Será que o ser humano despreza as boas notícias?
Nos anos 1980, eufórico, um colega decidiu lançar um jornal semanal só com boas notícias. Não vou esquecer o seu semblante, sua vibração, algo como se tivesse inventado a roda, a pólvora, a lâmpada. A mesa, com quase dez colegas jornalistas, estava cética. Houve muita discussão. Uns diziam que um jornal assim seria alienante, tiraria o público da realidade e que a realidade, queiramos ou não, é brutal e na época o Brasil vivia a ditadura militar. Nosso animado colega rebatia dizendo que, exatamente por isso (realidade brutal) o público deveria estar buscando um antídoto. Outros acharam a ideia engraçada, mas o fato é que ninguém levou fé no projeto do R. A. (iniciais do meu colega). R.A. era perseverante. Não desist ia sob nenhuma hipótese , mesmo levando um nove a zero numa mesa de bar. Não chegou a dez a zero porque dei força ao projeto, e continuo acreditando (hoje mais do que nunca) que um jornal só com boas notícias seria um sucesso sensacional. R.A. procurou um desenhi...