Aumento das passagens de ônibus no Rio: esculacho político com quebra-quebra anunciado?
O Tribunal de Contas do Município, vulgo TCM, não é
nenhuma igrejinha, mas tem faro de hiena. Recomendou que a Prefeitura do Rio
baixasse o preço das passagens para R$ 2,50. Na contramão da lógica, na capital
do surreal, a Prefeitura preferiu autorizar um aumento para R$ 3,00 logo no
início deste tórrido fevereiro.
Nem uma ema do pantanal cometeria tal desatino
político. Afinal, o quebra-quebra em todo Brasil, ano passado, teve o estopim
aceso justamente pelas passagens de ônibus. Muito tapa na cara, tiros, fogo,
baderna e na maioria absolutamente das cidades não houve aumento algum. Agora,
nessa fase que muitos apontam como pré-pancadaria generalizada por conta da Copa
do Mundo, a Prefeitura do Rio mete esse aumento na cara dos contribuintes.
Não dá para entender esculachos políticos como este.
Dá? Bem, em 24 de agosto de 1954, acuado como uma ratazana depois que seu “mar
de lama” tornou-se público, Getúlio, o Vargas, não teve outra opção. Subiu para
seu quarto no Palácio do Catete, pegou um revólver e pou!, atirou no próprio
peito. Deixou uma carta-testamento que lá pelas tantas diz que “deixo a vida
para entrar na história”.
Getúlio, o velho Get, tinha razão. O seu enterro transformou
o mar de lama que marcou a escandalosa corrupção que serpenteava seu governo, em
mar de lágrimas nas ruas, avenidas. Foi uma apoteose.
Getulião foi genial e virou o jogo, mas não ficou aqui
para ver. Carlos Lacerda e sua bicharada, que antes eram o símbolo do combate
ao velho do Catete, não foram linchados porque conseguiram sumir, conseguiram
se esconder na penumbra, fora da área de cobertura.
Pois bem, estamos vivendo um ano absolutamente atípico.
Especialistas em povo dizem que 2014, mais do que o ano da Copa do Mundo de
futebol, vai entrar para a história como a era de manifestações de rua mais
radicais (e violentas) por causa, também, da Copa. Mas, sobretudo, pelo caos na
saúde, educação, lambança generalizada, Brasil usando dinheiro do BNDES para
dar porto de presente para Cuba, comitiva presidencial torrando nossos euros
(impostos não tem pátria) ocupando suítes em hotéis cinco estrelas de Lisboa,
enfim, 2014 vai ser um pé na porta.
Não é preciso ser vidente para antever tudo isso. No
entanto, as zebras engravatadas, protozoários da política de gabinete, aumentam
passagens como se a gritaria lá fora fosse de aplausos, babação de ovos. Dá
para entender? É esculacho político ou não é? Cacete!
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