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Bom vindo à bordo e boa viagem.
Abraço, Luiz Antonio Mello
Luiz Carlos Maciel (1938-2017)
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Luiz Carlos Maciel morreu sábado, aos 79 anos. Falência múltipla dos órgãos. Guru da chamada contracultura, Maciel foi um dos mais importantes intelectuais brasileiros e deixa uma marca profunda, uma presença rebelde no obtuso Brasil de hoje.
Sua história é impressionante:
Foi um dos fundadores do jornal O Pasquim, em 1969. Em 1970, juntamente com a maior parte da equipe do Pasquim, foi preso pelos militares e passou dois meses na Vila Militar, no Rio.
Editou também o semanário contra cultural Flor do Mal, e foi diretor de redação da revista Rolling Stone a partir de 1972, quando a publicação era revolucionária.
Maciel trabalhou durante vinte anos na Rede Globo como roteirista, redator, membro de grupos de criação de programas e de analista e orientador de roteiros.
Em 1979 colaborou no semanário Enfim e, no ano seguinte, na revista Careta, ambos editados por Tarso de Castro. Em 1984 dirigiu o espetáculo musical Baby Gal, com a cantora Gal Costa, e a peça Flávia, cabeça, tronco e membros, de autoria de Millôr Fernandes.
Em 1987 voltou a lecionar, principalmente cursos de roteiro. Em 1991 dirigiu as peças Boca molhada de paixão calada, de Leilah Assumpção, e Brida, de Paulo Coelho e até recentemente continuava trabalhando em inúmeros projetos.
Ao Maciel, desejo o merecido descanso.
Por motivos não alheios a minha vontade meu fuso horário deu uma virada. Longa madrugada. Não gosto de escrever e publicar no ato, no pós coito imediato. Deixo decantar, como café turco, horas depois passo o pente flamengo e publico. O que mais nos difere dos chamados irracionais é a consciência do afeto, apesar dos cachorros. Sempre converso normalmente com os cachorros que parece entender o que digo. Cachorro e sua vasta (na verdade infinita) paciência de ouvir, ouvir, ouvir. Na faculdade fiz um trabalho sobre isso, mas omiti o exemplo dos cães para que não achassem que é coisa de imbecil. O professor de Psicologia Social não gostou quando, para disfarçar, escrevi que os animais vivem única e exclusivamente de instintos, reflexos. O professor disse que viveu uma experiência num lugar bem perto de uma família de gorilas, o que virou a sua cabeça. Passou a achar que, de alguma maneira, os animais irracionais também tem essa percepção e me deu nota 7. No final do mês ...
Sempre me perguntam quando e como me apaixonei pela música. Logo lembro de “Help!”, dos Beatles. A música de “Help!” tinha chegado num vinil e depois me sequestrou no cinema. Eu devia ter, uns 10 ou 11 anos, porque os filmes chegavam atrasados no Brasil. Posso afirmar que foi a primeira vez que fui ver um filme naquele ambiente mágico. Lembro perfeitamente que sentei no meio da enorme sala do Cinema Icaraí, com direito a cortina vermelha que abria e exibia a tela e ao gongo que tocava anunciando o início da sessão. Não sei se era assim ou se sonhei porque, viciado em cinema desde pequeno, frequentava vários. Entrou o “Canal 100”, noticiário da semana feito pelo heroico Carlos Niemeyer, trailers e, de repente, “Help!”. Mais do que meu primeiro grande filme, foi uma aparição misturada com epifania. Meus olhos marejados contemplavam aquela generosa telona, despejando celuloide de 35 milímetros em 24 quadros por segundo, a música, e eles, The Beatles que...
É imperativo zelarmos por nossa biografia. Biografia profissional, afetiva, social. Fundamental valorizarmos nosso bom caráter, herança moral de nossos antepassados. O que somos é o nosso maior patrimônio. O que temos é a justa consequência. Nossa biografia é sagrada. Nossa verdade, nossa essência. O resto é o resto.