Boa vontade
Hoje fui contemplado com a boa vontade de um sujeito que
não conhecia. Podem até dizer que “ele não fez mais do que obrigação, trabalha
para isso”, mas não é bem assim. Vivemos um momento estranho onde imperam a
patada, a grosseria, o mau humor e vizinhos de porta da nefasta má vontade. Quando
achamos um funcionário de uma empresa regido pela boa vontade muitas vezes
impressiona.
Muitas empresas botam a culpa na crise e aumentam seus lucros
investindo em mão de obra barata, desqualificada, logo imbecil e grosseira. Botam para
trabalhar justamente no atendimento ao público que, em função de tudo o que
está aí, também não cheira a Leite de Rosas. E aí vira o maior bala com bala.
No entanto, por mais que seja desqualificada, incompetente e mal paga, uma
pessoa de boa vontade tenta fazer o possível, enquanto o seu oposto despeja o
impossível na nossa cara.
Exemplo: ontem um amigo contou que estava falando com o banco
pelo telefone e uma mulher, grosseira, inchada de má vontade, disse a ele quase
soletrando que não havia como resolver o assunto e ponto final. Nesse nível.
Ele desligou e ligou de novo e quem atendeu não só pediu desculpas como
resolveu o problema.
Muitas empresas e instituições pedem que a gente dê notas
pela qualidade do atendimento prestado pelo funcionário. Apesar de desconfiar
que ninguém vai ouvir a minha nota quando ligo, por exemplo, para a operadora
de telefone (tem mais de 100 milhões de assinantes) dou nota máxima quando bem
atendido e nota nenhuma quando não. Simplesmente desligo. Vai que um zero se
acumula
a outros e a pessoa, mesmo podre de humor, é demitida?
Reconhecer a boa vontade é mais importante do que
esbofetear o oposto. Quem sabe elogiando, estimulando, reconhecendo poderemos sinalizar
que ser cordial é o melhor caminho?
Não é?