Molambeiro, o elo perdido entre o homem e o porco
Andando
pelo bairro onde moro um dia desses, 41 graus à sombra, o cheiro de
mijo não só incomodava como irritava. Coisa de molambeiro, bípede
que não mora onde mija, não tem qualquer relação afetiva com a
cidade onde está e, por isso, cospe no chão, atira lata de cerveja
junto ao meio fio, enfim, essa figura conhecida como molambeiro
deveria ser estudado em profundidade porque, diz a minha tosca e
eventualmente mal humorada intuição, que ele pode ser o elo perdido
entre o homem e o porco.
O
molambeiro não tem sexo, cor, classe social, nível de instrução.
É uma bola de sebo tatuada rolando pelas cidades, saltitando merda
para todos os lados e atualmente tem como veículo preferido a
motocicleta (no máximo de 150 cilindradas), em geral equipada com um
tal de baú onde alguns carregam cachaça, cheirinho da loló,
crack e outros aditivos muito comuns a espécie. Se um dia a polícia
fizer seis meses de asfixia (blitz permanente) nas motocicletas, a
segurança pública vai melhorar 80% porque além de baderneiros,
escroques sociais, paladinos da imundície, muitos são bandidolas.
Molambeiros
gostam de andar em bandos e contrariando normas internacionais de
segurança, andam de motocicleta sem camisa, calçando chinelos
vagabundos, capacetes idem, cano de descarga cortado (barulho
infernal) e em zigue zague entre os carros.
Em
Niterói, o point da molambada é a praia de Itacoatiara, onde os
molambeiros encontram molambeiras com quem copulam e perpetuam a
espécie. Itacoatiara virou moda entre eles e entrou na rota da
barbárie desses animais que, geralmente sem documentos, invadem o
bairro fazendo enorme barulho (como suas motos são
vagabundas, não correm muito), fazem xixi em qualquer árvore e
enchem de cocô e latas de energético genérico a restinga da praia.
Na
praia, fumando maconha paraguaia, jogam futebol na beira d’água
(velhos e crianças que se danem), dão saltos mortais as gargalhadas
no mar onde aproveitam para fazer xixi e cocô de novo, aos gritos de
“hahahaha....tá dominado, rapá....hahahahaha”. Na areia, funk,
pagode e sertanejo aos berros naqueles equipamentos de som chineses,
com porta USB por onde a caganeira musical transita.
Os
moradores locais? Se borram de medo. Itacoatiara é bairro de classe
média alta e um dia já foi o must do verão em Niterói, e como
toda a classe média, tem pavor dessa molambada com cabelo à Neymar, moto na mão e muita bosta na cabeça. Os locais
dizem que “os estrangeiros são perigosos e acham que a praia é
deles”. Claro que a praia é deles. A praia, o bairro, a
cidade, o país.
Fato
é que cada vez mais zonzo com o cheiro de mijo, andando numa cidade
que estupra com o IPTU, conta de luz, água, telefone, vem esses
molambos e, em menos de duas horas, cagam tudo.
Com
certeza a porradaria ia comer se eu pegasse um molambo desses, elo
perdido radical, defecando em frente a uma creche (para eles tanto
faz). Aliás, é por isso que não tenho ido a praia sábado e
domingo, onde a civilidade é minoria absoluta.
Prefiro
permanecer réu primário.
Comentários
Postar um comentário
Opinião não é palavrão. A sua é fundamental para este blog.
A Comunicação é uma via de mão dupla.