“Ford versus Ferrari”: os automóveis também são parte de uma impressionante história

                       Christian Bale 

                  Matt Damon   

              Caitriona Balfe como Mollie Miles: que mulher!                                              
            O comendador Enzo Ferrari real e Remo Girone no papel dele 
                          Henry Ford II real e Tracy Letts no papel dele
                                       Ferrari 330 P3
                                                         
Ford GT 40
O filme “Ford versus Ferrari” é uma história de amor, orgulho, egos inflados, perdas, gente e, também, automóveis. Se você gosta das brilhantes abordagens do Cinema, com C maiúsculo, sobre esse enigma chamado gênero humano não deixe de assistir.


Mas, faça um favor a você e ao filme: assista em uma boa sala, na telona, som 5.1 e não na TV. Esqueça tudo, jogue-se nessa história verdadeira que comove e, claro, enche de saudade dos tempos em que os carros eram pilotados apenas por gente e não computadores.

A direção de James Mangold é matadora, do primeiro ao último segundo; todo o elenco arrasa quarteirões, mas as atuações de Matt Damon e Christian Bale transcendem a lógica. Saí do cinema certo de que Bale é sério candidato ao Oscar, mas e o Joaquin Phoenix por Coringa? Parada dura.

“Ford vs Ferrari” parte de uma narrativa (palavrinha da moda) sobre orgulhos quase mortalmente feridos: Henry Ford II (filho da lenda) e o Comendador Enzo Ferrari esquecem poder e dinheiro e partem para a luta “corpo a corpo” (o que mais ouve é “esqueça orçamento eu quero a vitória”) pelo podium moral já que carregam em seus nomes o carma de duas grandes marcas de fabricantes de automóveis. O comendador criou a Ferrari e Henry Ford II herdou; na trama essa herança é muito mais pesada dos que supomos.

O crítico Caio Lopes colocou bem no site “Observatório do Cinema”:

“(...) E mesmo diante de tamanho espetáculo sensorial, motores roncando e pneus cantando, o elemento de maior fascínio se encontra no banco do motorista. Como diz Shelby em dois momentos sensíveis de Ford vs Ferrari, existe um ponto a 7 mil RPM em que o corpo torna-se nada mais que um objeto movendo-se pelo espaço tempo, e James Mangold concretiza esta formidável visão em um dos instantes finais. Vencedores ou perdedores: nada disso importa se estivermos totalmente sozinhos neste espaço tempo. Desacelerar também tem suas virtudes (...).”

Um dos maiores destaques nessa história real é a fibra e o companheirismo de Mollie Miles, mulher do piloto herói, Ken Miles. Que mulher!

O site Empire destaca:

“(...) O diretor James Mangold estava ciente do gigantesco clichê que se formaria caso Mollie fosse mais uma manjada esposa comum do cinema, ouvindo o rádio com medo das corridass do marido, contrariada com a profissão, reclamando.

"Ela entendeu o que o marido fez", ele diz ao Empire.

"Ela estava com ele desde antes da guerra. Sabe exatamente com quem se casou e quer que ele realize seu próprio sonho; ele está entrando na meia-idade sem ter tido a chance de realizar. Ela sabe que isso o assombra. É um destino para ele. É um relacionamento realmente único. Ela é fabulosa.

“Mollie é a sua força. Ela, esposa, companheira, amiga, piloto, não deixa Ken sozinho em nenhum momento e, quando preciso, explode com ele. A atriz Caitriona Balfe, que a interpreta, comenta que “eles também são verdadeiros amigos, seu casamento é forte, eles têm um ótimo trabalho em equipe; aliás, esse é um dos componentes principais dessa história, o trabalho em equipe".

Filmaço.






Comentários

Postagens mais visitadas