A TV me dispensou e isso foi muito bom!
Texto
restaurado e reeditado
Eu já não assistia muito televisão, mas com o crescente
processo de imbecilização da mídia, cada vez perdia menos tempo em frente a
chamada telinha. Não o conheço, mas sequer posso ouvir a voz de Faustão, ou de
Luciano Huck, que também nunca vi pessoalmente.
Como a baranganização também começou a migrar para os
canais por assinatura, há dois meses quase cancelei a minha. Mais: na internet
os grandes portais estão cada vez mais vulgares, acompanhando a onda da TV.
Transformaram-se numa usina de fofocas de supostas celebridades extraídas de
novelas ou então de programas que nunca vi como um tal de “A Fazenda”. Outros
gigantes da web também optaram pela vulgaridade ampla, geral e irrestrita. Só
que, felizmente, a internet dá outras zaralhadas de opções e não ficamos reféns
de coisa alguma.
Banido da TV pela própria TV, onde só assisto bons
noticiários e alguns programas de qualidade, eu praticamente só assistia a
filmes que me interessam e a novela “Amor à Vida” que, pensando bem, nada tinha
de amor e muito menos de vida. Sou noveleiro desde “Pantanal”, na extinta TV
Manchete, e não me envergonho disso. Só que novela escraviza e eu quero mais é
ir pra rua, ver a lua, conversar com meus amigos, etc. etc. etc. Por isso,
dentro desse meu decretinho pessoal, degolei as novelas. Depois de “Amor à Vida”
volto para a rua ou venho para a internet explorar o infinito You Tube,
trocar ideias no Facebook, escrever, ler, enfim, adeus televisão.
Nos anos 80 os Titãs gravaram uma música cujo refrão
cai como vulva: “A televisão me deixou burro, muito burro demais”. Pura
verdade. E como também cantou Gilberto Gil “já que existe lua/ vai-se para a
rua ver”. É o que vou fazer, sem mágoas, sem ressentimentos, apenas com aquela
agradável sensação de existência sendo cumprida.
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