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Mostrando postagens de agosto, 2020

E o sol na banca de revistas...

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33 graus. Inverno. “É normal, débil mental. Umidade relativa do ar abaixo de 5% em uma região do Brasil. Inverno. “É normal, débil mental". Geme a ema. Pantanal em chamas, mais de 10% devorados pelo fogo. Animais morrendo, mata devastada. “É normal, débil mental". Geme a ema. “O sertão vai virar mar... Dá no coração O medo que algum dia O mar também vire sertão” Sá & Guarabira “É normal, débil mental". Geme a ema. “É normal, débil mental". Geme a ema. “É normal, débil mental". Geme a ema. “É normal, débil mental". Geme a ema. “É normal, débil mental". Geme a ema.

Fernando Brant, Milton Nascimento e o Clube da Esquina em Niterói

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                                                     Fernando Brant          Clube da Esquina com Juscelino  Kubitschek. Brant, ao lado do presidente, de camisa branca                 Na prainha de Piratininga (chamada de Mar Azul), Beto Guedes, Milton e Lô Borges Estou tocando um projeto pessoal que passa pela obra de Fernando Brant, um dos letristas de Milton Nascimento. Foi ele quem compôs a número um, “Travessia”. São dele os poema “Cais”, “O que foi feito devera” e outros momentos mágicos. Também ando numa fase o que foi feito devera. E bom, faz crescer. O Que Foi Feito Devera Fernando Brant O que foi feito amigo De tudo que a gente sonhou O que foi feito da vida O que foi feito do amor Quisera encontrar Aquele verso menino Que escrevi há tanto...

Minha honra e meu mérito versus desonra e demérito do INSS

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Da série “a quem desinteressar possa” que estava em vigor até as 12 horas de hoje (não está mais!, com exclamação). Na foto, a folha de rosto da minha primeira Carteira de Trabalho, onde no dia 12 de setembro de 1973 foi assinada pela primeira vez. Comecei cedo, muito cedo e até hoje estou na trincheira mostrando todos os dias que, para mim, esse documento é o mais importante de todos. Mais importante até do que a Certidão de Nascimento. Não pedi para nascer, mas como nasci, logo que pude pedi para trabalhar. Essa carteira tem a minha história, em siglas, iniciais, códigos, uma espécie de DNA de meus valores. Folheei e as outras duas dando uma olhada em minha trajetória. Muita história. Lembro de muitas, não lembro de várias, mas sempre soube e sei que o trabalho simbolizado por essa carteira é minha essência de vida. Por isso digo, repito, bato na tecla que prefiro que me esculachem do que ao meu trabalho. Apesar de modesto, até demais (há quem confunda com ser...

O verdadeiro cristão

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Definição: o verdadeiro cristão é quem segue a Palavra de Jesus Cristo, filho de Deus. Ponto. O que Jesus Cristo pregou, e por isso foi sacrificado pelos romanos, foi Justiça, Paz, Honradez. A bíblia, livro milenar de dificílima leitura, detalha a curta vida de Jesus Cristo aqui na Terra, que até os 33 anos, somente 33 anos, deu a outra face. Mais: deu a sua vida por nós. Como homem, chocou-se com as doenças, com a miséria, com a fome, com a covardia, sobretudo com a exploração dos mais ricos e poderosos que escravizavam os mais pobres e fracos. Sua tolerância teve um exemplo. A cena do Evangelho nos coloca Jesus diante dos acusadores de uma mulher adúltera que mereceria o castigo, de acordo com a lei. Morreria apedrejada. A fala de Jesus, desconcertante: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. Mulher, eu não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”. Foi assim. Não há registro na bíblia ou...

Caro Joaquim Ferreira dos Santos,

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Rapaz, como é bom te ler.  Crônicas brilhantes como a de hoje, a breve e carioquíssima micro biografia de uma, digamos, versão fundamentalista evangélica do surfista calhorda que desgoverna essa metrópole a beira mar. Diria Francis, o Paulo, o carioca bebeu muito mal na última eleição para prefeito. Quando abro a sua página no Globo, ando devagar como Almir Sater nos tempos da TV Manchete, a “princesa” da Glória. Atento a cada palavra, cada construção, ponto e vírgula, porque ficou raro estar diante de uma peça genuinamente carioca. Até um dia desses eu achava que “O que foi feito devera (De Vera)” fora a grande questão do milênio passado, que a mão pesada da lambança atualizou e adaptou para “o que foi feito do Rio?”. Como faz falta o poetaço das Gerais, Fernando Brant. Reforço: o que foi feito do Rio, cruel, capaz de desferir novas flechadas em São Sebastião ao eleger e entubar na Gávea Pequena aquele burgomestre, falso brilhante de olhos Sanpaku?   Se Ro...

Bonnie

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  Quando o carro entrou na aldeia empoeirada, bela, paradisíaca, a cabeça moída e o corpo cansado agradeceram. De pés juntos. Era verão, provavelmente um dos melhores de minha vida. Pelo menos até o verão seguinte. O acaso me fez encontrar com três amigos, que foram promovidos a grandes amigos, numa rua qualquer naquela semana. Eu já andava cheio dos ególatras, interesseiros, parasitas que só investem em amizade de conveniência achando que somos babacas. Tudo bem, eventualmente sou um babaca mesmo, mas naquela semana eu estava com a faca nos dentes. Eles me convidaram desleixada e afetuosamente, “vamos passar o resto do verão naquela aldeia praiana. Alugamos uma casa lá e um dos caras não vai poder ir.” Comuniquei as férias (vencidas) no trabalho, passei em casa, amontei umas roupas. Partimos em dois carros, saindo por volta das 10 da noite, uma viagem que durou umas seis horas pois paramos em várias biroscas para bater papo. Eu não estava habituado ao saldo pos...

Modo blue

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Ainda há quem ache que o choro é fraqueza, que o lamento é covardia, que o modo blue que tem que ser massacrado, assassinado, deletado, arquivado, atirado no lixo, em nome de uma suposta superioridade existencial. Dizem que os ocidentais, em especial os pequeno-burgueses, preferem ignorar o afeto profundo. É mais fácil? Não. É como um cheque pré-datado, daqueles que batem na conta lá na frente, com juros e correção. Sinto, sim, o nó na garganta quando sinto o cheiro do mar misturado ao de óleo combustível dos navios de guerra e também dos zepelins que um dia surgiram na Boa Viagem. É bom homenagear quem eu quero que seja homenageado, com lembranças, poemas, vento do litoral, o azul petróleo da noite. O meu afeto não se encerra.  Prefere transmutar como as auroras boreais. Nunca as mesmas.  Sempre as mesmas. Assim é. Assim será. Sempre.

Paulo Niemeyer Filho: "Eu acredito que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo. Isto comprova que os sentimentos se originam no cérebro e não no coração."

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Numa entrevista cujo trecho está em minha coluna HashTag Cultural na Rádio Bandnews FM (para ouvir é só clicar aqui https://bit.ly/3kxGXvh ) o neurocirurgião Paulo Niemeyer é sincero.  Ele acha que o mundo não vai mudar em nada depois que passar a pandemia. Argumenta que o mundo não mudou depois da Gripe Espanhola (1918-1919), nem na II e II Guerras Mundiais, Guerra do Vietnã, Guerra do Golfo e muito menos no atentado as Torres Gemeas. Por que mudaria acora? Concordo. A maturidade, muitas vezes de maneira dura, ensina que não devemos rascunhar nossas vidas com base em manifestações coletivas. Se conseguirmos melhorar o que somos, para os nossos, para todas as pessoas, já será um grande avanço. Aqui Paulo Niemeyer (brasileiro que muito me orgulha) não dá receita, não inventa a lâmpada. Como sempre se mostra sincero. Foi numa entrevista a revista Poder. O que fazer para melhorar o cérebro? Paulo Niemeyer - Você tem que tratar do espírito. Precisa estar...

A lenda do brasileiro bonzinho

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O Brasil atingiu hoje a triste (para mim) marca de 100 mil mortos por Covid-19. Há quem lamente o desprezo da seita RenanEduardoCarlosFlavioJair Bolsonaro, que sequer emitiu um sinal de pesar. Ontem houve cerimônia em Hiroshima pelos 75 anos da bomba que matou em torno de 150 mil pessoas. São apenas 50 mil a mais do que a Covid-19 enterrou aqui, até agora. No Japão, todos os anos, há cerimônias pelas vítimas. A nação faz luto, ora, flores são depositadas. Com exceção de uma meia dúzia, não percebo comoção geral nos brasileiros em relação as 100 mil mortes por Covid-19. Mortes de outros brasileiros que deixaram amigos, família, colegas. Mais um motivo que rasga aquela lenda do brasileiro bonzinho, motivo até de um debochado programa humorístico muito antigo, conduzido pela americana naturalizada brasileira Kate Lyra. Ingênua, depois de levar cantadas disfarçadas de solidariedade, ela soltava o bordão “brasileiro é tão bonzinho”. O brasileiro bonzinho nunc...

Skylab, Rogério, bom dia

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Lembrei de você porque escrevia sobre Nero, vulgo Nero Cláudio César Augusto Germânico e o fetiche da lira siririqueira do monte Qurinal, onde ficava o surubal dele. E como gosto de pesquisar como um louv-a-deus em busca da piscina encantada e seivada por morcegas famintas, acabei parando na mão de um historiador romano chamado Suetônio e acho que você conhece. Suetônio fez a conexão contigo e eu programei duas músicas suas em minha Rádio Devaneio, 100% brasileira e alternativa (mershandising) que para ouvir é só clicar aqui https://radiodevaneio.wixsite.com/radiodevaneio Esse Suotônio deve ser aquele que fazia meia com Dião Cássio, lembra? Estavam juntos na noite de 18 de junho de 64 D.C. (não confundir com 1964) quando Roma lambeu. Maior fogaréu. Pior que no nosso lupanar Quatro por Quatro, centro do Rio, ano passado. Em Roma morreu gente pra cacete, Skylab, e esses dois plantaram a fofoca de que Nero tinha mandado tacar fogo na cidade para depois construir um pr...