal humorada intuição, que ele pode ser o elo perdido entre o homem e o porco. O molambeiro não tem sexo, cor, classe social, nível de instrução. É uma bola de sebo tatuada rolando pelas cidades, saltitando merda para todos os lados e atualmente tem como veículo preferido a motocicleta (no máximo de 150 cilindradas), em geral equipada com um tal de baú onde alguns carregam cachaça, cheirinho da loló, crack e outros aditivos muito comuns a espécie. Se um dia a polícia fizer seis meses de asfixia (blitz permanente) nas motocicletas, a segurança pública vai melhorar 80%...

O poder do reconhecimento

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Sabe aquele quadro pequeno pendurado na parede com os dizeres “Funcionário do Mês” mais uma foto e um nome? Cada vez mais raro, vi um desses quando fui tomar um mate, semana passada, nas imediações da rua do Ouvidor. Coincidentemente o tal funcionário do mês foi o que me atendeu. Dei parabéns, o cara ficou meio sem jeito e tal, agradeceu e seguiu trabalhando, sorriso estampado na cara. A espécie humana não sobrevive sem reconhecimento. No início dos anos 70, um colega entrevistou o assaltante Lúcio Flávio Vilar Lirio na penitenciária e perguntou o que ele sentia ao ser considerado pela polícia o inimigo público número um. Lúcio Flávio respondeu que se sentia muito bem porque era mais uma demonstração do cagaço que a polícia tinha dele, o que “para mim é um grande reconhecimento”. E, segundo o colega, esboçou um leve sorriso. Vamos supor que o ser humano tenha 60% de defeitos e 40% de qualidades. Na melhor das hipóteses. Se pouca gente aceita a chamada “crítica construtiva” a...

Livros a Semana - edição 29

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Confira o especial com sugestões especiais para o Natal. É só clicar aqui:  http://colunadolam.blogspot.com.br/2016/12/edicao-especial-de-natal-livros-da.html   Meu podcast UIVO, especial de Natal. Ouça agora, baixe agora, clique aqui:  https://www.podomatic.com/podcasts/luizantoniomello/episodes/2016-12-18T17_57_17-08_00 Livrarias pesquisadas: Travessa –  www.travessa.com.br Cultura -  www.livrariacultura.com.br Estante Virtual -  www.estantevirtual.com.br Amazon –  www.amazon.com.br Folha -  http://livraria.folha.com.br/   Galileu -  https://www.livrariagalileu.com.br/   Ao Seu Encontro Abbi Glines 224 páginas Há apenas alguns meses, um encontro inesperado numa casa em Rosemary Beach se transformou num romance de conto de fadas. Agora Reese está prestes a ir morar com Mase na fazenda dele, no Texas. Com o apoio e o amor da família do namorado e a recente descoberta de que ela mesma tem uma fam...

Como um beduíno alucinado de calor

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Como um beduíno debaixo de um sol que parecia um fogareiro Jacaré (vintage) aceso nos ombros,  semanas atrás  passei parte de uma tarde perambulando por repartições públicas num safari, caçando  documentos . "Não é aqui, o senhor por favor vá até..." foi a informação que mais ouvi, perdido  naquela macarronada de papel,  com os bolsos da calça cheioS de protocolos. Em uma das filas, uma moça pacientemente esperava. Fila média. Nem longa, nem curta. Calor, muito calor. Para não perder mais tempo, perguntei "a senhora poderia me informar se é aqui que...". Ela sequer se moveu. Parecia o monolito do filme “2001, uma Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick. Será que ela achou que era uma azaração barata? Insisti. Cutuquei o ombro, ela levou um susto. Foi quando percebi que estava com aquelas duas minicarrapetas brancas enterradas nos ouvidos e ouvia música em seu smartphone. Ela se desculpou e tal, disse que eu estava na repartição errada e já na calçada lemb...

Blow-Up

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Quando soube que “Blow-up”, de Michelangelo Antonioni (1912-2007), baseado num conto do argentino Julio Cortázar (1914-1984) , seria homenageado por seus 50 anos de vida, gelei. Tive a péssima intuição de que alguém poderia fazer um famigerado “remake caça-níqueis” de Blow-Up, substituindo o denso suspense por cenas de monstrinho cansado inventado por esgotados computadores, com direito a Justin Bieber enchendo o saco no lugar do Yardbirds. Alívio. Muito assediados pelos parasitas, os donos dos direitos do filme disseram um sonoro não e a comemoração do cinquentão foi maravilhosa: uma bela versão restaurada, bela, bem cuidada, que ainda está em cartaz em poucos e selecionados cinemas. Para quem não assistiu, o filme gira em torno de um fotógrafo de  moda  l ondrino chamado Thomas (David Hemmings), que após passar a noite fazendo fotografias para um livro de arte numa casa, volta para o estúdio atrasado para uma sessão de fotos com a ...

Edição Especial de Natal - Livros da Semana 28

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Livro é um excelente presente de Natal. Por isso, esta edição especial com mais de 20 sugestões. Livrarias pesquisadas: Travessa –  www.travessa.com.br Cultura -  www.livrariacultura.com.br Estante Virtual -  www.estantevirtual.com.br Amazon –  www.amazon.com.br Folha -  http://livraria.folha.com.br/   Galileu -  https://www.livrariagalileu.com.br/   Plano de Ataque A História dos Vôos de 11 de Setembro Ivan Sant’Anna 280 páginas Como foi concebido o histórico atentado terrorista de 11 de setembro de 2001? Como os pilotos suicidas foram recrutados, e que treinamento receberam, nas montanhas do Afeganistão? Como viveram secretamente nos Estados Unidos, nos meses anteriores ao ataque? E o que aconteceu durante os voos daquela manhã que o mundo não vai esquecer? Piloto amador e fascinado por aviões, o escritor Ivan Sant'anna, autor do bestseller "Caixa-Preta", resolveu dedicar três anos de sua vida para pesquisa...