O barraco mudo entre Bob Dylan e Joan Baez
Baez e Dylan
Tempos atrás recebi um texto com uma entrevista de Joan
Baez (faz 73 anos dia 9 de janeiro) a um site de celebridades dos Estados
Unidos onde ela toca num assunto que todo mundo achava que já estava mais do
que resolvido: o seu rolo com Bob Dylan (73 anos em maio). Os dois se
apaixonaram e ficaram juntos entre 1963 e 1965. Tempo pra caramba.
Baez parece não ter varrido plenamente Bob Dylan de
suas memórias. Gozado é que quando ela esteve no Brasil, em maio de 1981, quando
a ditadura a proibiu de cantar sob a alegação de que era subversiva, depois da
entrevista coletiva no Rio ficamos conversando noite a dentro. Ela descasca bem
um espanhol e lá pelas tantas falei de Bob Dylan. Ela ficou muda. E depois
disse que não gostaria de tratar de assuntos mais desagradáveis do que as
censuras brasileira, argentina e chilena; ela foi proibida de cantar também no
Chile e Argentina.
No texto que recebi, ela diz que Bob Dylan foi
dissimulado e levemente mau-caráter com ela. “Logo que nos conhecemos ele
falava até em casamento, mas na semana seguinte ficava tocando violão, fumando
haxixe e maconha, olhando para o teto como se eu não estivesse ali”. O curioso
é que numa das vezes em que esteve no Brasil (quando se apresentou no antigo
Imperator, no Méier, anos 90 eu acho), o cronicamente mal humorado Dylan, que
não queria dar entrevista, saiu do carro andando em frente ao hotel e eu
perguntei “about miss Joan Baez, what...”. Não passei daí. Ele parou e me
torrou com o olhar. Seguiu em frente.
Um amigo meu, que não vejo desde os anos 80, grande
conhecedor de música folk dizia que o caso de Dylan e Baez foi o velho “amor de
pica, onde bate fica”. Eu sempre discordei dele porque a Joan, antes de namorar
Dylan, era fã do cantor e a questão aparentemente não passava por ingredientes
fálicos.
Bom, fato é que ela não superou até hoje, apesar de inúmeras vezes ter
sido vista sorrindo ao lado do músico em diversas ocasiões depois do barraco
entre os dois. A reação dela na minha frente quando falei de Bob Dylan foi
outra demonstração de que o cara deve ter feito uma lambança das grandes. Meu
amigo me dizia, ainda, que Dylan fez de Joan tangerina, chupou e depois jogou o
bagaço fora. Será? Não sei, mas que existe um tufão entre ela e ele, isso há.
Por falar em Bob Dylan e o segundo volume de suas
“Crônicas”? Iam ser três livros, saiu um, muito bem traduzido pelo historiador
Eduardo Bueno, mas o segundo e o terceiro volume, nada. Nem lá fora. O que terá
acontecido? É. Esquisitão esse Bob Dylan mesmo.
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