O sadio crespusculo da adolescência
No fim da tarde de ontem, segunda-feira, fui a formatura de minha
sobrinha Catherine Beranger de Farias Mello no colégio La Place, em Piratininga,
Niterói. Fomos meu irmão Fernando, a cunhada Milena e sua mãe Aida. Ela recebeu o diploma do ensino médio para começar o curso superior de cinema agora em 2018.
Foi tudo muito simples, bonito, afetuoso. O carinho com
que o La Place trata seus alunos, como já me disseram na cidade muitas vezes, é real. A
plateia de mães, pais e afins sentiu verdade, respeito, consideração por parte
de professores coordenadores etc.
Cada um daqueles garotos e garotas tinha consciência que estava
se despedindo da adolescência, uma fase de transição marcada pela dúvida, um
certo desalento, uma quase miopia existencial e eventualmente muita ansiedade.
Mas a contagiante alegria delas e deles acabou passando para nós, os chamados
adultos que acham que sabem de tudo mas o fundo, sei lá.
Em determinado momento quando o orador da turma falou de sonhos
e objetivos apesar do Brasil estar “vivendo essa corrupção toda”, disse que
elas e eles não vão perder a esperança.
Foi nessa hora que, com um nó na garganta, lembrei do
final de meu ensino médio, conhecido na época como científico. Saí para encarar
o vestibular de medicina, levei bomba, fiz para comunicação (minha vocação
maior) e passei em oitavo lugar graças ao excelente ensino médio que meus pais
proporcionaram no Instituto Abel.
Eu vi aquelas meninas e meninos emanando o melhor de si,
felizes por uma etapa cumprida e prestes, com seus 16, 17, 18, 19 anos, a
embarcar na idade adulta, faculdade (ou não), emprego, estabilidade, voos mais
altos.
Fundamental que elas e eles saibam (tenho certeza que essa
turma sabe) que as piores ondas gigantes eles já surfaram. Todos os grandes
autores escreveram que a adolescência e sua profusão de hormônios, mudanças
físicas e psíquicas é a maior onda que o ser humano pode surfar. Capitu e Bentinho,
do grande Machado, que o digam.
As meninas e meninos do La Place que conheci nessa segunda feira, estão
prontos para partir para a vida. Certeza absoluta! Eu vi, eu senti.
Quanta energia, quanta alegria, que início de noite tive
hoje. A todos, colégio, alunos, professores, coordenadores, muito obrigado.
Muito obrigado por acreditar e ensinar que a vida pode ser sempre muito melhor.
Sempre.